Projeto ‘Café Soja’: como café e soja se uniram após as geadas de 2021

O consórcio café-soja transformou crise climática em inovação agrícola.
Fileiras consorciadas de café e soja em lavoura no sul de Minas Gerais
Foto: Eduardo Salgado
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A devastadora geada de 2021 no sul de Minas Gerais deixou marcas profundas nos cafezais da região. No entanto, dessa crise surgiu uma ideia inovadora: o consórcio entre café e soja. Nascia assim o Projeto “Café Soja”, iniciativa da Cooperativa Comap, em Paraguaçu (MG), com consultoria técnica de Eduardo Salgado, da LEVS Consultoria.

O projeto começou como resposta à destruição de lavouras localizadas abaixo da altitude ideal. Sem muitas alternativas, os produtores enxergaram na soja — especialmente a variedade não transgênica voltada para o mercado europeu — uma oportunidade viável. E mais do que viável, o resultado foi surpreendente.

Consultor Eduardo Salgado

Como o Projeto “Café Soja” funciona

A proposta do Projeto “Café Soja” consiste em cultivar soja entre as fileiras de café, aproveitando o espaçamento de 4,2 metros. Isso permite o uso de maquinário agrícola sem prejudicar nenhuma das culturas. Além disso, a escolha de variedades como a BRS 264 e a BES 284 da Embrapa foi essencial para equilibrar produtividade e sustentabilidade.

Benefícios da integração entre café e soja

O consórcio entre as duas culturas não só otimizou o uso do solo e da infraestrutura existente, como também gerou sinergias agronômicas importantes:

  • A soja fixa nitrogênio, beneficiando o cafeeiro.
  • O uso de defensivos com registro para ambas as culturas reduziu custos.
  • O calendário da soja se encaixa perfeitamente entre as etapas da cafeicultura.

Desafios e soluções no Projeto “Café Soja”

Nem tudo foi simples. Um dos principais obstáculos foi a compactação do solo, especialmente em áreas com mais de 50% de argila. Para superar isso, foram adotadas práticas como a descompactação das entrelinhas e o uso de coberturas de inverno, como braquiária, sorgo e crotalária.

Outro desafio foi a colheita da soja entre os cafeeiros. Como as colheitadeiras tradicionais não se adaptam bem aos espaços estreitos, muitos produtores desenvolveram ou adaptaram máquinas próprias. Isso criou até um novo nicho de prestação de serviços agrícolas.

Resultados e impacto para o futuro

O Projeto “Café Soja” transformou a paisagem agrícola da região, mostrando que inovação pode surgir da adversidade. Os produtores passaram a ter uma segunda fonte de renda, melhoraram o manejo do café e aumentaram a eficiência do uso de insumos.

Com mais atenção à lavoura, controle de pragas e doenças ficou mais eficiente, promovendo uma agricultura mais racional e sustentável. A prática tem se mostrado tecnicamente viável e economicamente vantajosa — e tem tudo para ganhar espaço em outras regiões cafeeiras do Brasil.

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