Projeto brasileiro de produção de morango e taioba indoor é selecionado em desafio que vai para Marte

A equipe LTCOP recebeu apoio de R$ 100 mil da venture builder WBGI para o desenvolvimento do protótipo exigido pela competição. Confira na íntegra.

Publicado em 26 de agosto de 2022 às 10h15

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h43

Acompanhe tudo sobre Morango, produção de morango e muito mais!
Divulgação

Um grupo de pesquisadores da Esalq/USP, do Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas Ornamentais (LCTPO), é finalista de um desafio lançado pela Nasa e Agência Espacial Canadense, que tem o objetivo de produzir alimentos para os tripulantes da estação espacial que terá como destino Marte. 

As equipes norte-americanas e internacionais foram convidadas a criar tecnologias ou sistemas alimentares inovadores e revolucionários que exijam insumos mínimos e maximizem a produção de alimentos seguros, nutritivos e palatáveis ​​para missões espaciais de longa duração e que tenham potencial para beneficiar as pessoas na Terra. Entre 180 projetos internacionais, o brasileiro ficou entre os 10 selecionados. “O protótipo já está pronto e com morangos em produção, agora o próximo passo é a avaliação de dos pré-testes e relatório final. Os finalistas e vencedores serão conhecidos no início de 2023”, explica o Prof. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, que lidera o projeto.

A proposta da equipe brasileira, chamada de Team LTCOP (sigla em inglês do laboratório), é produzir alimentos frescos (morango e taioba) nas condições de Marte e em trânsito. No projeto, os painéis verticais podem ser usados ​​para produzir sob luz artificial e restrições operacionais. “Neste sistema, podemos controlar a nutrição das plantas com a fertirrigação e os níveis de carotenóides dos frutos adicionando terpeno ao processo. O laboratório de cultura de tecidos está incluído no sistema para abastecer o banco de germoplasma (mudas). Além disso usamos óleo essencial de laranja para manter as plantas sem pragas e doenças”, conta Christian Demetrio, pesquisador do laboratório e membro da equipe.

A produção dos alimentos tem que ser específica para as condições da estação espacial como consumo de energia e água limitados, por exemplo. “Também há uma quantidade máxima de resíduos que se pode gerar e elementos voláteis têm que ser evitados”, conta Demetrio.

O tamanho do módulo é um desafio para verticalizar a produção, que será feita no sistema de semi-hidroponia e com variedades adaptadas de morango. No período de seis meses, estimado para a viagem a Marte, o módulo consegue produzir morangos para o consumo de até três pessoas. Também é necessário ter um número de horas de trabalho limitado para manutenção e colheita dos alimentos pela tripulação.

A venture builder WBGI disponibilizou inicialmente R$ 100 mil para a construção do protótipo, que é uma exigência das regras do concurso. “Além disso, estamos dando o suporte administrativo e financeiro para que o projeto se torne uma startup, mesmo porque o concurso determina que os projetos virem negócios adaptados para produzir alimentos em terra também.”, explica Joaquim Cunha, sócio da WBGI. 

Mais informações sobre o desafio estão disponíveis em https://www.deepspacefoodchallenge.org/

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