Produtos inovadores reduzem perdas de nitrogênio

Crédito Epamig

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 16h34

Última atualização em 11 de novembro de 2018 às 16h34

Acompanhe tudo sobre Açaí, Água, Carvão, Efeito estufa, Etanol, Nitrogênio, Óleo, Queima e muito mais!

João Chrisóstomo Pedroso Neto

Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e pesquisador da Epamig Sul, Lavras (MG)

chrisostomo@epamig.br

Crédito Epamig

A produção dos fertilizantes nitrogenados, tais como ureia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, MAP, DAP, dentre outros, baseia-se no uso da amônia como matéria-prima. Esta, por sua vez, é obtida do gás inerte N2, que forma 78% da atmosfera, sendo, portanto, uma fonte inesgotável deste nutriente, o que o difere do fósforo e do potássio, que são produzidos a partir de recursos minerais finitos, mais precisamente a apatita e a silvinita, respectivamente (Malavolta, 1989).

Entretanto, a outra matéria-prima para a produção dos fertilizantes nitrogenados minerais, o hidrogênio, é obtido de fontes finitas renováveis ou não. Dentre as fontes renováveis destacam-se a biomassa, o etanol e a eletricidade. Já as fontes não renováveis são representadas pelo petróleo, pelo gás natural e pelo carvão mineral.

 

Demanda x consumo

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Em termos mundiais, a China é responsável pela produção de quase um terço da amônia produzida, seguindo-se a Índia, a Rússia e os Estados Unidos. O Brasil produz pouco mais de um milhão de toneladas de amônia, o que lhe confere um tímido vigésimo segundo lugar no mundo, e nos obriga a ser um grande importador desta importante matéria-prima, uma vez que consumimos aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de nitrogênio por ano.

Dentre as principais características físico-químicas dos fertilizantes nitrogenados destacam-se a higroscopicidade, a salinização, a acidificação, a solubilidade em água e a volatilização. A higroscopicidade evidencia a avidez que o fertilizante apresenta em absorver água da atmosfera quando a umidade relativa do ar encontra-se alta, o que traz como consequência a “mela“ do adubo, e dificulta a aplicação.

Outra consequência da higroscopicidade é a possibilidade de causar “queima“ da planta quando em contato com o adubo. Também, deve-se considerar que os fertilizantes nitrogenados são definidos como sais e, quando utilizados em excesso, podem causar a salinização do solo, com efeitos prejudiciais para as plantas, tais como intoxicação pelo acúmulo de sais nas células e diminuição da disponibilidade de água do solo.

 

Solos ácidos

 

A acidificação do solo ocorre, dentre outros fatores, pela adição de adubos nitrogenados amoniacais ao solo, como, por exemplo, o sulfato de amônio, que após dissociar sofre nitrificação, com consequente liberação de íons de hidrogênio, que promovem a acidificação do solo.

Outra característica de qualidade fundamental nos fertilizantes é a solubilidade em água. Cada produto tem um índice de solubilidade: os fosfatos naturais e o calcário, por exemplo, têm baixa solubilidade em água. Desta forma, recomenda-se utilizá-los numa granulometria bastante fina, o que favorece o aproveitamento dos mesmos pelas plantas.

Os fertilizantes nitrogenados minerais, por outro lado, apresentam elevada solubilidade em água. Apesar de ser uma característica desejável nos adubos, o excesso de solubilidade pode levar a perdas significativas, principalmente pela volatilização e lixiviação.

Sendo assim, há a necessidade de ser feito um controle na solubilização, para que o nutriente seja liberado para as plantas de uma forma lenta e gradual, satisfazendo as mesmas num maior período de tempo possível.

Este controle pode ser feito pela adoção das melhores práticas de manejo (MPMs) do fertilizante e utilização de fertilizantes de liberação lenta e controlada. Isto permite não só uma maior eficiência das adubações, com maior retorno econômico, mas também auxilia nas questões ambientais, minimizando a emissão de gases de efeito estufa (GEEs).

As MPMs correspondem às práticas comprovadas pelas pesquisas e implementadas pelos produtores que proporcionam ótimo potencial de produção, aumento na eficiência de utilização destes produtos e proteção ambiental. Neste caso, o enfoque visa o uso do produto correto, na dose correta, na época adequada e no local adequado.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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