Produtividade do feijoeiro

No Brasil, o feijão é uma das principais culturas produzidas e consumidas ...
Crédito Luize Hess

Publicado em 1 de março de 2021 às 15h54

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 15h42

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Letícia Galhardo JorgeBióloga e doutoranda em Botânica/Fisiologia Vegetal – IBB/UNESPleticia_1307@hotmail.com

Bruno Novaes Menezes MartinsEngenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Horticultura – FCA/UNESP e professor do Centro Universitário Sudoeste Paulista (UNIFSP)brunonovaes17@hotmail.com

Crédito Luize Hess

No Brasil, o feijão é uma das principais culturas produzidas e consumidas, uma vez que está distribuído por todo o território nacional, apresentando boa adaptação às diversidades climáticas do País.

Além disso, apresenta importância nos aspectos econômicos e culturais, por ser rico em proteína, vitaminas, ferro e sais minerais na dieta básica da população brasileira. Com a intenção de elevar os níveis de produtividade do feijoeiro, algumas tecnologias vêm sendo desenvolvidas, como o uso de bioestimulantes, a fim de acelerar o desenvolvimento das plantas, resultando em acréscimo da produção.

Quem são eles

Os bioestimulantes são misturas de reguladores vegetais com outras substâncias, como sais minerais, extratos de algas, microrganismos e aminoácidos, podendo ser de origem natural ou sintética. Essas substâncias, quando aplicadas à planta, via semente ou foliar, podem trazer diversos benefícios, podendo provocar alterações estruturais e melhorias na produtividade e na qualidade do produto.

A utilização de bioestimulantes pode ser considerada uma técnica de sucesso para diversas espécies, uma vez que estas substâncias podem interferir no desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão, a diferenciação e o alongamento celular, o que proporciona melhor desenvolvimento de plântulas.

Esses compostos também podem auxiliar na absorção e eficiência dos nutrientes; no equilíbrio hormonal das plantas, para estimular o desenvolvimento do sistema radicular e favorecer a expressão de todo seu potencial genético.

Composição

Alguns bioestimulantes exibem em sua composição fitorreguladores vegetais, tais como auxinas, giberelinas, citocininas e etileno. As auxinas atuam, principalmente, na regulação do crescimento e promoção do enraizamento dos primórdios radiculares.

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As giberelinas apresentam, como uma de suas principais funções, a estimulação da divisão e alongamento celular. As citocininas estimulam, principalmente, os processos de divisão celular (citocinese); enquanto o etileno apresenta como principal funcionalidade a regulação do processo de amadurecimento de frutos e senescência de flores e frutos.

Vale ressaltar que os bioestimulantes podem ser aplicados tanto no tratamento de sementes quanto via foliar, melhorando assim a velocidade de germinação e emergência, enraizamento e incremento no crescimento, desenvolvimento e produtividade das plantas.

Manejo

Os efeitos isolados dos hormônios vegetais foram bastante estudados e já conhecidos, sendo apresentados efeitos positivos e negativos de acordo com as quantidades aplicadas, períodos de aplicação, região de aplicação e culturas.

É importante que a aplicação seja realizada no estágio de desenvolvimento recomendado para cada cultura. Quanto à dose, é necessário que o produtor siga as recomendações do fabricante do produto.

O custo por hectare de produto aplicado é relativamente baixo, uma vez que a quantidade diluída é pequena, quando comparada à quantidade de calda aplicada.

Mais produtividade

Diversos estudos vêm demonstrando o incremento na produtividade a partir do uso do bioestimulante, apresentando efeito positivo frente à produtividade. Pesquisas apontam que a utilização de bioestimulantes tem eficácia variável de acordo com o estado geral da planta, o comportamento do material, o momento e a forma da aplicação, tendo em vista o momento de maior sensibilidade dos tecidos, proporcionando ou não a entrada das substâncias no citoplasma.

Na cultura da soja houve incremento no número de vagens por planta e na produtividade de grãos, tanto em aplicação via sementes quanto via foliar, em estádios vegetativos e reprodutivos.

Em outro estudo, pesquisadores observaram que a utilização do bioestimulante incrementou o número de vagens por planta e a produtividade de grãos, e os resultados para aplicação via sementes e via foliar não diferiram entre si. Na produtividade de grãos, o tratamento com bioestimulante proporcionou aumento de 37% em relação à testemunha, sendo mais efetivo quando aplicado na fase reprodutiva.

Alguns trabalhos demonstram que a aplicação na fase reprodutiva da soja é a mais adequada para a cultura, tendo em vista que aplicações na fase vegetativa promoveram um crescimento vegetativo maior, influenciando diretamente nos gastos metabólicos de manutenção para a planta.

Na cultura do algodão, foi observado aumento na massa média do capulho e na produtividade de algodão em caroço com o uso do mesmo bioestimulante, tanto via tratamento de semente quanto via foliar.

Na dose certa

Alguns pesquisadores analisaram doses de produto bioestimulante composto por citocinina, ácido indolbutírico e ácido giberélico em aplicação via sementes em algodoeiro, e observaram incremento na área foliar, altura e crescimento inicial de plantas.

O bioestimulante aplicado via sementes foi capaz de originar plântulas mais vigorosas, com maior comprimento, matéria seca e porcentagem de emergência em areia e terra vegetal proporcional ao aumento de doses do produto.

A aplicação foliar de bioestimulante aumentou a massa de vagens e a massa de grãos do feijoeiro cultivar IAC-Carioca Tybatã, mas não foram observados efeitos significativos para o número de vagens por planta. Outro estudo mostrou que, quando aplicado o produto durante o período de floração e pós-floração, houve aumento no número de vagens por planta.


Confira os erros mais fatais:

– Concentrações inadequadas.

– Estádio de desenvolvimento da planta, ou seja, a época de aplicação.

– Temperatura e a umidade do ambiente determinam a velocidade de secamento da solução aplicada à superfície foliar.

– Ângulo de contato entre a solução e a superfície foliar: diz respeito ao maior ou menor molhamento da folha pela solução. Deste modo, quanto mais espalhada for a gota da solução, maior será o contato dessa com a superfície foliar e, portanto, maior será a possibilidade de absorção da mesma.

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