Principais cultivares de couve-flor e sua época de plantio

Explorando as nuances das principais cultivares de couve-flor e suas épocas ideais de plantio.
Cauliflower grows in organic soil in the garden on the vegetable area

Publicado em 12 de março de 2024 às 09h24

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h33

Acompanhe tudo sobre Couve-flor, Cultivares, época de plantio, plantio na primavera-verão e muito mais!

Adriana Souza Nascimento
Engenheira agrônoma, MSc. Fitopatologia e coordenadora de operações – EMATER-DF
adriana.nascimento@emater.df.gov.br

A couve-flor é uma cultura tipicamente de clima temperado e sua época ideal de plantio está muito relacionada às exigências termo climáticas da cultivar escolhida. Por vezes, uma pequena variação na temperatura pode levar uma cultivar a produzir cabeças precocemente, pequenas e sem valor comercial.

Já estão disponíveis cultivares com melhor tolerância ao calor

Em razão do surgimento de cultivares adaptadas aos meses mais quentes do ano, pode-se produzir essa hortaliça praticamente o ano todo, dependendo da região de cultivo. Estão disponíveis cultivares adaptadas ao outono-inverno, altamente exigentes em temperaturas frias, bem como cultivares adaptadas ao plantio na primavera-verão, pouco exigentes em frio e que produzem sob temperaturas mais elevadas.

Exigências da couve-flor

A couve-flor é exigente em faixas de temperaturas específicas. Em relação às exigências termoclimáticas, pode-se dividir em três grupos:

• Precoces de verão: não precisam de frio e resistem ao calor. A temperatura ideal para a formação de cabeça situa-se em torno dos 20 a 25°C, mas suportam temperaturas superiores aos 30°C, sem distúrbios fisiológicos.

• Frio moderado: adaptam-se aos cultivos para colheita em meia-estação, que necessitam de frio suave a moderado de 15 a 20°C para formar as cabeças. Temperaturas acima de 28 a 30°C induzem ao excesso de crescimento vegetativo e à formação de cabeças pequenas, sem valor para comercialização.

• Exigentes em frio: são tardias, de grande vigor e muito exigentes em frio. Sua faixa ideal para formar a cabeça fica em torno de 5,0 a 10°C. Quando submetidas a temperaturas altas, tornam-se improdutivas ou sem formação de cabeças.

Variação climática

Diversos aspectos fisiológicos e bioquímicos podem ser alterados com a variação climática para a cultura, tais como a taxa de respiração das plantas, reações enzimáticas adversas que podem resultar em odor e sabor desagradáveis, alteração de cor, formação e tamanho das cabeças e perda de firmeza das plantas ou de seus órgãos.

A exigência em condições climáticas, por ser a couve-flor uma cultura de origem temperada, é o grande desafio do produtor. Atualmente, já estão disponíveis no mercado cultivares com melhor adaptação ou tolerância ao calor, o que tem permitido o seu cultivo no verão e em meia-estação.

Estas cultivares possibilitam, ainda, a ampliação do período de cultivo em diferentes áreas, e a sua oferta nos períodos de entressafra, quando os preços são mais elevados. Outra dificuldade relacionada à produção e mercado de couve-flor está relacionada à sua perecibilidade e baixa conservação pós-colheita, o que requer mais cuidados no processo de colheita das inflorescências, transporte e armazenamento.

A dificuldade na escolha da cultivar é justamente na sincronização de temperaturas com condições de plantio mais adequadas, levando-se em consideração os custos de produção e as condições de comercialização.

Inovações

Os avanços recentes no melhoramento genético permitiram o desenvolvimento de novas cultivares tolerantes a temperaturas mais elevadas e, assim, a ampliação das épocas e locais de cultivo.

Assim, os produtores, conseguem ter melhor flexibilidade no escalonamento da produção e melhores preços em determinadas épocas do ano, e o consumidor passa a ter a possibilidade de consumo ao longo do ano.

O desenvolvimento dessas cultivares mais adaptadas é um fator importante para o aumento da produção e da qualidade da couve-flor no Brasil nas últimas décadas. Dentre as vantagens estão maior precocidade, vigor, melhor tolerância ao calor e oscilações de temperatura, melhor qualidade comercial, como inflorescências (cabeças) mais compactas e uniformes, cores diferenciadas e inovadoras, e resistência a doenças, especialmente à podridão-negra (Xanthomonas campestris pv. campestris).

Fitossanidade

A podridão negra é uma doença sistêmica, sendo, portanto, de difícil controle. Hoje temos, no mercado, cultivares resistentes a doenças e que apresentam também grande resistência ao transporte e às altas temperaturas, possibilitando ofertar o produto em outras regiões do Brasil, além de resistência à deficiência de boro, que pode comprometer a produção e qualidade do produto final. São materiais de alto desempenho, adaptados à época adequada de plantio.

Existem cultivares que, além dessas, contam ainda com outros benefícios, como proporcionar maior adensamento da área cultivada, pelo médio vigor da planta, excelente pós-colheita, com plantas bastante uniformes, possibilitando a colheita concentrada e menor custo com manutenção das plantas no campo, graças ao ciclo precoce.

Hora da escolha

Como recomendações, é importante escolher cultivares adequadas às condições edafoclimáticas (clima e solo), mudas sadias, produzidas em viveiros registrados e idôneos, realizar o manejo de solo adequado, com bom preparo e bem drenado, análise para saber se há necessidade de realizar a correção, fornecer nutrição equilibrada com macro e micronutrientes para aumento da produtividade, e os demais tratos culturais adequados.

A assistência técnica rural é fundamental para a melhoria dos processos de produção, beneficiamento e comercialização da couve-flor.

Os produtores necessitam do entendimento das características de cada cultivar e sua adaptabilidade climática e a cada região, considerando que há constantes estudos e lançamentos de produtos novos no mercado de sementes, necessitando de um contínuo processo de educação e de ajuda técnica para resolver os problemas na produção da cultura.

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