Porosidade do solo é otimizada com organominerais?

A matéria orgânica encontrada em fertilizantes organominerais auxilia com benefícios à fertilidade do solo, melhorando também suas propriedades físicas ao elevar a capacidade de retenção de água, reduzindo a densidade aparente e aumentando a porosidade total do solo.
Alface - Crédito: Luize Hess

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 16h54

Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 16h54

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Autor

Givago Coutinho Doutor em Fruticultura e professor efetivo do Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado)givago_agro@hotmail.com

Alface – Crédito: Luize Hess

A matéria orgânica encontrada em fertilizantes organominerais auxilia com benefícios à fertilidade do solo, melhorando também suas propriedades físicas ao elevar a capacidade de retenção de água, reduzindo a densidade aparente e aumentando a porosidade total do solo.

Além disso, proporciona a formação de agregados que atuam na redução de processos erosivos e aumentam a capacidade de absorção do solo, promovendo também o aumento da capacidade de troca catiônica (CTC).

A matéria orgânica encontrada no solo consiste em um composto resultante da decomposição parcial de resíduos de origem vegetal e/ou animal, sendo um material de natureza complexa, além de resultar também de processos de composição e recomposição desses resíduos, contando com a atuação da fauna microbiana do solo.

É consenso por parte de pesquisadores que a matéria orgânica exerce expressiva influência no comportamento dos solos, sobretudo nos aspectos físicos, químicos e biológicos. Assim, fatores como a temperatura, aeração, pH e disponibilidade de água e nutrientes, muitos deles condicionados pelo uso e manejo dos solos, atuam nos teores e na qualidade da matéria orgânica.

A fertilidade do solo

Ao se avaliar o potencial produtivo do solo é necessário se considerar três análises distintas: a análise química (nutrientes presentes), física (como a densidade do solo, porosidade, agregação, retenção de água, raízes) e a biológica (como a microbiologia, fauna do solo e enzimas).

Partindo desse pressuposto, se a vegetação sobre o solo é esparsa e pouco densa, como no sistema de produção convencional, ocorre a exposição do solo que passa a ficar mais vulnerável e com menor proteção a intempéries, causando assim a perda de matéria orgânica e outros elementos presentes no mesmo. Esses eventos provocam a queda da fertilidade, potencializam a degradação e o decréscimo da produtividade ao longo do tempo.

A utilização de produtos como os fertilizantes organominerais, por exemplo, auxilia na formação e manutenção dos atributos de fertilidade do solo, pois eles fornecem nutrientes minerais, promovem melhorias nas condições físicas e biológicas dos solos.

Como as hortícolas agradecem

A utilização da adubação organomineral vem sendo uma das alternativas na busca pelo maior rendimento das culturas e melhor qualidade da produção em olerícolas. Contudo, segundo Bezerra et al. (2008), o uso de produtos organominerais em forma líquida, pulverizados via foliar, ainda é recente dentro da olericultura, tendo até o momento poucas informações de como estes produtos podem agir e influenciar na produtividade e qualidade das hortaliças.

A aplicação combinada entre fertilizantes minerais e orgânicos promove maior eficiência que o uso de qualquer um separadamente, na maioria dos casos.

Manejo

O manejo do solo consiste no conjunto de todas as práticas aplicadas a um solo visando a produção agrícola. Inclui operações de cultivo, práticas culturais, práticas de correção e fertilização, entre outras.

Na olericultura, o manejo do solo é efetuado de forma intensiva, quando no sistema convencional. Assim, fatores de produção ligados ao manejo racional e à conservação do solo têm ganhado destaque onde o olericultor adota práticas tais como a adubação verde e a cobertura vegetal, visando o aumento do teor de matéria orgânica e a proteção do solo, inclusive no sistema convencional.

Além disso, outras formas de manejo menos prejudiciais ao solo, como o plantio direto e o cultivo mínimo, vêm sendo utilizadas tanto no sistema convencional quanto no orgânico. Em se tratando de manejo orgânico, por exemplo, este sistema preza pelo revolvimento mínimo e o aumento dos teores de matéria orgânica e da atividade biológica, proporcionando a manutenção e a melhoria da qualidade do solo.

Como evitar erros

A Instrução Normativa número 25, de 23 de julho de 2009, estabelece as normas sobre as especificações e as garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à agricultura (Brasil, 2009).

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Assim, para a aquisição desses produtos é sempre bom que o produtor tenha conhecimento sobre as normas que regem especificações, garantias e tolerâncias para a sua correta utilização.

No campo

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o fertilizante organomineral, quando comparado ao mineral, apresenta um potencial químico reativo menor, pois os fertilizantes fosfatados comerciais disponíveis no mercado apresentam alta solubilidade e taxa de fixação nos solos brasileiros.

Contudo, o fertilizante organomineral apresenta solubilização gradativa durante o desenvolvimento da cultura. Assim, sua eficiência agronômica pode se tornar maior quando comparado aos fertilizantes minerais solúveis.

Com a utilização de fertilizantes organominerais na produção da alface Romana houve um acréscimo de quase 30% na massa comercial fresca, indicando o uso desse tipo de fertilizante na produção desta cultura.

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