Planta com micróbios benéficos para doenças

Plantas de trigo se “comunicam” com microrganismos benéficos que envolvem suas raízes para terem ...
Trigo - Crédito: Biotrigo

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 08h00

Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 08h00

Acompanhe tudo sobre Doença, Manejo, Planta, Sustentável e muito mais!
Trigo – Crédito: Biotrigo

Plantas de trigo se “comunicam” com microrganismos benéficos que envolvem suas raízes para terem acesso a mais nutrientes do solo e obterem maior proteção contra doenças fúngicas. É o que comprovaram pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e da Esalq/USP.

Em busca de um manejo mais sustentável, agora os pesquisadores querem, com novos experimentos, entender os padrões e relações que se estabelecem entre esse microbioma, o solo e bactérias benéficas eventualmente inoculadas.

Sabendo que o microbioma da rizosfera fornece serviços ecológicos ao hospedeiro, incluindo nutrição e proteção contra doenças, cientistas buscaram descobrir se plantas de trigo mudariam o padrão da exsudação da raiz, para acessar os recursos fornecidos por esses microrganismos antagônicos, ante a infecção por um patógeno transmitido pelo solo, o fungo Bipolaris sorokiniana.

Para isso, testaram o impacto de três bactérias benéficas – Streptomyces, Paenibacillus e Pseudomonas -, antagônicas ao patógeno, no início da doença, para entender como a planta hospedeira e os micróbios benéficos se comunicam para afastar o patógeno da rizosfera.

“Testamos a inoculação independente dos três isolados bacterianos em mudas de trigo inoculadas ou não com o fungo patógeno. O índice de severidade foi o mais alto (93%) em plantas inoculadas exclusivamente com o patógeno (tratamento controle). Em plantas inoculadas com a bactéria antagonista e com o patógeno, o índice de severidade variou de 50 a 62%, mostrando uma diminuição significativa na incidência da doença em comparação com o controle tratamento”, explica Helio Quevedo, da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

“Usamos o isolamento bacteriano da rizosfera, seguido de triagem in vitro. Os inoculantes selecionados são capazes de solubilizar fósforo, para fixar o nitrogênio e para produzir ácido indol acético”, diz o cientista.

Diversidade microbioma

Em outro estudo, os cientistas buscaram avaliar a diversidade do microbioma da rizosfera e seu impacto na proteção da planta de trigo inoculada com o patógeno de raiz Bipolaris sorokiniana e com um inoculante bacteriano antagonista – Pseudomonas.

A inoculação com Pseudomonas resultou em maior altura de planta e massa seca de raiz, principalmente em tratamentos com o solo natural para a altura, mostrando o potencial de promoção do crescimento deste inoculante. Este inoculante também promoveu a proteção da planta nos tratamentos onde o patógeno foi introduzido.

Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, explica que o microbioma da rizosfera oferece à planta hospedeira funções benéficas, incluindo absorção de nutrientes, tolerância ao estresse abiótico e defesa contra doenças transmitidas pelo solo. Por exemplo, durante uma invasão de patógeno fúngico do sistema radicular, famílias bacterianas específicas e com certas funções são enriquecidas na rizosfera e ajudam a prevenir a infecção das plantas pelo patógeno.

Conforme Caroline Nishisaka, da Esalq, o índice de gravidade da doença foi maior em todos os tratamentos que receberam o fungo patógeno Bipolaris sorokiniana, principalmente no solo mais “diluído”, mostrando que é mais destrutivo em solos com baixa diversidade microbiana, onde o inoculante antagonista também é mais eficaz na proteção a planta.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

FiiB reúne universidades internacionais e oportunidades para estudantes

2

Seminário debate mercado mundial de soja em Londrina

3

Safra de café apresenta menor rendimento em 2025 e novos desafios em 2026, aponta Fórum Técnico da Cooxupé

4

Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de público e de negócios globais

5

Concurso NossoCafé 2025 da Yara incentiva cafeicultura especial e sustentabilidade

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Campos-e-Negocios - Post redes sociais

FiiB reúne universidades internacionais e oportunidades para estudantes

Foto: Descarregamento de Soja - Antonio Neto/Arquivo Embrapa

Seminário debate mercado mundial de soja em Londrina

Fórum da Cooxupé reuniu especialistas em Guaxupé para tratar sobre os impactos climáticos na cafeicultura (Divulgação)

Safra de café apresenta menor rendimento em 2025 e novos desafios em 2026, aponta Fórum Técnico da Cooxupé

Fenasucro & Agrocana 2025 superou as expectativas de público e de geração de negócios, além de entregar mais de 100 horas de conteúdos especializados (Crédito: WTF Estúdio)

Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de público e de negócios globais