Com o avanço da tecnologia e a crescente complexidade da agricultura brasileira, o planejamento agrícola se tornou uma etapa indispensável para garantir o sucesso da safra. Para 2025/26, produtores precisam ir além do tradicional calendário de plantio. É necessário integrar fatores como clima, mercado, crédito rural, sustentabilidade e inovação tecnológica.
Neste artigo, mostramos os principais pontos a serem considerados no planejamento da próxima safra, com foco na produtividade, gestão de riscos e rentabilidade.
1. Escolha das culturas e rotação inteligente
A definição das culturas deve considerar não apenas a aptidão do solo e do clima, mas também aspectos comerciais, como preço futuro, demanda do mercado e custos de produção. A rotação de culturas é essencial para manter a saúde do solo, reduzir incidência de pragas e aumentar a resiliência da lavoura.
Dica técnica: o consórcio entre grãos e culturas de cobertura, como milheto ou braquiária, pode ser uma estratégia para recuperar áreas degradadas e reduzir custos com fertilizantes.
2. Monitoramento climático e previsões de longo prazo
Com as mudanças no regime de chuvas e a persistência de eventos extremos como El Niño e La Niña, o planejamento climático deve ser prioridade. Utilize modelos agrometeorológicos e acompanhe os boletins do INMET, Embrapa e instituições privadas para ajustar o calendário de plantio e as estratégias de irrigação e manejo.
3. Diagnóstico e correção do solo
Antes do plantio, o diagnóstico do solo é crucial. A análise química e física permite determinar as necessidades de calagem, adubação e possíveis correções para atingir o máximo potencial produtivo. Programas de agricultura regenerativa vêm sendo adotados com sucesso para recuperar a fertilidade de maneira sustentável.
4. Definição de variedades e tecnologias
A escolha de sementes e cultivares adaptadas à realidade da propriedade influencia diretamente a produtividade e o uso de insumos. Avalie híbridos com maior tolerância a seca, pragas e doenças, e invista em tecnologias embarcadas como biológicos, inoculantes e cultivares transgênicas de alta performance.
5. Gestão de custos e financiamento
A safra 2025/26 será marcada por desafios no acesso a crédito e aumento nos custos operacionais. O orçamento agrícola deve incluir todas as despesas (insumos, mão de obra, maquinário, energia etc.) e prever margens de segurança. Considere ferramentas como barter, cooperativas de crédito, e linhas do Plano Safra com juros equalizados.
6. Mão de obra e capacitação
Treinamento contínuo da equipe é essencial para garantir o uso correto das tecnologias adotadas. O envolvimento dos colaboradores no planejamento aumenta a eficiência operacional e reduz perdas.
7. Sustentabilidade e conformidade ambiental
Certificações como CAR, PRA, e licenciamento ambiental devem estar em dia. Além disso, práticas como integração lavoura-pecuária, plantio direto e recuperação de APPs tornam a produção mais resiliente e valorizada pelo mercado — inclusive no acesso a créditos de carbono e ESG.
8. Logística e escoamento da produção
Avalie a infraestrutura da propriedade, armazéns, estradas de acesso e custo de transporte. A logística ainda é gargalo em muitas regiões e pode afetar a rentabilidade, principalmente em épocas de pico de colheita.
Conclusão
O planejamento agrícola da safra 2025/26 deve ser estratégico, técnico e adaptável. É a partir dele que o produtor consegue antecipar riscos, reduzir custos e aumentar sua produtividade com sustentabilidade. Em um cenário de mudanças climáticas, pressões de mercado e escassez de recursos naturais, quem planeja bem, colhe melhor.
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