Orientações para prevenir deriva na aplicação de herbicidas hormonais

Iniciativa abrange prescrição, aplicação, monitoramento climático e uso exclusivo de produtos autorizados

Publicado em 31 de dezembro de 2025 às 09h14

Última atualização em 19 de dezembro de 2025 às 09h21

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O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), em conjunto com a Associação Nacional das Empresas de Produtos Fitossanitários (AENDA), a Croplife Brasil, a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) e a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR), divulga um ofício com recomendações técnicas para prevenir a deriva na aplicação de herbicidas hormonais. O comunicado surge diante do aumento de relatos de danos em parreirais e de prejuízos na formação de cachos, associados ao uso inadequado dessas tecnologias.

Segundo as entidades, a intensificação das ocorrências acende um sinal de alerta para o setor. Caso o problema se mantenha, há risco de que o Estado avance na adoção de restrições mais severas ao uso desses produtos, comprometendo de forma relevante as estratégias disponíveis para o manejo de plantas daninhas de folhas largas.

Para o Sindiveg, é imprescindível reforçar as medidas de segurança e orientar todos os elos envolvidos na prescrição, comercialização e aplicação. O gerente de Assuntos Regulatórios do Sindicato, Fábio Kagi, afirma que o setor precisa agir de forma imediata e coordenada.

“O uso responsável de herbicidas hormonais depende do cumprimento rigoroso de orientações técnicas. A prevenção da deriva é um compromisso coletivo e essencial para proteger culturas sensíveis e garantir a continuidade das ferramentas de manejo disponíveis aos agricultores”, destaca Kagi.

Atenção redobrada

O Sindiveg reforça que a aplicação deve ocorrer exclusivamente com pontas de indução de ar capazes de gerar gotas grossas ou extremamente grossas, conforme previsto em rótulos, bulas e receituário agronômico. A seleção correta do modelo de ponta e da pressão de trabalho é determinante para alcançar o espectro de gotas recomendado, sendo que qualquer alteração nesses parâmetros, incluindo velocidade de deslocamento ou altura da barra, pode modificar o padrão gerado e aumentar o risco de deriva, exigindo nova conferência e calibração do sistema.

Também devem ser reforçadas orientações sobre o volume de calda, privilegiando valores próximos ao limite máximo indicado em bula, de forma a favorecer a formação de gotas maiores e assegurar cobertura adequada, além de confirmar se o agricultor recebeu as instruções necessárias, dispõe de equipamentos adequados e encontra-se apto a conduzir a aplicação conforme bula e receita agronômica.

O ofício ainda esclarece que, no ato da venda, distribuidores e cooperativas devem orientar o produtor sobre a necessidade de utilizar pontas compatíveis com a tecnologia exigida para herbicidas hormonais. Caso o equipamento não possua as pontas adequadas, a substituição deve ser feita antes da aplicação. Para reforçar a materialidade da orientação, recomenda-se registrar que o usuário foi instruído sobre o modelo de ponta, a faixa de pressão, as condições climáticas apropriadas e as culturas sensíveis no entorno da área.

As condições meteorológicas também são determinantes para a aplicação segura. A recomendação geral é que a umidade relativa esteja acima de 55%, a temperatura abaixo de 30 °C e a velocidade do vento entre 3 e 10 km/h, salvo especificações diferentes previstas em cada bula. O documento alerta para dois cenários meteorológicos que aumentam de forma significativa o risco de deriva: a presença de inversão térmica, muito comum no início da manhã, quando o ar frio permanece próximo ao solo e impede a dispersão das gotas, e a ocorrência de correntes convectivas em dias extremamente quentes e secos, quando o solo aquecido faz o ar subir rapidamente e pode arrastar gotas para áreas indesejadas. Em ambas as situações, a aplicação não deve ser realizada, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo do clima.

Culturas em destaque

As entidades também chamam atenção para a sensibilidade de algumas culturas, como uva, maçã, tomate e algodão, que exigem atenção redobrada à direção do vento, sendo obrigatória a interrupção da aplicação quando houver risco de deslocamento do produto para áreas sensíveis.

O documento ainda reforça a importância do uso exclusivo de produtos devidamente registrados, autorizados para a cultura e adquiridos apenas em distribuidores, cooperativas agrícolas ou diretamente dos fabricantes. Antes da compra, devem ser verificadas a integridade da embalagem, a identificação do fabricante, o número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a conformidade das informações. Formulações ilegais, incluindo antigas versões de 2,4-D éster butílico, apresentam elevado risco de volatilidade e deriva e que não estão devidamente registradas no Brasil, com potencial de causar danos severos e comprometer a segurança e a rastreabilidade de toda a cadeia.

“O emprego de produtos clandestinos coloca em risco a agricultura e toda a cadeia produtiva. A orientação é clara: identificar, recusar e denunciar qualquer suspeita”, reforça Kagi.

Unidas, as entidades, que também contam com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), reiteram o compromisso com o uso correto, seguro e responsável dos defensivos agrícolas e afirmam que a adoção das práticas destacadas é fundamental para assegurar aplicações eficazes, minimizar riscos e preservar as tecnologias de manejo disponíveis ao produtor.

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