Organic Neem: 24 anos de pioneirismo e pureza na história do Nim. Matéria publicada na edição de novembro/2025 da Revista Hortifrúti
Há 24 anos, três nomes visionários deram início a uma revolução nas lavouras brasileiras: Belmiro Neves, da Embrapa Arroz e Feijão; Célio Ferreira, produtor rural de Bela Vista de Goiás; e o saudoso Iron Gomide, produtor rural de Araguari (MG). Juntos, eles foram responsáveis por introduzir no país o Nim (Azadirachta indica) — uma planta milenar de origem indiana reconhecida por suas propriedades inseticidas e repelentes naturais.
Dessa iniciativa nasceu a Ervas do Brasil, atual Organic Neem Agro, empresa genuinamente brasileira que há mais de duas décadas se dedica à pesquisa, produção e padronização de extratos e óleos de Nim puro, sendo referência em sustentabilidade e inovação no uso de bioinsumos.
Uma trajetória guiada pela ciência e pela ética
Desde o início, a Organic Neem adotou um compromisso claro: entregar ao agricultor produtos com pureza comprovada e eficiência agronômica real. Essa missão se mantém firme até hoje, em um cenário onde o mercado, infelizmente, enfrenta práticas que ameaçam a credibilidade do Nim.
“Existem no Brasil alguns distribuidores que compram matéria-prima verdadeira e diluem com óleo mineral, alterando a composição original e vendendo como se fosse Nim puro. O resultado é um produto ineficaz, que mancha a reputação de toda a cadeia”, alerta Ailton Souza, proprietário da Organic Neem. Outro ponto de atenção é o registro incorreto de produtos à base de Nim como adubos foliares, quando na verdade sua ação é repelente e inseticida natural. “Essas brechas regulatórias permitem que falsificadores se aproveitem da falta de informação, prejudicando agricultores sérios e comprometendo o controle de pragas de forma segura”, reforça a Organic Neem.
Eficiência no campo
Um exemplo prático da eficiência do Nim puro vem da parceria entre a Organic Neem e o Grupo Senju, de Araguari (MG). Durante o ciclo de setembro de 2023 a setembro de 2024, as lavouras de café tratadas com os produtos da empresa apresentaram redução de até 40% no custo de produção, além de uma drástica diminuição no uso de inseticidas convencionais.
De acordo com Carlos Eduardo Senju, cafeicultor e proprietário do Grupo Senju, o objetivo inicial não era reduzir custos, mas melhorar a qualidade do café destinado à exportação, especialmente para mercados exigentes, como Europa e Japão. “Os cafés destinados à indústria farmacêutica e cosmética passam por análises moleculares. Qualquer resquício de inseticida sintético elimina o lote. O Nim nos permitiu manter a lavoura saudável, repelir pragas como o bicho-mineiro e preservar os inimigos naturais, entregando um café limpo, de alto padrão e rastreável”, explica.

A economia registrada foi consequência direta da ação residual e repelente do Nim, que reduziu a necessidade de pulverizações e aumentou o equilíbrio biológico no campo. “Além de ser eficiente contra pragas como pulgões e cochonilhas, o Nim mantém o ambiente produtivo e equilibrado.
Outras vantagens
Segundo ele, no início foi difícil acreditar, mas depois das primeiras aplicações de extrato de Nim nas lavouras, Carlos Senju percebeu que diminuíram aplicações de outros inseticidas, porque além de controlar, ele também é um repelente muito forte. “A grande vantagem é que não agride os inimigos naturais. Ele deixa a competição com o campo biológico trabalhar (praga contra praga) e com isso a gente consegue manter uma lavoura de boa qualidade”, brinca o cafeicultor.
Outra vantagem destacada pelo produtor é a eficiência do Nim em condições de seca, quando os produtos convencionais costumam falhar. “No período muito seco, temos dificuldade em aplicar produtos químicos. Com o Nim é diferente: ele pode ser aplicado normalmente e atua ainda melhor, com excelente desempenho na planta.”
Resultados comprovados
Um estudo conduzido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), por meio do Departamento de Agronomia, trouxe novas perspectivas sobre o uso do Nim (Azadirachta indica) na agricultura brasileira. A pesquisa analisou o histórico da planta no país, seu desenvolvimento e, principalmente, seu funcionamento como ferramenta natural para o manejo de pragas e o aumento da eficiência de defensivos agrícolas.
O estudo aponta que o Nim contém cerca de cem moléculas ativas, com destaque para a azadiractina, principal substância responsável pelos efeitos inseticidas e reguladores de crescimento. Segundo a literatura técnica, como descrito no livro ‘O Nim – Azadirachta indica: natureza, usos múltiplos e produção’, a azadiractina pertence à classe dos limonoides e é uma molécula extremamente complexa — ainda não sintetizada em laboratório. Isso significa que todos os produtos disponíveis no mercado são obtidos exclusivamente por extração natural das sementes do Nim.
Essa impossibilidade de síntese confere ao extrato uma vantagem biológica única: os insetos não desenvolvem resistência, ao contrário do que ocorre com compostos sintéticos usados na agricultura, na pecuária e até em medicamentos. A azadiractina, além disso, apresenta uma estrutura química com diferentes isômeros e atividade biológica variável, sendo encontrada em maior concentração nos frutos e sementes da planta.
De acordo com o Iapar, a eficiência do Nim vai além da ação direta sobre as pragas. Quando combinado com outros produtos agrícolas, ele potencializa em até 20% os efeitos de defensivos convencionais, prolongando sua ação e reduzindo a necessidade de reaplicações. Essa característica o torna uma ferramenta estratégica, especialmente em um cenário onde defensivos de alta performance costumam perder eficácia com o tempo.
Pesquisa e sustentabilidade
Com sede em Araguari (MG), a Organic Neem mantém um viveiro experimental e laboratório próprio, onde são conduzidos estudos sobre o uso do Nim em culturas de café, cereais e hortifrúti.
Todos os produtos são elaborados a partir de matéria-prima cultivada e processada pela própria empresa, garantindo rastreabilidade e controle total de pureza.
A filosofia é clara: reduzir, reutilizar e reciclar, promovendo uma agricultura que respeita o solo, a água, o trabalhador e o consumidor final. “Trabalhar com o Nim puro é trabalhar com o futuro do agro — um futuro onde produtividade e sustentabilidade caminham juntas”, reforça Ailton Souza.
O recado dos pioneiros
Ao completar 24 anos, a Organic Neem celebra não apenas sua trajetória, mas o legado de quem acreditou no potencial do Nim desde o início.
“O Brasil precisa de empresas sérias, que valorizem a ciência, a ética e o produtor rural. O Nim não é modismo — é biotecnologia natural aplicada ao campo. E a diferença entre o verdadeiro e o falsificado está na pureza, no resultado e na transparência de quem fabrica”, afirma a direção da empresa.
Com planos de expansão e novos estudos em andamento, a Organic Neem segue firme no propósito que a move desde o primeiro dia: proteger o campo, o agricultor e o meio ambiente, com tecnologia 100% natural e brasileira.

