O que os produtores rurais precisam ficar atentos com o lançamento do Plano Safra 2025/2026?

Gestão financeira será essencial para que produtores e famílias rurais aproveitem as oportunidades do Plano Safra sem comprometer sua sustentabilidade econômica.
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O governo federal anunciou, nesta semana, o novo Plano Safra 2025/2026, com mais de R$ 500 bilhões em crédito rural, divididos entre a agricultura empresarial e familiar. Embora o volume seja o maior da história do programa, os juros mais altos e as novas condições de contratação exigem atenção redobrada das famílias do campo – especialmente por conta da taxa básica de juros elevada (Selic a 15% ao ano).

A primeira etapa do anúncio foi direcionada à agricultura familiar. De acordo com Fabiano Jantalia, sócio-fundador do Jantalia Advogados e especialista em Direito Econômico, o momento é estratégico para pequenos produtores avaliarem com cuidado as linhas de financiamento. “Apesar da boa notícia do crédito farto, é preciso atenção ao custo desse dinheiro e aos riscos de endividamento em um cenário de Selic ainda elevada”, alerta.

As taxas de juros variaram entre 6% e 12% ao ano no último biênio, conforme o tipo de linha escolhida, seja por custeio ou investimento. Com a projeção de que os números possam aumentar, isso exige planejamento financeiro detalhado, especialmente para produtores que enfrentam margens apertadas e aumento nos custos operacionais. “A contratação apressada, sem análise técnica ou jurídica, pode transformar uma oportunidade em um passivo preocupante”, reforça o advogado.

Outro ponto de atenção é a modalidade de indexação das linhas de crédito. Algumas são pré-fixadas, enquanto outras acompanham indicadores como Selic ou IPCA. Para famílias com menor familiaridade com essas variáveis, o apoio de cooperativas, extensionistas ou assessores financeiros pode ser decisivo para evitar surpresas no longo prazo.

O especialista também alerta para as exigências fiscais e ambientais. “O produtor precisa estar com toda a documentação em dia. Como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), regularidade ambiental e certidões fiscais, para não perder acesso às melhores condições do plano”, observa Jantalia. Ele recomenda que os produtores busquem orientação técnica ainda antes da abertura das contratações.

Em meio ao maior volume de crédito já oferecido pelo Plano Safra, a palavra de ordem é responsabilidade. “O recurso está disponível, mas cabe ao produtor fazer escolhas conscientes. O financiamento rural só cumpre seu papel de fortalecimento do campo quando vem acompanhado de estratégia e informação”, conclui o especialista.

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