Neutralização de carbono: o que é, como funciona e por que o tema será central na COP30?

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Às vésperas da COP30, que acontecerá em Belém (PA), cresce a pressão por compromissos climáticos claros e resultados concretos. Um dos conceitos mais mencionados nesse cenário é a neutralização de carbono, tema ainda cercado de dúvidas, mal-entendidos e até polêmicas.
De forma simples, neutralizar carbono significa calcular, reduzir e compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas por uma atividade, evento, empresa ou produto. A compensação ocorre por meio de projetos ambientais certificados, como reflorestamento, energia renovável ou agricultura regenerativa, que capturam ou evitam emissões equivalentes.

“A neutralização é essencial, mas precisa ser compreendida corretamente. Não se trata de pagar para poluir. É um processo técnico: começa pela medição precisa das emissões, passa pela redução sempre que possível e só então compensa o que não pode ser eliminado. Essa lógica garante credibilidade e integridade ao conceito”, explica Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan e especialista em estratégia Net Zero.

O tema estará no centro das discussões da COP30, já que países, empresas e organizações precisam mostrar avanços concretos no Acordo de Paris. Segundo Beltrame, a neutralização ganhou força porque permite agir imediatamente, enquanto soluções estruturais de longo prazo ainda estão em desenvolvimento. “Não podemos esperar décadas até zerar as emissões. O planeta exige ação agora. Neutralizar é como ganhar tempo: reduzimos a pressão sobre o clima enquanto avançamos em energias limpas, economia circular e novos modelos de produção”, ressalta o especialista.

Além disso, Beltrame destaca que o mercado de carbono cresce rapidamente e representa uma oportunidade econômica única para o Brasil, dono de uma das maiores biodiversidades do planeta e forte candidato à liderança global no setor. “Temos ativos ambientais singulares e podemos nos tornar referência mundial em projetos de alta integridade, ligados à conservação de florestas e inclusão social. Mas é preciso transparência, regulação clara e engajamento do setor privado”.

Com a proximidade da COP30, compreender a neutralização de carbono torna-se essencial não só para técnicos e negociadores, mas para toda a sociedade. “Quanto mais pessoas entenderem o conceito, menor será o espaço para greenwashing – quando empresas fingem ser sustentáveis sem reduzir impacto – e maior será a cobrança por resultados reais. A COP30 é um teste decisivo: o Brasil pode sair como protagonista ou como anfitrião que desperdiçou a chance”, conclui o CEO da Eccaplan.

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