Mudões reduzem o ciclo das hortaliças

A produção de mudas é uma etapa extremamente importante para o bom desempenho da lavoura hortícola. A utilização de mudas de qualidade está estreitamente correlacionada com a sanidade e produtividade final da cultura.
Crédito: Rafael Campagnol

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 09h31

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 09h31

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Autores

Herika Paula Pessoaherika.paula@ufv.br

Mariane Gonçalves Ferreira Copatimarianegonferreira@gmail.com

Engenheiras agrônomas, mestras e doutorandas em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Ronaldo Machado Junior Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – UFVronaldo.juniior@ufv.br

Crédito: Rafael Campagnol

A produção de mudas é uma etapa extremamente importante para o bom desempenho da lavoura hortícola. A utilização de mudas de qualidade está estreitamente correlacionada com a sanidade e produtividade final da cultura.

Empresas especializadas na produção de mudas de hortaliças estão disponibilizando mudas mais desenvolvidas, chamadas de mudões, que têm despertado a atenção dos horticultores. Os mudões são uma estratégia relativamente nova no setor e têm ganhado visibilidade por agregar vantagens como redução do ciclo vegetativo das plantas e precocidade para a colheita.

Para a produção dos mudões, as mudas são mantidas no viveiro por um tempo maior. A depender da cultura, estima-se que a muda possa permaneça no viveiro por até 60 dias.  Durante esse período as mudas ganham maior massa vegetativa e normalmente já ocorreu a saída da primeira florada. Com isso, após o transplantio dos mudões o período para o início da primeira colheria é reduzido.

A princípio, a técnica pode ser utilizada em qualquer espécie de hortaliça que seja propagada por meio de mudas e cujo produto comercial seja o fruto. Até o presente momento a técnica já foi empregada com sucesso para o cultivo de tomate, pimentas, pimentões e maracujá.

Além da precocidade de colheita, os mudões são mudas mais vigorosas. O desenvolvimento das mudas em recipientes maiores possibilita uma melhor relação entre raiz e parte aérea. Posteriormente, também proporciona maior resistência contra danos mecânicos no momento do transplante, boa capacidade de adaptação ao novo ambiente pós-transplante, maior resistência ao ataque de patógenos e redução de custos envolvidos com água, defensivos, adubação e mão de obra para a realização dos tratos culturais da cultura.

Mais produtividade

Como plantas jovens são mais resistentes e produtivas, o produtor visa, com esse manejo, ter uma maior produtividade por área/ano em um menor tempo de produção. Os resultados obtidos com a utilização dessa técnica têm demonstrado seu grande potencial – a precocidade alcançada possibilita a obtenção de até três ciclos de produção em um mesmo ano.

Produtores que optaram por utilizar o mudão têm se mostrado satisfeitos, e relatam os inúmeros benefícios dessa técnica. Comparada à técnica convencional, o mudão proporcionou a antecipação da colheita em 25-30 dias em cultivos de tomate e 40-45 dias no cultivo de pimentão.

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O mudão promove ainda economia nos insumos e maior segurança para o produtor. Uma vez que a muda é mais vigorosa, ela se estabelece no solo de forma mais rápida e eficiente e é menos sensível ao ataque de pragas. 

Outro resultado relatado pelos produtores é aumento da renda, uma vez que o período sem colheita entre o fim de uma safra e o início da próxima é reduzido.

O “mudão” possui um custo superior, visto que fica no viveiro o dobro de tempo. Contudo, com o “mudão” podem-se reduzir custos com a substituição de mudas mortas ou danificadas, perdas essas que podem ser de até 30%, no caso de mudas convencionais.

Além da redução da necessidade de replantio de mudas, a precocidade na colheita; economia com fertirrigação, mão de obra, água e defensivos devido ao menor tempo de permanência da planta no campo e redução no período sem colheita tornam essa técnica viável e rentável.

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