Mudas sadias são o início do sucesso no cultivo de morango

Fotos Michel Aldrighi Gonçalves

Publicado em 31 de janeiro de 2016 às 07h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h45

Acompanhe tudo sobre Coró, Fruta, Hortifrúti, Irrigação, Morango, Traça, Viveiro e muito mais!

MichélAldrighi Gonçalves

Engenheiro agrônomo, doutor e bolsista Capes/Embrapa

Luis Eduardo Corrêa Antunes

Engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador da Embrapa Clima Temperado

luis.antunes@embrapa.br

 

Fotos Michel Aldrighi Gonçalves
Fotos Michel Aldrighi Gonçalves

A muda é o ponto de partida no cultivo do morango, sendo que o uso de mudas de baixa qualidade compromete todas as demais etapas de produção, independente do sistema de produção adotado.

Recomenda-se que as plantas cultivadas sejam renovadas anualmente ou a cada dezoito meses, dependendo do sistema de cultivo adotado (solo ou fora dele), renovação esta motivada pelo acúmulo de doenças e pragas de um ciclo de cultivo para o outro.

Esta substituição de plantas representa aproximadamente 25% do custo de produção da cultura do morangueiro, sendo este percentual variável nas distintas regiões produtoras do País.

Qualidade

A utilização de mudas de elevada qualidade permite melhores respostas a práticas e tecnologias aplicadas no cultivo. Independente do sistema de produção adotado, a muda de qualidade proporciona o desenvolvimento inicial adequado da planta, obtenção de produções precoces e manutenção da qualidade das frutas durante o período produtivo, além de reduzir custos com controle de doenças e pragas que eventualmente possam ser introduzidas na lavoura por mudas de procedência duvidosa e de baixa qualidade. Sendo assim, é recomendado, sempre que possível, o uso de mudas certificadas.

Mudas certificadas são as únicas que oferecem garantia quanto às melhores características genéticas, fitotécnicas e fitossanitárias. O sistema de certificação pressupõe a existência de plantas básicas, plantas matrizes e mudas certificadas.

Área de produção de mudas em substratos - Fotos Michel Aldrighi Gonçalves
Área de produção de mudas em substratos – Fotos Michel Aldrighi Gonçalves

Influência na qualidade final da fruta

A utilização de mudas com comprovada origem genética e com estado fisiológico e fitossanitário adequado (certificadas) é fundamental para a obtenção de frutas de qualidade.

É importante salientar, entretanto, que a utilização de mudas de qualidade não é garantia de elevadas produtividades e qualidade da fruta, sendo necessários alguns pré-requisitos, como: escolha de cultivares adaptadas à  região de cultivo, manejo adequado do sistema adotado, assim como plantio em local de baixa potencialidade de inóculo de fungos e bactérias que sejam agressivos ao morangueiro.

Mudas pequenas, com idade fisiológica avançada e sistema radicular suberizado terão seu desempenho prejudicado durante o período produtivo, com impacto negativo na produtividade. Mudas grandes e vigorosas se estabelecem mais facilmente e exigem cuidados menos intensivos em relação à irrigação e ao manejo de doenças.

A qualidade da muda está diretamente relacionada com a concentração de carboidratos em seus órgãos de reserva (coroa e raízes), sendo o diâmetro da coroa o principal indicador de qualidade da muda, este influenciado principalmente pelo local de produção e a época de plantio das matrizes.

Muda fresca de raiz nua - Fotos Michel Aldrighi Gonçalves
Muda fresca de raiz nua – Fotos Michel Aldrighi Gonçalves

Critérios para a produção de mudas

Os seguintes passos podem garantir a produção de mudas:

ð Escolher o local adequado para a instalação do viveiro, dando preferência para regiões de elevada altitude que apresentem temperaturas amenas durante o outono;

ðUtilizar terrenos que não foram cultivados anteriormente com morangueiro e solanáceas, devido ao acúmulo de doenças no solo;

ðUtilização de plantas matrizes de qualidade comprovada, com adequada caracterização quanto à fidelidade genética e ausência de patógenos;

ð Realizar o recolhimento de ‘royalties’, sempre que forem multiplicadas cultivares protegidas (lembrando que o pagamento de ‘royalties’ é o mecanismo de retrofinanciamento da pesquisa de novas cultivares);

ðUtilizar sistemas de irrigação eficientes devido à alta probabilidade de ocorrência de déficit hídrico nos períodos de produção das mudas, aliado ao pequeno tamanho do sistema radicular das novas plantas;

ð Realizar um efetivo controle de plantas invasoras da área de produção de mudas, evitando-se a concorrência por nutrientes e posteriores dificuldades na retirada das mudas;

ð Garantir que as mudas não apresentem problemas fitossanitários motivados por imperícias durante o processo produtivo, independente do sistema de produção de mudas adotado;

ð Realizar o arranquio das mudas no viveiro (muda de raiz nua) ou a comercialização (mudas com torrão) no momento adequado, ou seja, quando as mudas atingirem a maturação, esta obtida geralmente com a exposição de 150 a 200 horas de frio (< 7 °C), exigência mínima das principais cultivares de morangueiro exploradas no País;

ðRealizar o transporte das mudas entre o viveiro e o produtor o mais rápido possível e sempre utilizar veículos adequados que minimizem a desidratação das mudas durante este transporte, principalmente quando se tratar de mudas frescas de raízes nuas.

Muda com torrão pronta para o plantio - Fotos Michel Aldrighi Gonçalves
Muda com torrão pronta para o plantio – Fotos Michel Aldrighi Gonçalves

Foto 05

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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