O projeto Propesca — A bioeconomia da pesca artesanal nos estados do Tocantins e de Roraima: caminhos seguros para a inclusão socioeconômica e estruturação da cadeia produtiva — acaba de divulgar novos dados sobre o monitoramento da pesca artesanal no Tocantins, referentes ao período de outubro de 2024 a março de 2025.
A ação é coordenada pelo pesquisador Adriano Prysthon, da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL), com histórico de atuação na Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO). No Tocantins, o projeto acompanha pescadores artesanais de cinco municípios: Araguacema, Araguatins, Couto Magalhães, Esperantina e Xambioá.
Monitoramento da pesca artesanal no Tocantins é feito com apoio direto das comunidades
A coleta de dados em campo é realizada por monitores locais que acompanham os pescadores diretamente após o retorno das atividades. Cada município conta com profissionais responsáveis pelo levantamento padronizado de informações como espécies capturadas, volume de produção, receita mensal e despesas operacionais.
“A relação sincera e respeitosa com os pescadores é parte do trabalho. Os monitores são o elo essencial entre a ciência e as comunidades”, destaca Adriano Prysthon.
Os dados obtidos são essenciais para dar visibilidade ao setor, fortalecer sua estruturação econômica e gerar impacto positivo no acesso a políticas públicas. Em Esperantina e Araguacema, por exemplo, colônias de pesca já utilizam os dados coletados para viabilizar acesso a microcrédito junto a instituições financeiras.
Impacto social e ambiental do projeto Propesca
O monitoramento da pesca artesanal no Tocantins busca não apenas gerar indicadores econômicos, mas também valorizar a conservação ambiental, a segurança alimentar e o protagonismo das comunidades ribeirinhas na gestão dos recursos pesqueiros.
Os dados levantados ajudam a dimensionar o papel da pesca artesanal no desenvolvimento local, tornando visível uma atividade muitas vezes marginalizada nas estatísticas oficiais. “Quando conseguimos mostrar com dados o que é produzido, quanto se ganha, quanto se gasta e quais espécies estão envolvidas, damos um passo importante para políticas públicas mais eficazes e sustentáveis”, afirma Prysthon.
O projeto é fruto da cooperação entre a Embrapa, pescadores locais, monitores de campo e instituições parceiras. A expectativa é que os boletins atualizados sejam incorporados em ações de desenvolvimento produtivo, crédito rural e gestão ambiental nos próximos anos.