Mitos e verdades sobre o mel

Professor Armindo Vieira Junior, fundador da Cia da Abelha, e referência em apicultura esclarece as dúvidas mais comuns sobre o insumo
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O Brasil é o maior produtor de mel orgânico do mundo. Em contrapartida, o consumo no país ainda é um dos menores do globo: 60 gramas per capita por ano, enquanto a média mundial está em 240 gramas, de acordo com Associação Brasileira de Estudo das Abelhas. “O nosso mel é um dos melhores do mundo, pois nossas abelhas são miscigenadas, fruto da reprodução das abelhas de raça europeia com a raça africana, muito resistentes a patologias e aos predadores, por isso não necessitam de remédios e antibióticos”, explica professor Armindo Vieira Junior, fundador da Cia da Abelha. Esse mel puro e orgânico é muito disputado e consumido no mercado internacional. Não à toa, 80% do mel produzido no Brasil vai para o E.U.A e para Alemanha, segundo dados da Abemel (Associação Brasileira dos Exportadores de Mel). Inclusive o Brasil foi premiado pela quinta vez seguida, no Apimondia, um congresso mundial de apicultura, que foi realizado recentemente na Turquia.

Para incentivar o consumo do produto no país, o professor Armindo Vieira Júnior, referência em apicultura, comenta alguns mitos e verdade sobre esse rico alimento.

1. O mel tem prazo de validade.
MITO. Prazo de Validado do mel, na prática, é indeterminado. “Contudo, aos olhos da lei e das normas federais tem validade. O rótulo dos produtos que são vendidos nos mercados apresenta validade de dois anos. Mas, afirmo que a validade é indeterminada por duas características do produto: o baixo percentual de água e por ser um poderoso antioxidante; isso quer dizer que não sofre intempéries da natureza. Com pouca água, a bactéria não sobrevive”, explica o professor.

2. O mel é remédio.
MITO. Todos os méis são ricos em nutrientes, independente da florada. Vitaminas e sais minerais, além de substâncias químicas e biológicas específicas que desencadeiam processos de metabolismo regulares. Trata-se de um Alimento Funcional, com atividades biológicas de regulação modulatória. Todos os méis possuem elevada atividade antimicrobiana por osmose, antibiótica contra bactérias por toxicidade, anti-inflamatórias e analgésicas.

3. O produto que não tem rotulo não é mel.
VERDADE. “Todo produto que está à venda tem que ter rótulo. O código de Defesa do Consumidor determina que todo produto tem que ter uma origem, nome, identificação, contato de quem produziu, contato de quem embalou, quem distribuiu, data de fabricação, data de validade e central de atendimento ao consumidor. E selo de registro sanitário: SIF, SIE, SIM, ARTE ou SISBBI”, orienta Armindo.

4. A qualidade do mel mais escuro é superior se comparado ao mel claro.
VERDADE. “A coloração do mel é determinada pelo seu teor de sais minerais. Quanto mais sais minerais possui o mel mais escuro ele é, em contrapartida possui um sabor mais forte, agridoce. Nutricionalmente é superior em relação ao claro por possuir mais sais minerais”, comenta.

5. Mel industrial é mel.
MITO. “O mel industrial não passou pela abelha, logo é um produto falsificado. Nesse caso, a abelha não visitou a flor. No mel industrial, o néctar é simulado; a enzima usada é sintética, feita a partir de um processo laboratorial. Além disso, no Brasil, o que não vier da flor, da planta ou do tronco, não é mel. A própria norma de identidade e qualidade do mel escrita e aplicada no RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) do MAPA (Ministério da Agricultura) é clara ao afirmar que o mel tem origem na Flor ou nas estruturas extra florais de secreções dos vegetais. O conceito de mel industrial além de ser falso corrobora em crime contra o consumidor, induzido ao erro”, esclarece o professor.

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