Mercado voluntário de carbono deve valer de US$ 10 bilhões a US$ 40 bilhões até 2030

De acordo com estudo da consultoria, potencial de remoção de CO2 da atmosfera e armazenamento no solo é de 5 gigatoneladas por ano até 2050
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Foto: Pixabay

Um estudo recente conduzido pelo Boston Consulting Group (BCG) destaca o crescente interesse na remoção de carbono, impulsionado pelos esforços corporativos para atingir emissões líquidas zero e combater as mudanças climáticas. A pesquisa, intitulada Unearthing Soil’s Carbon-Removal Potential in Agriculture estima que o mercado voluntário de carbono (VCM) alcance entre 10 e 40 bilhões de dólares até 2030.

Essa expansão, contudo, aumenta a preocupação com a qualidade da captura de carbono, além de sua quantidade, conforme o mercado se desenvolve. Por isso, o BCG aponta métodos inovadores que podem contribuir com o sequestro de carbono no solo – remoção do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazenamento do mesmo em reservatórios naturais –, que deve atingir 5 gigatoneladas por ano até 2050. São eles:

Intemperismo Aprimorado das Rochas. Por meio da técnica, o CO2 é mineralizado e transformado em carbonatos estáveis no solo e, consequentemente, não é facilmente liberado de volta para a atmosfera a curto prazo.

Biochar. Utiliza um processo termoquímico para decompor biomassa com baixo ou nenhum nível de oxigênio e transformá-la em um material carbonizado estável (o biochar), que pode então ser incorporado ao solo e permanecer nele por séculos. De acordo com o BCG, cada tonelada de biochar pode sequestrar aproximadamente 3 toneladas de CO2 por acre.

Microbianos. Procedimento que envolve a introdução de microrganismos benéficos (como bactérias, fungos e outros micróbios) no solo para aumentar a fertilidade, a ciclagem de nutrientes e a saúde geral do solo. O estudo salienta que esses microrganismos podem sequestrar até 4 toneladas de CO2 por acre e de forma permanente, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas a longo prazo.

“Além de seus benefícios ambientais, esses métodos têm o potencial de reduzir as emissões de escopo 3 de grandes empresas, especialmente nos setores de alimentos, bebidas e agrícolas. A integração deles também pode melhorar a produtividade e a sustentabilidade das práticas agrícolas”, complementa Lucas Moino, sócio do BCG.

Entretanto, o levantamento ressalta a importância de novos registros e métodos de conferência para apoiar a implementação dessas soluções de remoção de carbono. Segundo o executivo, é essencial ter transparência e confiabilidade nas etapas de medição, relato e verificação (MRV) para garantir a eficácia e a permanência dessas práticas.

“Estamos testemunhando uma mudança de paradigma onde a sustentabilidade se torna uma prioridade para as empresas. Essa abordagem não apenas beneficia o meio ambiente, mas também promove a inovação e o crescimento em setores-chave da economia”, finaliza Moino.

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