Mercado brasileiro de sementes deve crescer 8% ao ano até 2027

Com aumento da demanda mundial por alimentos, mercado sementeiro deve expandir e registrar mais transações de fusões e aquisições nos próximos anos; pesquisas em melhorias genéticas e avanços na tecnologia estão entre os principais fatores que impulsionam o setor
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O mercado sementeiro deve crescer 8,3% ao ano até 2027 no Brasil, segundo projeção realizada pela Redirection International, empresa especializada em assessoria de fusões e aquisições, com base em uma análise do consenso do mercado. De acordo com o levantamento, a crescente pressão sobre a produção agrícola, estimulada pela demanda global por alimentos pode transformar o segmento de sementes no próximo grande alvo potencial para as atividades de fusões e aquisições (M&A).

“O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e possui uma ampla extensão de terras aráveis, com climas e relevos diferenciados para as mais variadas culturas, o que impulsiona também a procura por sementes de alta qualidade para manter a produtividade e competitividade do produto brasileiro”, destaca o economista Vinicius Oliveira, sócio da Redirection International e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele lembra que o agronegócio, de um modo geral, tem intensificado as transações de M&A nos últimos anos, com 53 negócios consolidados e divulgados ao mercado somente entre 2022 e 2023, entre revendas agrícolas e empresas de biológicos.  Neste contexto, as sementeiras estão no foco das transações, principalmente quando envolve pesquisa genética e novas tecnologias. “Um dos principais desafios do mercado sementeiro é produção de sementes de qualidade em grande quantidade para atender a demanda global por alimentos. Neste sentido, as fusões e aquisições podem ajudar a ampliar o leque de produtos ofertados e a diversificar o portfólio, adquirindo novas tecnologias, já que quem tem mais genética pode sair na frente neste segmento”, alerta Vinicius Oliveira.

A fragmentação do mercado é outro fator que favorece as atividades de M&A. Enquanto no Brasil a líder de mercado detém apenas 8,5% do setor, nos Estados Unidos a estimativa é que o market share da líder chegue 37% e da vice-líder a 28%, por exemplo. A tendência, segundo o estudo, é que as empresas locais e regionais sejam incorporadas por empresas de maior porte e com ampla área de atuação geográfica, principalmente nos grandes polos de produção agrícola.

Entre as transações recentes registradas no Brasil estão a aquisição da Sementes São Francisco pelo Grupo Pátria, anunciada em junho deste ano, e a compra da Isla Sementes pela Sakata Seed Corporation, em outubro do ano passado. Ainda em 2023, a Syngenta adquiriu a Feltrin Sementes.

De acordo com a projeção feita pela Redirection International, entre as tendências do segmento estão o aumento no uso de sementes geneticamente modificadas no país ao mesmo tempo em que se percebe um crescimento na adoção de biotecnologia e pesquisas para o desenvolvimento de sementes de alto rendimento e resistentes a pragas e às mudanças climáticas. Além disso, as políticas governamentais favoráveis e subsídios destinados a promover a inovação agrícola e a agricultura de precisão também devem alavancar o setor.

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