Luz ultravioleta reduz podridão do melão

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Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
paula.alna@yahoo.com.br

O fungo Fusarium pallidoroseum, principal agente da podridão do melão, causa prejuízos enormes aos melões amarelos, o tipo mais exportado pelo Brasil. As doenças verificadas após a colheita provêm de infecções, com destaque para a podridão.

Essas infecções ocorrem no campo, na colheita e nos procedimentos pós-colheita, no packing house. Estes fungos podem sobreviver no solo, nos restos culturais, sendo inoculados nos frutos desde o plantio até a colheita.

As lesões fúngicas podem aparecer em qualquer parte do fruto, sendo mais frequentes na zona de abscisão peduncular decorrentes da prática de colheita. Inicialmente, ocorre o aparecimento de pequenas lesões encharcadas, acompanhadas de intenso crescimento micelial cotonoso branco.

Já na parte interna, apresenta lesões de cor marrom, cuja seção de corte revela podridão de aspecto esponjoso e seco, com um halo branco.

E agora?

Na pós-colheita, é essencial o uso de práticas para conservação dos frutos, porque nessa fase eles continuam com seu metabolismo ativo. A redução das perdas em pós-colheita representa prioridade para os produtores.

Inovação

A radiação ultravioleta é originada da energia do sol que chega à superfície da terra. É um tipo de radiação eletromagnética com comprimento de onda de 100 a 400 nanômetros e de frequência maior que a luz visível.

Assim, a radiação ultravioleta é classificada em UVA, UVB e UVC, dependendo das faixas de radiação. Os raios UVC, que apresentam em comprimento de onda menor que 280 nm, são aplicados, por meio de fontes artificiais, na esterilização de materiais cirúrgicos e em processos de tratamento de água.

Também é um tipo de radiação a ser utilizada no tratamento de frutas e considerada uma esterilização segura, por não apresentar resíduos químicos prejudiciais à saúde dos consumidores.

A luz ultravioleta tem efeito germinicida para a maioria dos microrganismos, como bactérias, vírus, leveduras e fungos.

Desta forma, pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical afirmam que a UV pulsada pode controlar o fungo Fusarium pallidoroseum, principal agente da podridão do melão.

Como funciona

A aplicação de flashes de luz ultravioleta (UV) pode ser empregada de duas formas: ultravioleta pulsada (Uvp), consistindo de uma tecnologia em que a energia é armazenada em um capacitor e liberada em flashes intermitentes, o que aumenta de forma instantânea a intensidade de energia e a ultravioleta contínua, onde são liberados flashes de forma contínua.

Devido a essa característica, a ultravioleta pulsada é mais efetiva e mais rápida na inativação de microrganismos.

A utilização da luz ultravioleta pulsada estimula os mecanismos de defesa pós-colheita no melão, representa a morte das colônias de fungos do gênero Fusarium spp. e ocasiona o controle da podridão em melões amarelos.

A luz ultravioleta pulsada pode apresentar um efeito mais duradouro de proteção dos melões. Ela afeta o metabolismo do fruto e aumenta o teor de substâncias antioxidantes que atuariam como uma espécie de vacina contra o ataque dos microrganismos.

O uso da radiação ultravioleta tem se mostrado eficiente no controle de microrganismos patogênicos em frutas orgânicas, que além de seguro, não deixa/gera resíduos. A utilização de métodos alternativos possui vantagens, como a diminuição da resistência fúngica, baixo custo de aplicação e diminuição da agressão ao meio ambiente.

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