Inimigo natural ataca broca da cana e Helicoverpa armigera

Crédito Shutterstock

Publicado em 9 de outubro de 2015 às 15h55

Última atualização em 9 de outubro de 2015 às 15h55

Acompanhe tudo sobre Ácaro, Biológico, Cana-de-açúcar, Controle biológico, Cotesia, Helicoverpa, Lagarta, Larva, Oliveira, Parasitismo e muito mais!

 

Harley Nonato de Oliveira

Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste

Juliana Simonato

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Samir Oliveira Kassab

Pós-doutorando da UFGD

Fabrício Fagundes Pereira

Professor da UFGD

 

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As fêmeas da mariposa da broca da cana colocam seus ovos nas folhas da cana-de-açúcar e as lagartas recém-eclodidas inicialmente se alimentam do parênquima das folhas, seguindo para a bainha, e depois penetram no colmo da planta, abrindo galerias.

Os danos causados por essa praga podem ser diretos, por meio dessa abertura das galerias, o que reduz o fluxo de seiva, ocasiona perda de peso, torna a planta mais suscetível ao tombamento pelo vento, seca o ponteiro (sintoma conhecido como coração morto); e indiretos, causados pela ação dos fungos Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, que penetram pelos orifícios do colmo e invertem a sacarose, o que diminui a pureza do caldo.

Segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), para uma produtividade de 80 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, as perdas para cada 1% de infestação da broca são de 616 quilos de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros de álcool.

A Helicoverpa armigera

A Helicoverpa armigera é uma espécie polífaga, ou seja, que se alimenta e consegue se desenvolver em uma diferente gama de espécies de plantas cultivadas de importância econômica e plantas silvestres.

As lagartas são as responsáveis pelos danos e se alimentam tanto dos órgãos vegetativos quanto dos reprodutivos das plantas, mas têm preferência pelas estruturas reprodutivas, como botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências, causando deformações ou podridões nestas estruturas, ou até mesmo a sua queda, o que reduz a produtividade da cultura.

Cotesia parasitando Diatraea - Crédito Samir Oliveira Kassab
Cotesia parasitando Diatraea – Crédito Samir Oliveira Kassab

Inimigo natural

Tetrastichus howardi é um endoparasitoide, ou seja, na sua fase jovem vive no interior do corpo da praga. Apresenta potencial de controle de diversos lepidópteros-praga, parasitando tanto a fase de pupa quanto de lagarta, interrompendo a continuidade do ciclo do inseto-praga.

No Brasil, os primeiros registros de Tetrastichus howardi no campo foram parasitando Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae) em cana-de-açúcar e em milho.

Estudos realizados em parceria pela Universidade Federal da Grande Dourados e Embrapa Agropecuária Oeste têm demonstrado que esse parasitoide é eficiente no controle da broca da cana e apresenta potencial para controle de Helicoverpa armigera, tanto nos estágios de lagarta quanto pupa.

Pesquisas

Para Diatraea saccharalis, os bioensaios efetivamente desenvolvidos com a broca da cana-de-açúcar demonstraram que o parasitoide T. howardi pode parasitar lagartas, pupas e adultos de D. saccharalis.

As taxas de parasitismo de T. howardi em adulto, lagarta e pupa de D. saccharalis foram de 2%, 56% e 68%, respectivamente. Além disso, as liberações de T. howardi em campo podem aumentar a eficiência de controle das populações de D. saccharalis em canaviais, uma vez que esse parasitoide pode ser mais uma alternativa para o controle da broca da cana em condições de campo.

No entanto, um aspecto a ser observado é que T. howardi deve ser liberado em momento diferente daquele de Cotesia flavipes, que é o principal agente de controle biológico utilizado, visando diminuir a competição entre esses inimigos naturais.

Para Helicoverpa armigera, experimentos foram conduzidos visando avaliar o parasitismo em pupas de H. armigera e os resultados foram promissores, com o parasitoide T. howardi apresentando porcentagens de parasitismo e emergência de 100%, em condições de laboratório.

Estudos iniciais em condições de campo demonstraram a dificuldade do parasitoide em localizar as pupas no solo, já que as mesmas ficam aproximadamente 3 cm abaixo do solo, havendo a necessidade de novos estudos visando adequar a metodologia, bem como a densidade de parasitoides a serem utilizados para avaliar a real capacidade do parasitismo em pupas em condições naturais.

Também avançam os estudos em relação ao controle da fase larval, e os resultados iniciais são considerados satisfatórios.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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