Indução floral da macieira – Uso de reguladores de crescimento

Crédito Marco Lucini

Publicado em 12 de julho de 2017 às 07h13

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 07h13

Acompanhe tudo sobre Poda, Traça e muito mais!

José Luiz Petri

Pesquisador da Epagri/Estação Experimental de Caçador

petri@epagri.sc.gov.br

 

Crédito Marco Lucini
Crédito Marco Lucini

Podemos dizer que o crescimento vegetativo é antagônico à indução floral. Plantas ou ramos muitos vigorosos tendem a ter uma menor indução floral e, consequentemente, menos flores na planta. Mas, com o controle do crescimento muitos ramos que teriam que ser retirados com a poda se transformam em brindilas, que são as estruturas de frutificação que dão os melhores frutos.

Também com o controle do crescimento vegetativo há uma maior entrada de luz na planta, o que favorece a indução floral.

Ganho produtivo

Com o controle do crescimento há uma maior indução floral, pois reduzimos a competição entre o crescimento vegetativo e a formação de órgãos de frutificação. Consequentemente, teremos uma maior formação de esporões e brindilas, o que poderá se refletir em aumento de produtividade.

Porém, não podemos definir quantitativamente, pois vai depender de cada pomar e até mesmo de fatores ambientais durante o período de floração.

Mais qualidade

A indução floral propriamente dita não traz ganhos de qualidade, porém, o controle do crescimento vegetativo melhora a qualidade das gemas, principalmente dos esporões, melhorando o calibre dos frutos.

A indução floral da macieira inicia de 30 a 45 dias após a floração, e continua o processo de diferenciação floral até a próxima floração. Como podemos ver, a floração do próximo ciclo é definida logo após a floração, quase um ano antes.

Neste períodode indução floral, qualquer estresse na planta pode reduzir a indução floral, como exemplo o excesso de frutificação em que, se não for realizado o raleio até 30 dias após a floração, corre-se o risco de ter a alternância de floração.

Opções

Os reguladores de crescimento que devem ser usados são os que inibem a produção de giberelinas, fazendo com que a planta paralisepor um determinado período o crescimento dos ramos do ano.

No Brasil, o único produto registrado para o controle do crescimento da macieira é o Viviful.

Quando aplicar

A aplicação pode ser realizada logo após a plena floração, no estádio de queda das pétalas, e repetida após 30 dias, ou quando reiniciar o crescimento. Mas também pode ser feita em outros períodos, como mostra o quadro abaixo.

Época de aplicaçãoConcentração Viviful®Observações
1. Plena floração e queda de pétalas400 a 800 g ha-1Controle do crescimento e aumento da frutificação efetiva. Reaplicar após 30 dias
2. Ramos de 5 a 15 cm1.200 g ha-1Reassumindo o crescimento dos ramos, reaplicar.
3. Ramos com 5 cm

30 dias após a primeira aplicação

600 g ha-1

600 g ha-1

Aplicação aos 30 dias após, somente se houver reassumido o crescimento dos ramos.
4. Ramos 5 cm

30 dias após a primeira aplicação

60 dias após a primeira aplicação

400 g ha-1

400 g ha-1

400 g ha-1

Reaplicar aos 30 dias após a primeira aplicação e aos 60 dias somente se reassumido o crescimento dos ramos.
Com o controle do crescimento da maceira, muitos ramos que teriam que ser retirados com a poda se transformam em brindilas - Crédito José Luiz Petri
Com o controle do crescimento da maceira, muitos ramos que teriam que ser retirados com a poda se transformam em brindilas – Crédito José Luiz Petri

Recomendações

A dosagem do produto poderá variar de 400 g a 1.200 g, dependendo daépoca de aplicação e dos objetivos, conforme o quadro anterior.

Já o custo poderá variar de acordo com a dosagem e o número de aplicações, porém, normalmente, quando se fala em reguladores de crescimento, tem que se levar em consideração o custo-benefício, como no caso do Viviful, que tem como um dos objetivos reduzir os trabalhos de mão de obra de poda.

Viabilidade

Para avaliar o custo-benefício, temos que comentar os resultados esperados, que no caso do Viviful é a redução do crescimento dos ramos, trazendo como consequência a redução dos trabalhos manuais de poda, melhora da eficiência dos tratamentos fitossanitários, aumento da indução floral e melhora da coloração vermelha dos frutos.

Em um plantio em alta densidade, com 2.500 plantas por ha, se aumentarmos cinco frutos por planta já haverá um aumento de mais de 1.500 kg de frutos/ha, o que pagaria os custos da aplicação, sem considerar que podemos reduzir em até 80% os trabalhos de poda e ainda teríamos um ganho na melhoria da qualidade dos frutos pela melhor coloração vermelha.

Essa matéria você encontra na edição de Julho 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Biorrefinarias do futuro: Inpasa impulsiona a industrialização do agronegócio

2

Expansão do etanol de milho exige segurança jurídica e infraestrutura

3

Abrates anuncia Foz do Iguaçu como sede do XXIII Congresso Brasileiro de Sementes em 2026

4

Multiprodutos da floresta: da madeira ao cosmético

5

Etanol de milho: o combustível que está transformando o agronegócio

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Alho

Enzimas da casca de alho podem eliminar nematoides e proteger lavouras

Alcaparras em conserva

Alcaparra: cultivo, benefícios e importância econômica da iguaria mediterrânea

cacau

"Cacau vai crescer no Brasil e esse cacau será irrigado", afirma especialista

Cocoa pods and cocoa beans - chocolate basis isolated on a white background.

Tipos de cacau: características, uso, renda e condições de plantio