Incertezas marcam início da safra de grãos 2023/24

Especialista alerta que em meio a especulações do mercado, produtores que conseguirem estocar sua produção poderão barganhar melhores preços nas vendas futuras e encontrar oportunidades

Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 12h00

Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 12h00

Acompanhe tudo sobre incertezas, início da safra, safra 2023/24, Safra de grãos e muito mais!

O ano de 2024 iniciou com cenário semelhante ao que terminou 2023, ou seja, com muitas incertezas para a classe produtora, principalmente por conta dos fatores climáticos, e isso deve persistir. De acordo com o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), autoridade climática global, o fenômeno El Niño, que está em seu pico e tem previsão para terminar em março, deve ter neutralidade em abril. Entretanto, os produtores não terão muito o que comemorar, afinal, as previsões indicam que outro fenômeno climático, o La Niña deve começar em junho.

Lalo Malinarich, Head de Mercado Silo Bolsa Silox
Créditos: Divulgação

Desta forma no Brasil, a tendência é que as chuvas fiquem mais volumosas que o normal no Norte e no Nordeste, e o tempo fica mais seco em amplas áreas do Centro-Sul do país, especialmente o Sul. Com essa instabilidade a produtividade da safra está sendo comprometida. Em algumas regiões, muitos produtores tiveram que refazer o plantio, outros perderam a janela para cultivo da safrinha e assim a tendência é de uma boa redução na produtividade.

Quanto ao volume dessa redução ainda há muita discordância. Segundo o engenheiro agrônomo, Lalo Malinarich, Head de Mercado Silo Bolsa Silox do Grupo Nortène, enquanto a Conab indica uma produção de 155 milhões de toneladas de soja, a Aprosoja calculou 135 mi de ton da oleaginosa.  “Ou seja, são 20 milhões de toneladas de diferença. Portanto, há ainda muita especulação no mercado”, destacou.

Ainda segundo o especialista, que reside atualmente na Argentina e tem ampla experiência com agricultura em diversos países no mundo, somente em Mato Grosso, a quebra na safra de soja foi de cerca de 10 milhões de toneladas. “Em Goiás, o plantio demorou muito e se sabe que quando se alonga muito o plantio, a produtividade deve cair. Desta forma, há uma disparidade entre as projeções, é o que temos visto no campo até agora”, complementou Lalo.

Estratégia e boa gestão

Em momentos como este de indefinições do mercado e especulações, nem tudo está perdido, e muito pelo contrário, pode ser uma oportunidade aos produtores mais preparados. Principalmente os que possuem estrutura de armazenagem de grãos.

Conforme explica o especialista da Nortène, a armazenagem sempre é um negócio interessante para quem é mais precavido e planejado, sobretudo quando há incerteza no mercado. “Com os valores que hoje a soja atingiu e com as perspectivas duvidosas para frente, somado ao aumento do consumo interno que está se projetando na indústria brasileira, os grãos vão ficar dentro do País usando as estruturas fixas. A tendência, portanto, é aumento na necessidade de armazenagem, que já é defasada”, alerta.

Ainda segundo o engenheiro agrônomo, a dica que daria ao produtor no momento é a de assegurar o grão que é o fruto do trabalho e do investimento do ano, para garantir bons negócios. “Eu acho que o agricultor que tem a chance de manejar a comercialização do grão para o futuro poderá fazer bons negócios. Para tanto é fundamental que tenham feito investimentos. Principalmente em armazenagem, somado a uma gestão bem eficiente. Assim conseguirão usar as incertezas a seu favor”, diz.

Ainda dá tempo

Apesar do prazo apertado, ainda é possível encontrar uma estratégia para minimizar a falta de armazenagem. A recomendação é utilizar estrutura móvel, como os silos-bolsa. “A alternativa que pode atuar em paralelo ao silo estático tem entre os benefícios o menor custo de instalação e manutenção, maior flexibilidade em capacidade e localização e melhor conservação da qualidade dos produtos armazenados”, ressalta Malinarich.

O silo-bolsa barateia o investimento e é ótima solução, pois os grãos podem ficar estocados por até um ano que o custo será igual e a qualidade também. Desta forma, o agricultor pode planejar a venda e esperar até o melhor momento do mercado para fazer a comercialização, atingindo maiores rentabilidades. A Nortène tem ainda tem disponibilidade para atender ao mercado. “Sugerimos que os produtores não deixem para última hora”, alerta o especialista.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Famílias do Vale do Jequitinhonha cultivam espécies biofortificadas de batata-doce, ricas em vitamina A

2

Créditos de água fortalecem a preservação ambiental na Caatinga

3

Biotecnologia avança no cultivo de trigo e amplia ganhos de produtividade

4

Alavanca de competitividade: agilidade e redução de custos com e-procurement no agronegócio

5

Amipa atualiza dados da safra e apresenta projeções para 2025/2026

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Divulgação Superbac

Biotecnologia avança no cultivo de trigo e amplia ganhos de produtividade

No cenário global de commodities, a margem de lucro está na eficiência

Alavanca de competitividade: agilidade e redução de custos com e-procurement no agronegócio

Nova iniciativa da BASF Soluções para Agricultura voltada para conservação de abelhas. (Crédito: Embrapa)

BASF lança projeto que une sojicultores e apicultores para impulsionar agricultura sustentável no Pampa Gaúcho

Atualmente, a Fazenda Pau Furado cultiva aproximadamente 600 hectares de soja, milho, feijão, aveia, cevada e trigo
divulgação

Inovação e compromisso ambiental colocam a Fazenda Pau Furado entre as mais sustentáveis do Paraná