Greening e psilíde: dupla ameaça que desafia a citricultura mundial

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Crédito: Fundecitrus

O greening, também conhecido como Huanglongbing (HLB), é uma das doenças mais devastadoras que afeta a citricultura global. Causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., a doença é transmitida pelo psilídeo dos citros (Diaphorina citri).

Desde a sua primeira detecção, o greening tem se espalhado rapidamente, causando enormes prejuízos econômicos e comprometendo a viabilidade dos pomares em diversas regiões produtoras de citros ao redor do mundo.

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) a safra passada teve um aumento de 56% da incidência de greening, e este aumento alarmante ressalta a gravidade da doença, além de ser motivo de enorme preocupação para os envolvidos do setor.

Sintomas

Os sintomas da doença são caracterizados pelo amarelecimento irregular e deformação das folhas, que podem se curvar ou apresentar crescimento anômalo. Os frutos de plantas infectadas costumam ser pequenos, irregulares e amargos, com queda prematura antes da maturação.

Além disso, a planta pode mostrar sinais de declínio geral, como crescimento reduzido, murcha, e eventualmente morte, comprometendo significativamente a produtividade e a sanidade do pomar.

Visto de perto

O psilídeo, vetor da doença, é um pequeno inseto sugador que mede cerca de 3,0 – 4,0 mm de comprimento e apresenta coloração marrom com manchas claras nas asas. Seus ovos são de cor alaranjada, e geralmente são encontrados depositados nas brotações da cultura.

Suas ninfas passam por cinco estágios de desenvolvimento, e são encontradas principalmente em folhas novas. Seu ciclo de vida pode ser duração de 15-47 dias, dependendo das condições climáticas.

Em regiões mais quentes, o desenvolvimento é mais rápido, favorecendo múltiplas gerações por ano, o que aumenta o desafio do seu monitoramento.

Solução efetiva

O controle do greening requer uma abordagem abrangente e coordenada. Para começar, é essencial focar na gestão do vetor que transmite a bactéria, utilizando inseticidas e armadilhas para controlar a população de psilídeos.

Nesta linha, a empresa Gowan possui o inseticida Dicarzol, que alcançou 97% de eficácia, segundo o AvaliaPsilideo, ferramenta disponibilizada pela Fundecitrus. Seu ingrediente ativo, o formetanato, pertence à classe dos carbamatos e atua como um potente inseticida, de ação de contato e ingestão, que interfere no sistema nervoso dos insetos, levando à paralisia e morte.

Somado a isto, é importante a remoção e destruição de plantas infectadas para prevenir a disseminação da doença. Manter a saúde das plantas com práticas culturais adequadas, como garantir uma nutrição balanceada e ajustar a irrigação, é fundamental para reduzir o risco de infecção.

Além disso, a escolha de mudas de citros certificadas, livres de patógenos, é uma ferramenta importante no avanço da doença. Por fim, adotar um controle integrativo contra o greening é a chave para proteger nossas plantações cítricas e garantir um futuro saudável e produtivo para a agricultura nacional.

 Figura 1: Ilustração do inseto psilídeo (Diaphorina citri).

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