Gotejo pode dobrar produtividade do tomateiro

Cultivo de tomate irrigado por gotejo - Créditos Waldir Marouelli

Publicado em 16 de julho de 2014 às 08h00

Última atualização em 16 de julho de 2014 às 08h00

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Antonio Carlos Andrade Gonçalves

Engenheiro agrícola, doutor em Agronomia e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEL)

acagoncalves@uem.br

A técnica da irrigação consiste em captar água de alguma fonte superficial ou subterrânea e levá-la até o solo onde as plantas são cultivadas, de forma que estas sejam atendidas em suas necessidades hídricas, sem restrições.

Cultivo de tomate irrigado por gotejo - Créditos Waldir Marouelli
Cultivo de tomate irrigado por gotejo – Créditos Waldir Marouelli

Desde os mais rudimentares procedimentos para a irrigação, nos primórdios da atividade agrícola humana, até os dias atuais, muito conhecimento foi consolidado em torno dessa técnica, permitindo avanços em termos de materiais, equipamentos, procedimentos, técnicas de manejo e identificação das necessidades de água pelas culturas.

Tudo isso tem contribuído para que a água seja utilizada com mais eficiência, promovendo incrementos de produtividade e de qualidade dos produtos, enquanto as perdas de água no processo são minimizadas.

Os sistemas de gotejamento apresentam custo médio de aproximadamente R$ 10.000,00 por hectare - Créditos Waldir Marouelli
Os sistemas de gotejamento apresentam custo médio de aproximadamente R$ 10.000,00 por hectare – Créditos Waldir Marouelli

Métodos de irrigação

Alguns métodos de irrigação se caracterizaram como mais adequados ao longo da história e são largamente empregados nos dias atuais. Cada um pode apresentar vantagens ou desvantagens, conforme as condições locais.

Um dos métodos mais empregados em todo o mundo é o da irrigação por aspersão, no qual a água é aspergida sobre as superfícies de solo e planta, simulando uma chuva com intensidade e duração controladas. Diversas culturas, inclusive hortaliças, são irrigadas com sistemas de irrigação que empregam esse método.

Na cultura do tomate, são empregadas principalmente a aspersão (convencional e pivô central), em se tratando de tomateiro industrial; e a irrigação por sulcos, por aspersão e por gotejamento, com relação ao tomate de mesa (MAROUELLI; SILVA, 2002; VISSES, 2013). Embora qualquer método possa ser utilizado nas mais diversas circunstâncias, a opção por um deles pode ser mais conveniente.

Adequadamente dimensionada e operada, a irrigação possibilita incrementos de produtividade da ordem de até 40 - Créditos Waldir Marouelli
Adequadamente dimensionada e operada, a irrigação possibilita incrementos de produtividade da ordem de até 40 – Créditos Waldir Marouelli

Entre um e outro

A ocorrência de doenças e o ataque de pragas podem influenciar fortemente a produção de tomate, sendo que o controle de tais agentes promove grande parte do elevado custo de produção dessa cultura. Nesse sentido, a irrigação por aspersão, mais largamente empregada, tem como inconvenientes a criação de um ambiente úmido junto à parte aérea das plantas, o que favorece o desenvolvimento de fungos.

Além disso, ao ser aplicada, a água tende a lavar os produtos que se depositaram sobre a parte aérea, sobretudo fungicidas, podendo reduzir a eficiência do controle de doenças. De acordo com Marouelli et al. (2012), o sistema de irrigação por sulcos, mais utilizado em tomate de mesa, apresenta menor custo de implantação e maior emprego de mão de obra.

Esse sistema, no entanto, depende muito do preparo da superfície para que a água possa ser aplicada. Ainda assim é considerado de baixa eficiência, promovendo grandes perdas de água.

Investimento

A irrigação por aspersão tem custo mais elevado, mas emprega menos mão de obra, é mais versátil em termos de condições operacionais, pode ser automatizada de acordo com as necessidades e apresenta maior eficiência de utilização da água, o que a torna muito utilizada em condições gerais.

De modo geral, a irrigação por aspersão tende a apresentar um custo médio da ordem de R$ 3.000,00 por hectare, com o emprego de sistemas portáteis, e de R$ 6.000,00, em se tratando de pivô central ou sistemas fixos de aspersão.

Por outro lado, os sistemas de gotejamento apresentam custo médio de aproximadamente R$ 10.000,00 por hectare, de acordo com Marouelli e Silva (2011). Apesar de serem valores relativamente elevados, eles representam um pequeno percentual do custo total de produção do tomateiro.

Vale ressaltar que sistemas de irrigação adequadamente dimensionados e operados possibilitam incrementos de produtividade da ordem de até 40%, podendo dobrá-la em termos médios, assegurando um retorno rápido do investimento realizado. Assim, a irrigação por gotejamento se apresenta como uma opção viável para a irrigação na cultura de tomate.

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