Gesso suaviza estresse hídrico

Crédito Maria Lígia

Publicado em 14 de outubro de 2018 às 07h44

Última atualização em 14 de outubro de 2018 às 07h44

Acompanhe tudo sobre Água, Aminoácido, Calagem, Cálcio, Gessagem, Inhame, Nutrição e muito mais!

Maria Ligia de Souza Silva

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

mlsousi@hotmail.com

Crédito Maria Lígia

O Brasil tem uma enorme área de solos ácidos em todas as regiões, com predominância de elevadas saturações por alumínio e baixos teores de cálcio ao longo do perfil. Esta condição impede o bom desenvolvimento radicular em subsuperfície para muitas culturas, significando plantas mais suscetíveis a períodos de falta de água, limitando a produção.

A calagem é uma prática importante para a correção da acidez, no entanto, a área de ação se restringe à camada superficial do solo. Pensando em subsuperfície, temos como opção o gesso, um sal solúvel que penetra no solo e pode amenizar a acidez em profundidade, permitindo o desenvolvimento radicular das culturas.

Um sistema radicular bem desenvolvido é fundamental para o sucesso de qualquer cultura, pois as raízes atuam como elementos de suporte na matriz física do solo e órgão de absorção de água e de minerais e de armazenamento de diversos nutrientes em certos estádios fenológicos, como minerais, amido e aminoácidos.

O gesso agrícola é um condicionador de solo que melhora as condições físicas ou físico-químicas do mesmo, refletindo na retenção de umidade. Sua finalidade, além de fornecer cálcio e enxofre, é de promover, por meio de ligação com sulfato, o caminhamento em profundidade de bases, como o próprio cálcio, e também do magnésio e potássio.

 

Aplicação do gesso

 

A aplicação do gesso agrícola é realizada a lanço, devido à alta solubilidade, não necessitando de sua incorporação. Para decidir sobre a recomendação de aplicação de gesso agrícola, deve-se observar que as camadas subsuperficiais do solo (20 a 40 cm ou 30 a 60 cm) apresentem as seguintes características: ≤0,3 cmolc dm-3 de Ca2+ e/ou >0,5 cmolc dm-3 de Al3+ e/ou >40% de saturação por Al3+.

As fórmulas para recomendação são muitas e baseadas em diversos fatores, como: textura do solo, com base na determinação de fósforo remanescente, determinação da necessidade de calagem, teor de argila, entre outros. Ainda não se estabeleceu um padrão para a recomendação de gessagem e esta é uma área que necessita de muitos estudos.

Dentre os métodos, três deles são mais utilizados, o de Lopes (1986) que sugere substituir 25% do CaO do calcário por CaO do gesso, quando a necessidade de calcário é determinada pelo método da saturação por bases.

Caso seja determinada a necessidade de calagem pelo método baseado nos teores de alumínio, cálcio e magnésio trocáveis, sugere-se adicionar, na forma de gesso, mais 25% de CaO além do que já é adicionado via calcário.

Sousa (1988) já sugere a aplicação de gesso em função do teor de argila do solo. Lopes e Guilherme (1992) sugere o uso da seguinte fórmula para culturas anuais: NG (kg/ha) = 40 x argila (%). Quando for cultura perene, deve-se multiplicar por 1,5.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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