Fosfito aumenta a intensidade floral da batata

O fosfito é importante para a cultura da batata em sua floração pois auxilia na produtividade e na reposição nutricional.

Publicado em 13 de março de 2023 às 10h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h29

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Fotos: Shutterstock

Wesley Devair Bittencourt Machini
Engenheiro agrônomo – AgroBR Consultoria Agrícola
wdevair@hotmail.com / agrobr@hotmail.com

A batata é a cultura com a quarta maior ordem de importância na esfera mundial. Possui grande capacidade de geração de emprego e renda para diversas pessoas em diversos segmentos e se torna cada dia mais uma importante fonte de alimento.

É cultivada em mais de 125 países ao redor do mundo e consumida por mais de um quinto da população. Os fosfitos se apresentam como formas reduzidas de fósforo que são originadas após a redução do fosfato.

O fosfito

A utilização do fosfito na lavoura promove a interação dos nutrientes com a planta, o que amplia a sua velocidade de recuperação devido a algum estresse sofrido ou em algum momento em que a planta mais precise deste nutriente.

O fósforo é extremamente importante para a batata, principalmente nas fases iniciais, como no desenvolvimento de raízes e brotos, fornecendo energia para diversos outros processos da planta, como translocação e absorção de íons.

Quanto melhor a condição de fósforo na planta, maior será a chance de formação de tubérculos comerciais. É de extrema importância que este elemento esteja disponível para as plantas desde o início do seu ciclo, para que possa garantir um grande aumento no número de tubérculos.

Floração

Com a utilização dos fosfitos, o tempo de espera entre a solubilidade no solo e a absorção do nutriente pela planta é reduzido drasticamente. Enquanto a aplicação de fósforo via solo demora dias para solubilizar e reagir na planta, a utilização deste via fosfitos acaba sendo em poucas horas, em alguns casos de duas até 40 horas após a sua aplicação.

A aplicação é sistêmica e se transloca para todas as partes da planta, possui máxima solubilidade e mobilidade, atuando rapidamente na correção da deficiência de fósforo.

A utilização do fosfito na lavoura promove a interação dos nutrientes com a planta, o que amplia a velocidade de recuperação da planta devido a algum estresse sofrido ou a algum momento em que a planta mais precise deste nutriente.

Reposição nutricional

Com o cultivo continuado de áreas, faz-se necessário repor satisfatoriamente esses índices perdidos devido a diversos fatores. Assim, tornou-se frequente o aparecimento de deficiências minerais que muitas vezes são corrigidas, eficientemente, mediante pulverizações foliares, enquanto as aplicações dos elementos no solo não dão resultados satisfatórios com alta rapidez.

Os ganhos em produtividade são de rápida apreciação, pois a utilização do fosfito de potássio poderá ajudar no enchimento da florada, fortalecimento dos frutos e melhora geral no aspecto fisiológico da planta.

O fosfito atua rapidamente na correção da deficiência de fósforo. Foto: Shutterstock

Se ocorrer à deficiência nutricional, principalmente de potássio, a qualidade do produto comercial será seriamente afetada.

Produtividade

A produtividade da lavoura aumenta expressivamente quando a planta está bem nutrida, podendo demonstrar, em nível de campo, toda sua capacidade genética, obtendo grãos com maior peso e densidade. O aumento pode chegar à ordem de 20% a mais, pois além de amplificar os resultados, os fosfitos conseguem proteger as plantas de ataques patogênicos.

Opões em fosfitos

Existem hoje, no mercado, diversos tipos de fosfitos que são obtidos da combinação com o ácido fosforoso, apresentando-se os mais comuns: fosfito de potássio, de amônio, de cálcio, de cobre, de magnésio, de manganês, entre outros.

Para escolher o melhor produto, é necessário, primeiramente, saber o objetivo que deve ser alcançado com a aplicação deste produto, pois de nada adianta buscar um produto pelo nome, porém, que seus resultados sejam outros.

A mistura de fosfito de potássio tem grande capacidade de nutrição, bem como de controle e redução de ataque de diversas doenças. O fosfito de cálcio é muito utilizado no florescimento e frutificação, enquanto o fosfito de cobre auxilia nos processos de fotossíntese, respiração e fixação de nitrogênio.

Manejo

Os fosfitos são uma fonte de nutrientes bastante concentrada e ajudam na fisiologia da planta, uma vez que o fósforo presente atua na formação de compostos de suma importância para a vida vegetal, como o ácidos nucléicos (DNA e RNA), polímeros de nucleotídeos, ésteres e também o fósforo inorgânico.

A aplicação do produto deve ser feita de acordo com as recomendações do fabricante, seguindo de forma coerente as indicações e doses utilizadas do produto, sempre acompanhadas por um responsável técnico qualificado para esta finalidade.

É necessário a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) ou equipamentos de proteção coletiva (EPC) durante a aplicação dos produtos.

Ao realizar a pulverização, o produtor deverá tomar cuidado com a superfície da planta, a regulagem de aplicação, bem como utilizar a quantidade prevista, evitando diminuir ou aumentar a concentração da calda, buscando resultados diferentes dos recomendados na bula.

O produtor deverá tomar cuidado, ainda, com relação à temperatura e a umidade do ar, pois com a primeira, haverá a evaporação do meio líquido da solução aplicada, podendo causar toxidez na superfície da folha, e quando há alta umidade haverá uma redução da absorção foliar devido à diluição realizada no produto com a superfície da folha.

Se utilizado de forma incorreta, ao invés de suprir as deficiências nutricionais, poderá causar intoxicação às plantas.

Dosagem recomendada

Cada produto possui sua característica de aplicação, porém, existem produtos que podem variar suas doses de acordo com o fabricante ou com a procedência. Mas, alguns exemplos, como o fosfito de cálcio, permite aplicar 100 – 200/100 L de água ou o fosfito de cobre de 30 – 100 ml/100 L de água, fosfito de potássio de 100 – 200 ml/100 L de água, fosfito de magnésio 100 – 180 ml/100 L de água.

Porém, todas essas dosagens devem ser seguidas ou adotadas junto a um profissional idôneo e competente, pois a aplicação de produtos agrícolas envolve grandes variáveis que podem gerar prejuízos, se não aplicados corretamente.

Na hora certa

Toda aplicação de produtos agrícolas deve ser realizada em temperaturas amenas, com baixas velocidades de vento, para evitar a deriva do produto e não afetar lavouras vizinhas, pois um produto que pode fazer bem numa determinada fase e para outra cultura pode fazer mal.

Na utilização do fosfito, a planta consegue obter a capacidade estimulativa de produzir fitoalexinas, que são sintetizadas nas inclusões citoplasmáticas que ficam localizadas próximas ao local de penetração do patógeno.

A ação defensiva por fungos acontece por uma desorganização celular, rompendo a membrana plasmática e inibindo as enzimas fúngicas. Devido a esses efeitos, o patógeno tem sua germinação inibida, a elongação do tubo germinativo impedida e o crescimento micelial dificultado.

As fitolexinas são compostas por antimicrobianos de massa molecular baixa, sintetizada e acumulada nas plantas após estresses químico, físico ou biológico, e são capazes de impedir e reduzir a atuação de agentes patogênicos.

Viabilidade

Os últimos acontecimentos pós-pandemia e guerras em regiões estratégicas geraram novos custos e estes produtos podem custar em torno R$ 70,00 a R$ 120,00. Existem embalagens maiores que podem reduzir o custo inicial do produto.

É um investimento baixo, com grande eficiência, pois ao nutrir a lavoura o produtor está realizando um controle preventivo contra diversos patógenos.

A quantidade a ser aplicada deve ser obtida pelo resultado da análise de solo ou foliar realizada por um profissional qualificado, porém, quando não houver essa possibilidade, deve-se utilizar a recomendação indicada pelo fabricante do produto, que pode variar de acordo com o seu processo de fabricação e o teor nutricional existente.

O produto possui um grande custo-benefício quando aplicado após algum estresse sofrido pela planta, sendo necessário a rápida recuperação da lavoura. Porém, o custo benefício não é muito eficaz quando o produtor tenta substituir a adubação tradicional apenas por estes nutrientes, pois eles não possuem ação residual e a aplicação tem que ser quase constante, aumentando os custos da lavoura.

Assim, o produtor deve ter a convicção de que a utilização do foliar possui o intuito de nutrir uma planta que sofreu algum estresse e necessita de uma rápida recuperação. A aplicação de produtos misturados pode reduzir os gastos com o maquinário e funcionários devido à redução do tempo de aplicação, porém, se forem utilizados produtos com incompatibilidade, poderá acarretar erros e, ao invés de somar o efeito dos produtos, quando aplicados junto poderá gerar uma reação antagônica e neutralizar os efeitos iniciais.

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