Bruno Henrique Leite Gonçalves
Professor no Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos/UNIFIO
bruno_lleite@hotmail.com
A nutrição mineral adequada dos ramos formados em janeiro e fevereiro é essencial para garantir reservas de carboidratos que induzem a formação de botões florais mais vigorosos. Já a irrigação controlada, especialmente por gotejamento ou microaspersão, mantém a umidade do solo, reduz abortos florais e melhora a fecundação. Em regiões quentes e arenosas, experimentos com irrigação sob a copa têm mostrado resultados promissores.
Tecnologias que reduzem estresses
O uso de protetores solares agrícolas, aplicados quando a temperatura média ultrapassa 35º C, protege flores e folhas do estresse térmico e pode aumentar o calibre dos frutos Hass. Além disso, aminoácidos como Ascophyllum nodosum, ricos em prolina, glicina e alanina, têm demonstrado efeito positivo na tolerância ao estresse hídrico e no estímulo ao florescimento.
O monitoramento constante de pragas e doenças é outro ponto crucial. Insetos que atacam flores reduzem o vingamento, enquanto doenças como seca dos ponteiros, antracnose e verrugose podem comprometer a produção, principalmente em regiões acima de 1.000 m de altitude, onde a florada coincide com o início das chuvas.

Sustentabilidade na florada e impacto na produtividade
Um manejo sustentável garante flores mais resistentes e frutos mais uniformes, prolongando a vida útil do pomar. O uso de abelhas para polinização, aliado à redução de inseticidas químicos nesse período, aumenta o pegamento de frutos e a qualidade final destinada ao mercado interno e exportação.
Variedades híbridas, como Fortuna, Quintal, Geada e Breda, apresentam maior tolerância ao estresse hídrico, enquanto Hass e Margarida são mais sensíveis e exigem irrigação rigorosa e cuidados extras com a umidade relativa. Já em áreas úmidas, o foco deve ser o controle preventivo de doenças fúngicas.
Ferramentas modernas para monitoramento
Estações meteorológicas se tornaram ferramentas essenciais para decisões de irrigação, uso de protetores solares e manejo em períodos de frio intenso. Drones com imagens NDVI, sensores de umidade do solo, softwares de gestão agrícola e análises foliares completam o conjunto de tecnologias que ajudam a otimizar a florada.
O uso de fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae), Trichoderma spp., bactérias como Bacillus spp. e Azospirillum spp. fortalece o controle de pragas e doenças, estimula o crescimento e induz resistência natural nas plantas. Esses insumos reduzem a dependência de químicos e aumentam a aceitação do produto em mercados mais exigentes.
Erros que devem ser evitados
Entre os erros mais comuns estão irrigação irregular, falta de proteção solar, adubação excessiva sem parcelamento, pulverização de inseticidas tóxicos para abelhas durante a florada, uso indiscriminado de reguladores vegetais e ausência de monitoramento nutricional. A recomendação é simples: cada pomar exige um manejo próprio e não deve repetir práticas adotadas em condições diferentes.
