Fazenda Botânica: consórcio entre café e soja alia rentabilidade e sustentabilidade

Proprietário aposta no consórcio café-soja como modelo de inovação no agro.
Lavoura consorciada de café e soja na Fazenda Botânica em Patrocínio (MG)
Fotos: Paulo de Almeida
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A Fazenda Botânica, localizada em Patrocínio (MG), tornou-se referência em inovação agrícola ao adotar o consórcio entre café e soja como estratégia para transformar um desafio climático em oportunidade. Sob a liderança do produtor Paulo Celso de Almeida, a propriedade ganhou destaque ao unir produtividade, sustentabilidade e inteligência no uso da terra.

Tudo começou após uma forte chuva de granizo que afetou os cafezais da fazenda. Diante da necessidade de recuperar a renda e aproveitar melhor o espaço das lavouras, Paulo decidiu apostar na soja como cultura consorciada ao café — uma escolha estratégica que deu certo.

Como surgiu o consórcio na Fazenda Botânica

“Foi por causa da chuva de granizo que precisei buscar uma renda extra”, explica Paulo. Com solo fértil e clima adequado, a soja se mostrou ideal para ocupar as entrelinhas do café. A decisão, tomada em 2019, foi embasada na experiência anterior do produtor com feijão consorciado — mas a soja, mais resistente e de manejo mais simples, venceu como melhor alternativa.

Planejamento técnico: chave para o sucesso

O sucesso do consórcio dependeu de um planejamento minucioso. Paulo escolheu variedades de soja eretas, que evitam o tombamento e permitem a convivência com o cafeeiro. A soja ainda contribui com a fixação biológica de nitrogênio, beneficiando o solo e o café. Outro ponto positivo é a sincronia entre colheitas: a soja é colhida antes do café, sem interferências.

Manejo adaptado e eficiência no campo

No campo, o consórcio exigiu ajustes em tratores e pulverizadores, respeitando o espaçamento entre plantas. Mas a operação foi facilitada pelo uso dos mesmos defensivos e mão de obra, otimizando recursos. O controle biológico de pragas, como lagartas, também trouxe mais eficiência ao processo.

Produtividade, economia e uso inteligente do solo

Com o consórcio bem estabelecido, a rentabilidade aumentou. As entrelinhas antes ociosas agora são produtivas com a soja, que responde bem ao solo fértil da fazenda. “Hoje gasto um terço da adubação para a soja e aproveito parte das pulverizações do café. O custo é menor e o retorno é mais rápido”, relata o produtor.

Sustentabilidade e benefícios ambientais

A Fazenda Botânica também colhe frutos ambientais: o modelo contribui para a retenção de água, controle da erosão e regulação da temperatura do solo. Além disso, o sistema pode futuramente gerar créditos de carbono e manter a matéria orgânica ativa, aspectos fundamentais para uma agricultura regenerativa.

Olhar para o futuro: diversificação e replicação

Paulo planeja incluir sorgo como safrinha e realizar rotação com braquiária, expandindo a estratégia consorciada. Ele também vê potencial de replicação do modelo em culturas perenes com espaçamento largo, como laranja, banana e abacate.

Para ele, o segredo está no capricho: “Tem que ser bem planejado, organizado e feito com dedicação. Os resultados compensam o esforço”, afirma.

Exemplo de inovação no agro

A experiência de Paulo Celso de Almeida na Fazenda Botânica prova que a inovação no campo vai além da tecnologia — envolve visão estratégica, coragem para mudar e respeito ao solo. Com o consórcio entre café e soja, ele criou um modelo rentável, sustentável e inspirador, que pode guiar o futuro da agricultura brasileira.

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