Efeitos dos desbastes florestais no diâmetro, altura das árvores e na rentabilidade

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Publicado em 26 de setembro de 2017 às 07h36

Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 07h36

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Fausto Takizawa

Consultor da Floresteca

fausto.takizawa@floresteca.com.br

 

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O desbaste deve ser uma prática silvicultural obrigatória quando o objetivo de uma plantação de árvores passa pela produção de madeira para fins mais nobres e de maior valor agregado, como por exemplo: toras para serraria, madeira para a construção civil, postes de grandes dimensões, etc.

A operação de desbaste consiste na retirada de árvores doentes, finas, com defeitos e tortuosas que podem competir por espaço, água, luz e nutrientes com as árvores remanescentes. Após a retirada das árvores inferiores há um aumento da disponibilidade de água, luz e nutrientes para as árvores remanescentes, propiciando a continuidade do seu crescimento em diâmetro e altura, agregando valor àfloresta em função da presença de árvores de maiores volumes, dimensões e melhoria na qualidade da madeira.

Os momentos e intensidades para a execução dos desbastes dependem da qualidade do solo, clima e características de crescimento de cada espécie, geralmente sendo realizada sempre quando há o fechamento das copas. O mais recomendável, do ponto de vista técnico, para obter maior volume de madeira é realizar desbastes leves e frequentes, evitando a retirada de grande número de árvores por desbaste, mantendo as árvores remanescentes bem distribuídas no povoamento, evitando clareiras, que podem favorecer o crescimento de plantas daninhas entre as árvores remanescentes e aumentar danos pelo vento.

Tipos

Basicamente, há dois tipos de desbastes: o seletivo, em que são escolhidas as árvores a serem removidas seguindo um determinado critério, geralmente as piores árvores; e o sistemático, em que as árvores são removidas seguindo um critério fixo, como por exemplo, remoção de uma linha para cada cinco linhas, sem levar em conta as características das árvores; e podendo também ser misto, isto é, seletivo e sistemático simultaneamente, como por exemplo, remoção de uma linha para cada cinco linhas e remoção das piores árvores nas quatro linhas restantes.

O seletivo é mais recomendado para povoamentos mais heterogêneos, enquanto o sistemático para povoamentos muito homogêneos e o misto é uma variação entre estes dois extremos.

Rentabilidade

A madeira produzida a partir dos desbastes pode gerar renda, e em certos casos pode até cobrir os custos de sua execução e gerar um caixa extra. Há casos que esta renda não cobre os custos de sua execução e até situações em que pode não haver o seu aproveitamento econômico em função de grandes distâncias do mercado consumidor, aliado à menor qualidade da madeira dos desbastes, cenários que devem ser previstos pelo produtor florestal.

O custo significativo dos desbastes, aliado ao seu baixo valor de mercado, pode desmotivar o produtor florestal a executá-lo, entretanto, se o produtor não realizar os desbastes adequadamente, ele terá o futuro de sua floresta comprometido.

Comece pelo planejamento

O planejamento e execução do desbaste éobrigatório e imprescindível para o produtor florestal que busca atender o mercado de madeira de maior valor agregado, pois mais do que 70% da receita total é representada pela madeira produzida no corte final, resultado possível somente se os desbastes foram executados de forma adequada. Caso contrário, todo o investimento pode ser reduzido à “lenha“.

Essa matéria você encontra na edição de setembro/outubro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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