Digitalização no campo

O perfil do produtor rural brasileiro está cada vez mais favorável à adoção de novas ...
Digital - Foto: Divulgação

Publicado em 26 de abril de 2021 às 12h13

Última atualização em 26 de abril de 2021 às 12h13

Acompanhe tudo sobre Digital, Mercado, Pesquisa, Produtor Rural, Produtores, safra, Tecnologia digital e muito mais!
Digital – Foto: Divulgação

Daniela Didone – Comunicadora e Co-Fundadora da Hub Inteligência em Marketing Digital – Agência com expertise no Agronegócio.

O perfil do produtor rural brasileiro está cada vez mais favorável à adoção de novas tecnologias e uso de ferramentas online.

É o que aponta a edição 2021 da pesquisa “A Mente do Agricultor na Era Digital”, realizada pela McKinsey & Company, que traz valiosos insights sobre a evolução do comportamento digital dos agricultores passado este um ano de pandemia.

Segundo o estudo realizado com mais de 500 produtores de diferentes culturas e regiões do pais, estes se mantém na vanguarda da digitalização, à frente dos americanos e europeus na preferência por canais digitais para compras agrícolas, por exemplo.

Em 12 meses, a adoção de plataformas e canais digitais cresceu de 36% para 46% dos agricultores, um aumento de 10 pontos percentuais, enquanto nos EUA e Europa, ao longo desse mesmo período, o número desse índice foi de 7 pontos percentuais.

O crescimento da preferência por canais digitais é observado, principalmente, na jornada de compra de insumos agrícolas, seguido pela compra de reposição de peças e maquinários. Esse crescimento se sustenta principalmente no uso intenso da ferramenta whatsApp, e no avanço acelerado de marketplaces agrícolas. O estudo mostra que o lançamento e desenvolvimento de marketplaces agrícolas no Brasil é uma realidade em expansão, apesar do mercado ser fragmentado, sem a presença de um competidor dominante. Já o WhatsApp continua sendo a principal ferramenta digital usada, ou seja, cerca de 55% dos produtores a utilizam para fazer transações, pagamentos, compras e videochamadas.

Outro insight trazido pela pesquisa é que dobrou o número de agricultores dispostos a vender a safra 100% online, ou seja, no levantamento anterior esse número chegava a 11%, e em 2021 a 23%. Cerca de 33% deles revelaram que estão dispostos a vender até 70% da produção online, e 66% a comercializar pelo menos 1% da produção online. Essa tendência foi observada entre todos os perfis de agricultores.

A principal razão apontada por escolher uma empresa específica para compras online é a boa experiência do usuário, que foi citada por 62% dos agricultores. Preço e condição de pagamento, relacionamento pessoal, marca e disponibilidade de produtos aparecem na sequência como outros atrativos.

Apesar de estarem dispostos a vender a safra online, a relação pessoal ainda continua forte e valorizada. O que é apontado como grande tendência de crescimento são os multicanais, ou seja, a existência da relação interpessoal e tecnologias digitais, ambas se complementando.

Além de acessar a tecnologia digital para cotar preços e realizar compras, o agricultor a utiliza para suporte técnico e fazer pesquisas, porém o estudo apontou que há uma grande demanda por tecnologias digitais que pensem no processo agrícola como um todo, ou seja, de ponta a ponta.

52% dos produtores rurais entrevistados indicaram os altos custos de tecnologias como o grande gargalo para a maior digitalização do agro. Na sequência aparece a falta de estrutura como os problemas de conectividade no campo com 26%, e a falta de entendimento no uso das ferramentas com 20%.

O uso de canais digitais ainda é muito heterogêneo entre as culturas e regiões do Brasil. Observou-se que o perfil do agricultor mais propenso à digitalização, tanto na compra quanto na venda, é menos de 45 anos, ou com propriedade superior a 500 ha. Ou seja, o agricultor jovem, ou com maior escala de produção, está puxando a revolução digital da agricultura brasileira.

Novos hábitos, novas formas de consumir, que provavelmente vieram para ficar, e as empresas que tiverem visão apurada do futuro se sairão ainda mais fortalecidas.

Usar a criatividade para reforçar a relação de confiança com os mercados, buscando não só formas de se conectar, mas a identificação das marcas através de conteúdos reais e que traduzam a realidade no campo, são estratégias inteligentes nesse momento de isolamento.

Alguns negócios aproveitam o momento e as ferramentas digitais para criar suas próprias oportunidades de crescimento, e melhorar suas gestões e comunicações com os seus clientes. Creio que esse seja o caminho.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em aves de subsistência

2

ForestFire 2025 reúne especialistas de 10 países em Cuiabá para debater incêndios florestais

3

Green Has na Hortitec 2025: inovação no centro das conexões do agro

4

Azul Pack na Hortitec 2025: tecnologia de ponta com DNA brasileiro

5

FMC lança fungicida Onsuva na Hortitec 2025

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Embalagens DaColheita Bio feitas a partir do bagaço da cana, inovação da Termotécnica

DaColheita Bio: inovação da Termotécnica transforma bagaço da cana em embalagens sustentáveis

Cajá - Crédito: Internet

Cajá: como cultivar, quais os benefícios, principais pragas e mais

produção de grãos

Produção de grãos pode bater novo recorde no Brasil

Mariangela Hungria no laboratório

Mariangela Hungria ganha o “Nobel” da agricultura mundial