COP 30: Empresas B apontam o caminho para reduzir o aumento da temperatura global em 0,5°C

Estudo mostra práticas para reduzir o aquecimento global até o fim deste século.
Crédito Cristiano Soares de Oliveira
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Uma nova pesquisa do B Lab, organização que lidera globalmente o Movimento B, criada para orientar empresas em prol de um sistema econômico mais justo, revela que a ampliação das práticas atuais das Empresas B Certificadas poderia reduzir o aquecimento global em 0,5°C até 2100, evitando cerca de 600 mil mortes por calor extremo e diminuindo o risco de extinção de milhares de espécies. O estudo vem à tona durante a COP 30, momento em que líderes mundiais, formuladores de políticas públicas e sociedade civil se reúnem no Brasil.

whitepaper intitulado “The Nature of Business”, foi produzido por pesquisadores por meio do modelo de simulação climática En-ROADS. De acordo com o documento, a redução do aquecimento seria possível até o final do século se todas as empresas do mundo adotassem práticas de impacto semelhantes às das Empresas B — gerando uma contribuição expressiva às metas do Acordo de Paris de 2015.

Atualmente, mais de 10 mil Empresas B estão levando as questões ambientais para os conselhos de administração, integrando propósito aos modelos de negócio e assumindo compromissos com todas as partes interessadas, demonstrando o papel essencial das empresas na condução de mudanças sistêmicas.
 

Principais descobertas da pesquisa:

  • Ação integrada: As Empresas B adotam práticas ambientais e climáticas muito mais amplas e profundas do que as empresas convencionais. Essa integração é a chave para gerar impacto real.
  • Emissões de gases de efeito estufa: O monitoramento e a disseminação de informações estão fortemente associados a melhores resultados, reforçando a importância da transparência.
  • Metas baseadas na ciência: As Empresas B que adotam metas científicas alcançam reduções mais expressivas de emissões, comprovando a eficácia dessa metodologia.

O whitepaper traz exemplos concretos de inovação:

  • Notpla, vencedora do Prêmio Earthshot, combate o desperdício de plástico com embalagens à base de algas marinhas.
  • O grupo biofarmacêutico Chiesi desenvolve inaladores de baixo carbono sem comprometer segurança ou eficácia.
  • Yerba Madre adota agricultura regenerativa para transformar a produção de erva-mate na América do Sul.
  • Na moda, o programa Renew, da Eileen Fisher, já recuperou quase três milhões de peças desde 2009; o United Repair Centre está tornando o reparo parte central dos modelos de negócios; e a Circ constrói, na França, a primeira fábrica de reciclagem têxtil em escala industrial, com investimento de US$ 500 milhões.
  • Natura, a multinacional brasileira do setor de beleza se destaca no desenvolvimento socioeconômico da bioeconomia Amazônica: promovendo renda, repartição de benefícios e iniciativas de educação financeira, contribuindo para a manutenção de cadeias produtivas regenerativas para mais de 10 mil famílias locais.

A pesquisa reconhece que as Empresas B ainda enfrentam desafios para operar plenamente dentro dos limites planetários, mas os novos Padrões B, lançados em abril de 2025, elevaram o nível de ambição. Com as mudanças, todas as Empresas B deverão cumprir requisitos mínimos em sete tópicos de impacto, incluindo Gestão Ambiental e Ação Climática, divulgar anualmente seu progresso e, no caso das grandes corporações, estabelecer metas validadas por terceiros e atuar em advocacy climático alinhado à meta de 1,5°C.
 

“The Nature of Business” integra a estratégia do Movimento B de promover justiça climática, reconhecendo que soluções duradouras exigem a proteção dos ecossistemas, a defesa da dignidade humana e o engajamento de todas as partes interessadas. Essa visão se conecta ao Manifesto COP 30, do Movimento B, que propõe enfrentar simultaneamente as crises de mudança climática, perda da natureza, desigualdade social e governança de curto prazo. 

Desde sua fundação em 2006, o movimento das Empresas B evoluiu de uma ideia ousada para uma força global de mudança sistêmica, reunindo organizações de diferentes tamanhos, setores e regiões, todas comprometidas em provar que é possível fazer negócios de forma justa, regenerativa e lucrativa. 

“Por quase duas décadas, as Empresas B têm mostrado uma forma diferente de fazer negócios. Agora, sabemos que esse modelo pode ser uma força decisiva na luta contra a crise climática”, afirma Sarah Schwimmer, co-líder executiva do B Lab Global. “Nossa presença na COP 30 amplifica a voz do Movimento em um momento crítico. Estamos convidando outras empresas a reconhecer o impacto descomunal que elas causam”, ressalta Schwimmer.

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