Consumo de cafés especiais cresce junto com as cafeterias pelo Brasil

Mercado de grãos selecionados ganha cada vez mais opções com espaços gastronômicos especializados.
Hortifrúti julho 2014

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 09h10

Última atualização em 21 de setembro de 2022 às 09h10

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Foto Shutterstock

Que o cafezinho está entre as bebidas favoritas do brasileiro, não é novidade. Mas que há uma grande diferença entre cafés comuns e os especiais, é informação recente para os consumidores, que buscam cada vez mais trocar o tradicional pelos grãos selecionados. Diversas pesquisas demonstram esse aumento, como o levantamento da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e uma pesquisa do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, que demonstraram um crescimento médio de 15% ao ano na procura por grãos de alta qualidade.

Os cafés de Espírito Santo e Minas Gerais vem ganhando destaque no cenário de especiais. A região, que já era referência no setor, vem se especializando no cuidado atencioso com grãos selecionados. Esse tratamento é que vai ser responsável por uma melhor classificação dentro das normas da ABIC — Associação Brasileira da Indústria do Café. O Selo de Pureza da ABIC, que entrou em vigor após a criação do Programa de Autofiscalização da Indústria de Café em 1989, foi uma forma de manter certa qualidade das produções nacionais.

A principal diferença entre um café tradicional e o especial é a presença de impurezas. O primeiro acaba levando em sua composição grãos inferiores e deixando passar imperfeições que modificam o produto final, perdendo em aroma, textura e sabor. O Selo de Pureza garante que o café não tenha outros grãos na composição, como milho ou soja, ou mesmo cascas de café e galhos da árvore. Esse café tradicional muitas vezes passa por uma torra intensa que dá mais amargor e menos complexidade.

O consumidor tem notado a grande diferença para o café especial, que tem maior cuidado desde o plantio (atentando para clima, solo e região) até uma torra que respeita as propriedades de cada tipo de grão. Valorizando esses detalhes, é possível produzir cafés com maior variedade de sabores e aromas, ampliando o mercado e conquistando um público fiel ao produto de alta qualidade.

A produção mais específica e qualificada chama atenção de compradores. É o caso da rede Café Cultura, marca catarinense com mais de 30 cafeterias em cinco estados do país. “As pessoas vem consumindo melhor”, explica a CEO da rede, Luciana Melo. “O consumo de cafés especiais vem crescendo e o café, além de ser um produto clássico, é um commodity. É um produto com recorrência de compra”. Assim, conquistar o cliente logo no primeiro gole é essencial para fidelizá-lo à marca.

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A busca por qualidade levou Luciana aos produtores de Minas Gerais e Espírito Santo, que cultivam grãos 100% arábica de origem controlada acima de 1000 metros de altitude. O Café Cultura traz em sua origem o conceito Farm to Cup, que acompanha toda a cadeia produtora desde o plantio até a xícara. Uma seleção minuciosa de grãos é levada ao Café Cultura Lab, laboratório de pesquisa e produção da rede da qual sairá para as lojas. São cinco blends diferentes (além de sazonais, como o de Natal e o de Páscoa), do equilibrado House Blend ao Peaberry, com notas de baunilha e chocolate.

A rede teve um crescimento mesmo durante a pandemia, inaugurando lojas em novos endereços. Além de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nos últimos anos o Café Cultura chegou ao Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso. “Nosso diferencial é trazer o café especial como uma arte do encontro, de encontrar pessoas para aquele momento. Trazemos a atmosfera do aconchego, de momentos felizes”, Luciana define.

E mesmo que durante a pandemia, com lockdowns e restrições que favoreceram o comércio online e o consumo caseiro do café, as casas especializadas na bebida não pararam de crescer. Um estudo da Euromomitor registou 3,5 mil cafeterias pelo país, sem contar padarias e lanchonetes. Um terço delas é de espaços franqueados. Com dados de crescimento pelo interesse nos cafés especiais, a tendência é que as cafeterias especializadas também ganhem mais espaço.

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