Como a doença do edema afeta as granjas?

A doença impacta a performance dos animais e tem altas taxas de mortalidade, especialmente no período de creche, entre 4 e 15 dias após o desmame
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Divulgação

A doença do edema, também conhecida como colibacilose enterotoxêmica, é uma das enfermidades mais desafiadoras e impactantes na suinocultura, principalmente devido às suas altas taxas de mortalidade entre leitões, particularmente no período de creche, entre 4 e 15 dias após o desmame. Esta doença tem um efeito devastador no desempenho dos animais, resultando em perdas econômicas significativas para os produtores.

A enfermidade está associada à presença de cepas patogênicas de Escherichia coli no intestino delgado dos suínos afetados. Sob certas condições, essas cepas proliferam e produzem verotoxina-2e (VT2e), uma enterotoxina que desencadeia o quadro.

“A patogênese da doença do edema envolve a produção de VT2e, que causa inflamação do endotélio intestinal. Esta inflamação aumenta a permeabilidade vascular, levando ao extravasamento de fluidos e resultando em edemas subcutâneos. Os suínos afetados exibem sintomas como apatia, incoordenação, dispneia causada por edema pulmonar, edema de glote e edema facial. Em casos graves, a toxina pode causar edema cerebral, resultando em sinais neurológicos como paralisia, tremores, convulsões, decúbito com movimentos de pedalagem, coma e morte. Leitões que sobrevivem frequentemente se tornam refugos, comprometendo ainda mais a produtividade da granja”, detalha Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal

A patologia afeta principalmente leitões recém-desmamados, mas também pode acometer suínos em crescimento entre 30 e 90 dias de idade, causando grandes prejuízos econômicos.  O diagnóstico da doença do edema é feito através de cultura bacteriana de amostras de conteúdo intestinal ou swabs retais, seguido de um antibiograma para determinar o antibiótico mais eficaz.

“A histopatologia de amostras de tecido do intestino grosso, jejuno e íleo pode confirmar o diagnóstico, revelando lesões típicas da doença, como inflamação endotelial e edema submucoso. O tratamento envolve o controle da hidratação nos animais com diarreia, antibioticoterapia e uso de diuréticos para reduzir os edemas”, explica o profissional.

Vários fatores podem aumentar o risco de ocorrência da doença do edema na granja, incluindo mudanças ambientais no pós desmame, alterações bruscas na alimentação, estresse dos leitões devido ao novo ambiente, mistura de várias leitegadas na mesma baia, superlotação, higiene precária e desinfecção inadequada, grandes variações de temperatura ambiental, alta umidade e ausência de vazio sanitário na troca de lotes.

A prevenção da doença do edema é fundamental e pode ser alcançada através da vacinação dos animais, que tem se mostrado cada vez mais eficaz. Medidas preventivas ambientais também são cruciais, incluindo limpeza e desinfecção rigorosas da granja, manutenção de períodos de vazio sanitário entre lotes, homogeneização dos lotes para evitar estresse social, e minimização do estresse ambiental e térmico.  “Um manejo bem realizado, aliado à vacinação, são os melhores pilares para manter uma granja rentável e livre da doença do edema, assegurando a saúde e o bem-estar dos suínos e, consequentemente, a sustentabilidade econômica da produção suína”, finaliza Pedro.

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