Colheita mecanizada de feijão depende de plantio correto

Com a evolução das cultivares de feijão o percentual de área no Brasil colhido mecanicamente passou de 70% - Crédito Indústrias Colombo

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 07h00

Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 13h38

Acompanhe tudo sobre Arroz, Colheita, Feijão, Lucro, Mecanização, Óleo, Plantio, Trigo e muito mais!

 

Marco Antonio Lollato

Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)

lollatomal@hotmail.com

Com a evolução das cultivares de feijão o percentual de área no Brasil colhido mecanicamente passou de 70% - Crédito Indústrias Colombo
Com a evolução das cultivares de feijão o percentual de área no Brasil colhido mecanicamente passou de 70% – Crédito Indústrias Colombo

O Brasil planta em torno de 4,1 milhões de hectares de feijão e colhe aproximadamente 3,2 milhões de toneladas por ano em três safras. A região Sul é a maior produtora (Paraná, Santa Catarina e um pouco no Rio Grande do Sul), sendo que na safra de inverno entram Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. Existe ainda a produção artesanal no Nordeste, considerada de pouca expressão.

A tecnologia de cultivo é muito importante para a qualidade final do feijão, pois a cultura é muito sensível a doenças. Há uma série de doenças que se mostram o maior problema de produção dessa cultura, e por isso é preciso um controle fitossanitário adequado visando não só a quantidade colhida, mas também a qualidade.

Condução da lavoura

A colheita é uma das etapas mais importantes na produção de feijão. Durante muitos anos, a colheita dessa cultura foi feita manualmente, o que limitou muito a sua área de plantio, dado que os grandes agricultores não queriam depender de mão de obra, algo já escasso e que envolve problemas de várias ordens.

Recentemente, o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) desenvolveu variedades de porte mais ereto de feijão, e, junto, um método de colheita direta para que os médios e grandes produtores pudessem entrar na atividade e manter uma oferta regular de feijão no mercado.

Com essa evolução, o percentual de área no Brasil colhido mecanicamente passou de 70%. Apenas na agricultura familiar se observa a colheita manual, mas se tratam de pequenas áreas, com pequena expressão na produção.

Tendência

A mecanização na colheita do feijão é uma tendência irreversível, tanto que, se retirar a mecanização da colheita, o feijão sai da agricultura brasileira. As vantagens do sistema são: rapidez na colheita, redução de custo na colheita, não necessidade de mão de obra em grande quantidade e redução de problemas sindicais, o que tornou a cultura do feijão mais atrativa.

Os médios e grandes agricultores entraram na atividade e aumentaram parcela significativa da produção, e, para quem ainda não conhece, vale lembrar que não é preciso comprar máquinas especiais para colher feijão. Ela pode ser a mesma utilizada para colher soja, trigo e arroz.

É necessário, apenas, que se façam regulagens, mas não se exigem adaptações ou gastos na compra de equipamentos.

 

Custo

Em geral, para fazer uma colheita manual, gasta-se de oito a 10 homens/dia/hectare, o que gera um custo de R$ 1.000,00/ha. Por outro lado, para fazer a colheita mecânica, considerando o gasto com óleo diesel e operador (cada máquina por dia trabalha 12 hectares, em média), esse valor cai para R$ 300,00/ha.

Nota-se, então, que a colheita mecânica representa menos que um terço da colheita manual, algo muito interessante, visto que a margem de lucro do agricultor é aumentada, assim como a segurança. A colheita manual exige arranquio, secagem e outros critérios que não estão sob controle, como chuvas, que podem ocasionar prejuízos na qualidade e na quantidade colhida.

Já a colheita mecânica é direta: o agricultor entra, colhe e rapidamente consegue retirar o feijão do campo, levando-o para o armazém e se livrando das intempéries que podem acontecer na época da colheita.

A colheita mecanizada é tão favorável ao produtor que até os pequenos agricultores que não têm condições de adquirir as máquinas arrendam a colheita. Assim, a colheita mecânica viabilizou a cultura do feijão na maioria das situações brasileiras.

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