Cigarrinha-africana chega ao Brasil

Lá fora ela já é velha conhecida, mas por aqui ainda é novidade.

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 12h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h05

Acompanhe tudo sobre Brasil, Cigarrinha-africana, Milho, primeiro caso e muito mais!

O primeiro caso registrado no Brasil da cigarrinha-africana, Leptodelphax maculigera, foi neste ano em Goiás, seguido pelo Rio Grande do Sul e, mais recentemente, confirmado também no Paraná.

Mas, segundo o entomologista da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Glauber Stürmer, é só uma questão de tempo para a praga ser oficialmente encontrada nas principais regiões produtoras de milho.

Diferente da “prima”, Dalbulus maidis, conhecida como cigarrinha-do-milho, esta espécie possui potencial de dano e número de exemplares menores. Contudo, conforme o próprio pesquisador relata, será preciso estudo e pesquisa para mensurar o seu real potencial de infestação e prejuízos.

Glauber Stürmer, entomologista da CCGL

Origem

Essa cigarrinha, como o próprio nome já diz, tem origem em ilhas do continente africano, e conforme relatado lá fora, também pode transmitir o complexo de enfezamento com incubação de vírus e bactérias.

“Morfologicamente, são três as diferenças de uma cigarrinha para outra. Até o momento, presumimos que o potencial de danos também seja parecido”, relata o especialista. Em outros países a cigarrinha-africana é bastante problemática em gramíneas, principalmente capim.

Em Goiás, já está presente em sorgo, capim-elefante e até no feijão. “Então, o que nos preocupa um pouco mais é essa característica de infestação em diferentes plantas”, aponta Stürmer.

Para o entomologista, esta é mais uma praga do sistema que veio para ficar. Dessa forma, é fundamental monitorar, gerar informações de manejo, entender hospedeiros e seu comportamento, além da biologia.

Ferramentas de manejo

De acordo com o entomologista, basicamente, hoje as ferramentas de manejo para as cigarrinhas estão alicerçadas em tolerância genética dos híbridos de milho, manejo químico e biológico e a integração de algumas outras táticas.

“Por exemplo, sincronização no processo de semeadura, a redução de ponte verde na questão de milho tiguera, que emerge involuntariamente. Todos esses aspectos devem ser preconizados, porque não existe uma solução única, e sim a integração de ações”, alerta.

É nesse aspecto que algumas empresas estão na busca por ferramentas que possam integrar esse “plano de ataque”. A agtech Tarvos, por exemplo, disponibiliza ao produtor e ao setor um equipamento de monitoramento que atrai e captura a cigarrinha do milho. Essas armadilhas inteligentes atraem os insetos com uso de feromônio ou luz. Além disso, contam com uma câmera que faz o registro diário dos insetos capturados e transmite os dados via satélite”, diz Carolina Suffi, diretora de Marketing e Negócios Estratégicos da Tarvos.

Os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento em tempo real e online, medindo a dinâmica populacional de forma constante e simultânea. As imagens coletadas são processadas na própria armadilha, transformadas em relatórios e enviadas para os tomadores de decisão em vários formatos, sendo mais analítico e como alerta via WhatsApp.

Esses dados são usados para análises e tomadas de decisões para o melhor momento de entrada com defensivos biológicos e/ou químicos.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Circuito Mineiro de Cafeicultura 2025 encerra etapas em novembro

2

Caraguatá: fruta atrai pelos benefícios medicinais

3

Manga Shelly: a variedade premium que conquista o mercado mundial

4

Tarifaço causa queda de 28% nas exportações da piscicultura brasileira no 3º trimestre

5

Brasil reforça protagonismo na olivicultura em encontro do Conselho Oleícola Internacional

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Produtores de café participam de palestra técnica do Circuito Mineiro de Cafeicultura 2025 no Sul de Minas.

Circuito Mineiro de Cafeicultura 2025 encerra etapas em novembro

Planta brasileira de caraguatá

Caraguatá: fruta atrai pelos benefícios medicinais

Manga - Crédito: Shutterstock

Manga Shelly: a variedade premium que conquista o mercado mundial

Foto: Freepik

Tarifaço causa queda de 28% nas exportações da piscicultura brasileira no 3º trimestre