Cenoura: Área maior define queda nos preços

A produção brasileira, em 2019, deve girar em torno de 750 a 780 mil toneladas e a área de produção deve ficar entre 14 a 14,5 mil hectares.
Cenoura - Crédito: shutterstock

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 10h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h42

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A produção brasileira, em 2019, deve girar em torno de 750 a 780 mil toneladas e a  área de produção deve ficar entre 14 a 14,5 mil hectares. Em linhas gerais, a produção na safra de verão foi um pouco menor do que a safra passada, e a produção na safra de inverno um pouco maior.

Em termos de área, no verão a área foi menor (em torno de 6%) e no inverno maior (em torno de 1%). O produtor, em função da alta de preço da cenoura, no 1º semestre animou-se para o plantio de inverno, o que ocasionou, em função da maior oferta, uma queda no preço no 2º semestre.

Brasil frente produção mundial

Historicamente, o Brasil ocupa a 5ª posição em termos de produção mundial de cenoura, ficando a China em 1º lugar. Devemos nos lembrar, porém, que a cenoura consumida na Ásia pode diferir do padrão de cenoura consumida no Ocidente, que é alaranjada, “carotênica”.

A produtividade nacional deve permanecer em torno de 30 t/ha. De acordo com a HF Brasil, se considerarmos as principais regiões produtoras, MG (com mais de 50% da produção) teve uma produtividade média no verão em torno de 54 t/ha e no inverno de 85 t/ha, enquanto que em GO a produtividade no verão foi de cerca de 56,5 t/ha, e no inverno de 95 t/ha.

São Gotardo (MG), Cristalina (GO), Marilândia (PR), Caxias do Sul (RS), Irecê (BA), são os principais Estados produtores, sendo que em Minas Gerais podemos apontar, também, as cidades de Rio Paranaíba, Ibiá, Santa Juliana, Perdizes e Carandaí.

Oferta e demanda

Como já foi dito, a oferta no verão foi menor que em safras passadas, e no inverno maior. Se considerarmos como um todo, a nossa oferta atende a nossa demanda, sem excessos ou faltas. Nosso mercado parece ser bem ajustado neste aspecto, embora variações possam ocorrer, especialmente se pensarmos nas safras de modo individual.

Área plantada

Em termos de área, a safra de verão, nas principais regiões, somou em torno de 8.500 ha. Já a área de inverno ficou em torno de 5.200 ha. Se contabilizarmos as demais áreas, a estimativa pode ficar em torno de 15 mil hectares, valor ainda especulativo.

Exportação e importação

Embora não existam dados oficiais, as exportações de cenoura são pequenas e pontuais, especialmente para a Argentina. Já as importações, segundo a CONAB, em 2019 somaram cerca de 1, 05 milhão de toneladas de hortícolas, inclusive raízes (caso da cenoura). Porém, não se discriminou valores com relação à cenoura.

Em linhas gerais, a produção de cenoura atende a nossa demanda, sem maiores necessidades de importação, e a exportação é pequena.

Custo de produção e rentabilidade

De acordo com a Hfbrasil, o custo de produção na safra de verão 18/19, na região de São Gotardo (MG), ficou em torno de R$ 66,2 mil por hectare (custo de R$ 28,96 por caixa ).  O custo de produção, na mesma região, na safra de inverno, em 2018, ficou em torno de R$ 82,9 mil. Em 2019, estima-se que o custo tenha sido aproximadamente o mesmo.

Resumidamente, os preços da cenoura tiveram altas expressivas no 1º semestre e queda no 2º. Em MG, o preço por caixa de 29 kg de cenoura ‘suja’ ficou em torno de R$ 38,20, o maior desde 2016. Já no inverno, com o aumento da área, o preço ficou em R$ 16,45. Em GO o quadro foi semelhante.

Balanço geral da cultura em 2019

– Maior rentabilidade na safra de verão e menor na safra de inverno;

– Menor área de produção no verão e maior no inverno.

Tendência para 2020

– Discreto aumento de área de produção, especialmente devido aos bons resultados no primeiro semestre de 2019;

– Discreta redução na rentabilidade devido a este aumento de área e consequentemente da produção;

– Racionalização das técnicas de produção, devido especialmente aos preços baixos obtidos no inverno, o que limitou maiores investimentos do produtor;

– Uso mais eficiente de técnicas no semeio, adubação e manejo fitossanitário (aumento no uso de agentes biológicos).

Autoria:

Laércio Boratto de PaulaEngenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e professor do IF Sudeste, MG – campus Barbacena

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