Carboxamidas ainda são as mais eficientes contra a ferrugem

Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 07h01

Última atualização em 10 de outubro de 2017 às 07h01

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Crédito Ana Maria Diniz

O pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares afirma que o manejo de resistência é um ‘aliado’ fundamental do produtor no combate à ferrugem asiática. Em depoimento, o doutor em Proteção de Plantas ressalta que as carboxamidas ainda se mostram o produto mais eficiente no controle da principal doença da soja.

“As carboxamidas vieram a acrescentar no controle da ferrugem da soja, principalmente. Elas são, sem dúvida, a melhor ferramenta do momento para controle químico, pois são o produto que tem funcionado melhor no controle da doença. Tem havido problema de resistência, de perda de sensibilidade a alguns fungicidas em relação à doença, porque o fungo se adapta e tem mutações. Com isso, as carboxamidas, nesta última safra, também vieram a sofrer este problema“, reconheceu ele.

O pesquisadorenfatiza, porém, que os outros grupos químicos, como as estrobilurinas e os triazóis, já possuíam relatos de resistência e diminuição da eficiência. “A mistura das carboxamidas com esses grupos químicos veio a acrescentar no controle. Nós tivemos uma melhora no controle nas últimas safras, mas com esses relatos de resistência, aumenta nossa preocupação, responsabilidade e o dever de usar os produtos da forma recomendada. Se não for feito dessa maneira, o produtor vai ter prejuízo e não vai alcançar seus objetivos de produzir soja na sua potencialidade“, justifica.

Resistência cruzada

“Embora ocorra a chamada ‘resistência cruzada’, nós verificamos que a resistência não tem ocorrido da mesma forma para todos os grupos que existem no mercado. Como é a primeira safra na qual tivemos esse problema, ainda não verificamos isso em todos os produtos. Mesmo nos grupos onde se constatou resistência, não foi de uma forma geral, mas apenas em algumas regiões“, explica Soares.

Dicas do especialista

De acordo com o pesquisador, existem muitas recomendações que, por algum motivo, não são aplicadas. A primeira é usar os produtos de forma preventiva, no momento em que a doença ainda não está estabelecida. Além disso, a tecnologia da aplicação é fundamental: fazer sempre em momentos adequados, com a umidade certa, com equipamentos bem regulados e bicos adequados.

Outra coisa é a mistura dos ingredientes ativos: “Temos as carboxamidas, as estrobilurinas, os triazóis, e temos também os multissítios, que voltaram agora para o mercado como um apoio contra a doença. Eles não eram tão eficientes, mas devido aos problemas atuais, vieram para somar e se tornaram úteis“, ressalta Rafael Soares.

As carboxamidas têm um caráter menos curativo, embora sejam eficientes. Por isso a ideia é levar para as primeiras aplicações preventivas. “Isso porque a doença acaba evoluindo, e as demais aplicações não são preventivas ” e isso levaria a uma perda de eficiência mais acentuada desse grupo. Os produtos multissítios, como agem na proteção da planta (não penetram), devem ser aplicados antes de a doença aparecer“, ressalta.

O especialista elenca ainda outras ferramentas que o produtor pode utilizar dentro do manejo integrado de doenças: “O escape é uma delas: plantar cedo e utilizar cultivares mais precoces que ficarão menos tempo expostas ao patógeno é uma alternativa para ‘escapar’ da doença, por plantar mais cedo. Outras ferramentas são respeitar o vazio sanitário, evitar o plantio tardio, plantar ‘soja sobre soja’ ou ‘soja safrinha’. Cabe uma consciência maior, porque pode aumentar o número de aplicações de químicos e assim induzir a resistência. Além disso, o uso de cultivares resistentes é um dos maiores aliados“, aponta.

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