Biológicos – Sucesso exige aplicação na hora certa

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Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 07h00

Última atualização em 30 de dezembro de 2015 às 07h00

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Geraldo Papa

Doutor e professor da UNESP – Campus de Ilha Solteira/SP

gpapa@bio.feis.unesp.br

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No geral, o grande benefício dos defensivos biológicos está na menor agressividade ao ambiente, ou seja, são mais seletivos aos inimigos naturais das pragas e, portanto, desequilibram menos o agroecossistema.

Se pensarmos nos defensivos biológicos há poucos anos, tínhamos pouco uso dos mesmos no campo e pouca credibilidade destes produtos diante dos agricultores e técnicos. Isso acontecia devido ao amadorismo na fabricação e comercialização e baixa qualidade dos produtos que, desta forma, não eram competitivos diante dos defensivos sintéticos.

Nos últimos anos, no entanto, este quadro começou a mudar, com a profissionalização das empresas e biofábricas, e ganhou um salto de qualidade após a introdução de nova praga no Brasil, que foi a Helicoverpa armigera.

Outro fator que impulsionou as mudanças foi o aumento da intensidade de ocorrência de pragas e dificuldades de controle com inseticidas convencionais. Atualmente, tanto os defensivos biológicos à base de fungos, bactérias e vírus entomopatogênicos quanto os agentes de controle biológico, como predadores e parasitoides, estão mais efetivos no campo, com melhor assistência do pós-venda e profissionalização dos fabricantes, embora ainda necessitem de modernização na fabricação, comercialização e operacionalidade de seu uso no campo.

Aplicação no tempo certo

A pulverização no time certo é um assunto muito importante para se tratar, quando se fala na eficácia dos biológicos. O momento certo de aplicação é fundamental para o sucesso de todas as classes de defensivos e, no caso dos biológicos, essa importância é ainda maior devido à grande dependência de condições climáticas favoráveis para o efetivo funcionamento destes produtos no campo.

Assim, é necessário o monitoramento constante das lavouras para determinar o momento em que o clima é favorável ao tipo de produto que vai ser aplicado, como por exemplo, a umidade alta para os produtos à base de fungos entomopatogênicos, o tamanho ideal das lagartas, por exemplo, para os produtos à base de vírus e bactérias, e o início de postura de ovos das pragas ou infestação inicial, para a liberação de predadores e parasitoides.

Cuidados essenciais

Além do momento certo quanto à época da aplicação, o período ideal do dia também é importante, como: evitar os horários mais quentes ou realizar pulverizações noturnas. Por se tratar de agentes vivos, o armazenamento adequado dos produtos é importante para a manutenção da qualidade dos mesmos.

Geraldo Papa, doutor e professor da UNESP - Campus de Ilha SolteiraSP - Crédito Arquivo pessoal
Geraldo Papa, doutor e professor da UNESP – Campus de Ilha SolteiraSP – Crédito Arquivo pessoal

Custo-benefício dos biológicos

Além de preços competitivos em relação aos defensivos convencionais, com os biológicos há ganho pelo menor desequilíbrio na dinâmica de pragas e inimigos naturais, proporcionando ao agricultor menor necessidade quanto ao número de aplicações e maior intervalo entre uma e outra.

Saiba mais: antideriva

Os redutores de deriva são produtos adjuvantes de calda utilizados nas aplicações de defensivos agrícolas, sendo que especificamente os “adjuvantes redutores de deriva“ são produtos formulados à base de compostos organopolímeros-siliconados, glicerinados, dentre outros, que proporcionam à calda uma maior viscosidade, cujo objetivo principal é proteger (película) e aumentar o tamanho das gotas produzidas, diminuindo a evaporação, aumentando o tempo de vida das gotas e a velocidade de sedimentação.

Reduzem, assim, o PRD (Potencial de Risco de Deriva), promovendo uma maior deposição de gotas finas sobre os alvos. O PRD é a porcentagem de gotas produzidas em uma pulverização específica, formada por gotas com tamanhos inferiores a 150 micra (150 micra é quase o mesmo diâmetro de um fio de cabelo).

Por meio de experimentos, Manoel Ibrain Lobo Jr, engenheiro agrônomo, consultor em tecnologia de aplicação de agroquímicos, observou, pelo resultado visual, que o adjuvante de calda possibilitou uma maior deposição de gotas sobre as folhas das plantas localizadas no topo, promovendo uma melhor proteção da cultura, pela maior quantidade de i.a. depositados.

Mas, o adjuvante de calda “precisa trabalhar em conjunto“ com novas técnicas e tecnologias em pontas de pulverização e novos atomizadores rotativos de tela e disco para conseguir a máxima eficiência nas deposições de gotas em todas as áreas das plantas. Fica, então, o alerta.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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