Se tomate e pimentão são os veteranos do cultivo protegido no Brasil, a berinjela começa a ganhar seu espaço como a novata promissora que pode surpreender. Isso porque, ao aliar técnicas modernas de estufa com tecnologias de controle de luz, especialmente os filmes plásticos com bloqueio de radiação ultravioleta (UV), o cultivo da berinjela mostra um potencial ainda pouco explorado — e altamente lucrativo.
“A berinjela responde extremamente bem ao ambiente protegido, principalmente quando usamos coberturas que controlam a radiação UV. Os resultados que estamos vendo em campo e em estudos internacionais apontam ganhos expressivos em produtividade e qualidade dos frutos”, afirma Theodora Laviaguerre Land, Analista Técnica de P&D da Ginegar Indústria de Plásticos Ltda.
Um salto em performance
Inicialmente vistos apenas como barreira física contra pragas e intempéries, os filmes agrícolas evoluíram. Hoje, materiais como os filmes SUNCOVER AV DIFF e SUNCOVER AV BLUE, desenvolvidos pela Ginegar, são ferramentas de manejo luminoso que influenciam diretamente o desempenho das plantas.
Estudos como o realizado por Kittas et al. (2006) na Grécia mostraram que berinjelas cultivadas sob coberturas com bloqueio total de radiação UV apresentaram crescimento 21% mais vigoroso e folhas 17% maiores em relação a cultivos com filmes convencionais. O reflexo? Frutos mais uniformes, maior padrão de qualidade e colheitas até 20% mais produtivas.
Tecnologia a favor do agricultor (e do bolso)
Além do impacto direto no crescimento das plantas, o bloqueio da radiação UV tem um efeito colateral altamente desejável: redução da incidência de pragas. Como muitos insetos usam a radiação UV para localizar plantas hospedeiras, limitar essa radiação cria um ambiente menos atrativo — o que se traduz em menos pulverizações e menor uso de inseticidas.
“A tecnologia de bloqueio UV permite uma agricultura mais limpa, com menor impacto ambiental e redução de custos operacionais. É uma estratégia sustentável com retorno econômico real”, explica Theodora.
Outro ponto crucial é a qualidade do fruto: coloração mais intensa e uniforme, ausência de danos por luz e calibres mais regulares garantem não só melhor aceitação no mercado fresco, como também viabilizam o acesso a nichos mais exigentes e com maior valor agregado.

Rentabilidade além da média
Embora o investimento inicial em coberturas tecnológicas seja superior ao dos filmes convencionais, os resultados compensam — e rápido. Além da previsibilidade na produção, há aumento de produtividade, diminuição das perdas e valorização comercial do produto.
“É um ganho triplo: mais fruto, menos perda, maior valor de mercado. E o melhor: com manejo mais simples e sustentável”, reforça a analista da Ginegar.
Berinjela: a nova estrela do cultivo protegido?
Com o domínio já consolidado das solanáceas como tomate e pimentão no cultivo protegido, a berinjela surge como uma opção tecnificada e de alta resposta às inovações. Para muitos produtores, ela pode ser a chave para a diversificação com rentabilidade, especialmente em regiões com maior exigência de padrão de qualidade ou presença de mercado gourmet.
Tecnologias como o bloqueio seletivo de radiação estão deixando de ser tendência e se tornam necessidade competitiva. E a berinjela, antes figurante, começa a assumir papel de protagonista nos projetos de estufa que pensam no futuro da agricultura — mais sustentável, mais produtiva e mais rentável.