Aprenda a cultivar e preparar jurubeba

Você já ouviu falar de jurubeba? Os frutos dessa planta de sabor amargo são utilizados na fabricação chás, bebidas alcóolicas e conservas.
Jurubeba Solanum paniculatum - Foto: Acervo Sitio da Mata

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 11h07

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 11h07

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Jurubeba Solanum paniculatum – Foto: Acervo Sitio da Mata

Você já ouviu falar de jurubeba? Os frutos dessa planta de sabor amargo são utilizados na fabricação chás, bebidas alcóolicas e conservas. A jurubeba também possui inúmeros benefícios para a saúde, como ação anti-inflamatória, descongestionante, digestiva, diurética, além de agir contra a febre, proteger fígado e ser um ótimo tônico vascular. A boa notícia é que a jurubeba é encontrada em quase todo o Brasil. O alerta fica para os modos de consumo dessa planta alimentícia não convencional (PANC).

Segundo o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Cássio Campideli, a jurubeba não deve ser utilizada por mais de uma semana sem interrupção, pois o acúmulo de alcaloides e esteroides no organismo humano pode causar intoxicação. Os sintomas geralmente são diarreia, duodenite erosiva, elevação das enzimas hepáticas, gastrite, náuseas, sintomas neurológicos e vômitos. Em bovinos, a ingestão de partes de jurubeba por períodos prolongados também tem causado patologias.

“Os usos medicinais da jurubeba são comprovados, mas deve ser feito com acompanhamento de profissionais da área de saúde, como quaisquer outras plantas utilizadas como medicamentos”, destaca Cássio Campideli.

Jurubeba para plantar em casa 

As jurubebas são plantas da família Solanaceae. A pesquisadora da EPAMIG, Marinalva Woods, afirma que é possível cultivar jurubeba em ambientes domésticos, mas é preciso estar atentos à espécie e aos modos adequados de cultivo. 

A Solanum paniculatum é a mais indicada para plantio em pequenas hortas caseiras. Nativa de quase todo território nacional, a espécie é própria de climas tropicais e subtropicais e, por esse motivo, já tem sido cultivada em escala comercial no Brasil.

A planta, mais parecida com um arbusto, possui cerca de 1.5 a 2.5 metros de altura e está na lista de espécies medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS). “O plantio da jurubeba Solanum paniculatum é realizado por meio de sementes que podem ser adquiridas pela internet ou recolhidas de alguma planta. De modo geral, apresenta boa germinação”, destaca Marinalva. 

A planta de Solanum paniculatum apresenta propriedades analgésicas, antiácidas, antiulcerosas e cardiotônicas, isto é, tonifica, equilibra e fortalece o coração. Além disso, age como estimulante digestivo, hepatotônico (tonifica, equilibra e fortalece o fígado) e hipotensivo (reduz a pressão sanguínea).

Dicas para plantio e colheita

Para o plantio da Solanum paniculatum, espécie domesticada, são recomendados espaçamentos de 1.5 metros entre linhas e 1 ou 2 metros entre plantas com cerca de 300 gramas de composto orgânico por cova. Capinas são necessárias para evitar proliferação de plantas indesejadas.

A planta deve ser mantida com a altura máxima de 1.8 metros para facilitar o manejo e a colheita. Quando a altura ultrapassar esse limite, é necessária a poda dos ramos mais velhos para deixá-la com 1.2 metros de altura.

A colheita é iniciada entre quatro e seis meses após o plantio. Os frutos são colhidos ainda verdes e imaturos. Pesquisadores da EPAMIG alertam que a colheita deve ser feita com o auxílio de luvas para evitar o ferimento das mãos pelos “espinhos”. O rendimento da cultura por hectare pode variar de 4 a 5 mil quilos.

Herbário da EPAMIG

Em Minas Gerais, o trabalho da EPAMIG com PANC e plantas medicinais é possível graças ao Herbário da empresa, criado em 1973 e localizado em Belo Horizonte. O Herbário, registrado desde 1979 no Index herbariorum com a sigla PAMG, armazena e preserva plantas de Minas e de outros estados do Brasil com o objetivo de dar suporte aos projetos de pesquisas da EPAMIG.

Segundo a pesquisadora da EPAMIG e curadora do Herbário, Andreia Silva, o local possui um acervo de aproximadamente 60 mil amostras de plantas e recebe estudantes e profissionais da área taxonomia vegetal de todo país. 

Marinalva Woods esclarece que a identificação de espécies por um botânico dá segurança para a condução dos trabalhos, credibilidade aos resultados apresentados para a comunidade científica e confiabilidade para o uso como alimento ou medicamento. 

“Reconhecer um pé de alface ou uma cenoura é fácil devido a presença constante dessas espécies nos mercados e feiras. No entanto, quando falamos de plantas medicinais e PANC, tem-se uma diversidade de espécies popularmente conhecidas por muitos nomes diferentes, alguns nomes até se repetem para espécies distintas. Esse é o importante trabalho realizado pelo Herbário PAMG da EPAMIG”, conclui.

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