Apicultura pode ajudar a combater a diminuição de abelhas

Animal possui papel importante na biodiversidade, sendo responsável por polinizar cerca de 70% dos vegetais consumidos pelos humanos

Publicado em 25 de outubro de 2023 às 09h00

Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 09h00

Acompanhe tudo sobre Abelhas, Apicultura, combater, diminuição de abelhas e muito mais!

Como polinizadores, as abelhas estão entre os agentes mais importantes para a biodiversidade e a vida no planeta. Sem elas, alguns alimentos importantes para uma dieta saudável e equilibrada, como frutas, legumes e verduras, podem ter sua produção inviabilizada. A importância é tanta que, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em torno de 70% dos vegetais consumidos pelos humanos e outros animais herbívoros dependem da polinização para se tornarem viáveis. Para manter o equilíbrio ambiental, a apicultura torna-se uma maneira relevante de combater a atenuação do animal, que possui mais de 20 mil espécies de abelhas em todo o mundo, sendo 3 mil delas apenas no Brasil.

Créditos: Divulgação

Apicultura como uma solução

As mudanças climáticas, a atividade agrária e o uso indiscriminado de defensivos agrícolas nas lavouras representam um risco real para as populações de abelhas, que podem ser drasticamente reduzidas e até mesmo desaparecerem nos próximos 30 a 50 anos. A apicultura, que consiste na criação de abelhas para extração de mel e outros produtos da colmeia, quando praticada de uma maneira responsável do ponto de vista ambiental, pode ser uma forma de aumentar suas populações.

“As abelhas realmente estão sumindo e existe um risco sério de desaparecimento desses animais em um médio prazo. Mas as espécies que correm maior perigo atualmente são as silvestres. As abelhas domesticadas, que são aquelas criadas em apiários para produção de mel e outros derivados, também estão sumindo em um ritmo preocupante. Recentemente, inclusive, mais de 100 milhões de abelhas, que eram criadas para produção de mel. foram perdidas após uma aplicação errada de defensivos agrícolas no Mato Grosso. Mas o risco das abelhas criadas em cativeiro é muito menor do que o dos animais selvagens”, explica Daniel Cavalcante, doutor em Tecnologia de Alimentos, presidente da Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) e CEO da Baldoni Agroindústria.

Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Concordia, no Canadá, em geral, as abelhas selvagens, ou seja, as que são características de uma determinada área, são menores do que as abelhas domesticadas, que são as criadas por apicultores para produção de mel e derivados. Os animais silvestres, em geral, não possuem ferrão, além de não serem capazes de voar grandes distâncias para buscar alimentos, o que acaba colocando essas espécies, como é o caso da brasileira Jataí, em maior vulnerabilidade.

O cuidado deve ir além das colmeias, também sendo necessário um trabalho de preservação da vegetação local e o plantio de flores e plantas características da região em que o apiário está instalado. Ações como essa podem ser a chave para manter o equilíbrio entre populações de abelhas domésticas e selvagens, já que com uma maior oferta de alimentos, os animais não precisarão entrar em disputas por território ou comida, o que pode, inclusive, permitir ajudar as abelhas melíferas a serem mais produtivas.

“Como um país de clima tropical, de dimensões continentais, o Brasil é um terreno fértil para a prática responsável da apicultura. Por aqui, é possível criar abelhas com bem-estar e construir ambientes em que espécies nativas e produtoras convivam em harmonia. Porém, esse potencial ainda é pouco explorado, com um espaço muito grande para o crescimento e desenvolvimento da atividade apícola em território nacional”, comenta Daniel.

“A Baldoni tem uma visão bastante moderna sobre seu modo de produção. Nos locais em que colhemos a matéria-prima para os méis de flores silvestres e orgânicos, por exemplo, nós temos uma preocupação imensa em manter os biomas intocados, isso melhora a qualidade do produto, mas também impacta muito positivamente no bem-estar das abelhas e, consequentemente, na manutenção das espécies domesticadas e selvagens”, finaliza o CEO.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Hortinov 2025: soluções biológicas e novas genéticas de hortaliças são destaques de dia de campo da Biotrop & Sakata

2

Termotécnica na Hortitec 2025: embalagens sustentáveis para FFLV

3

Biotrop na Hortitec 2025: empresa promete inovação biológica

4

TSV Sementes e Superseed na Hortitec 2025: lançamentos de alta performance

5

Espírito Madeira 2025 destaca o eucalipto como símbolo da nova indústria sustentável

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

hortinov

Hortinov 2025: soluções biológicas e novas genéticas de hortaliças são destaques de dia de campo da Biotrop & Sakata

Embalagens DaColheita e DaColheita Bio expostas no estande da Termotécnica na Hortitec 2025

Termotécnica na Hortitec 2025: embalagens sustentáveis para FFLV

biotrop na hortitec 2025

Biotrop na Hortitec 2025: empresa promete inovação biológica

Abobrinha Revera

TSV Sementes e Superseed na Hortitec 2025: lançamentos de alta performance