Aminoácidos proporcionam melhor absorção dos nutrientes na uva?

Publicado em 18 de março de 2020 às 10h58

Última atualização em 18 de março de 2020 às 10h58

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Autores

Leticia Rodrigues de Oliveira
Graduanda em Agronomia – UNIFIO
leticiaoliveira.agro@gmail.com
Adilson Pimentel Junior
Engenheiro agrônomo, mestre e professor – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO)
adilson_pimentel@outlook.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia
Engenheira agrônoma, doutora e professora – UNIFIO
alinemendesgouveia@gmail.com
Créditos: Shutterstock

A videira pode apresentar deficiência nutricional devido ao estresse biológico, físico ou químico. Com isso, o uso de aminoácidos na adubação via foliar traz como vantagem a correção de deficiências, podendo ser utilizado em conjunto com outros elementos nutritivos.

Os aminoácidos têm relação na eficiência da absorção, transporte e assimilação de nutrientes das plantas devido a quelação com os cátions, gerando moléculas sem cargas, o que facilita a permeabilidade na cutícula foliar elevando a velocidade de absorção e circulação dos nutrientes pelos tecidos vegetais.

Manejo

A aplicação de aminoácidos é feita na forma líquida por meio de pulverização dirigida, dependendo de seu objetivo, nas folhas e/ou nos cachos. Caso a melhoria priorizada sejam as folhas, as aplicações são feitas desde a brotação até o início da floração, com cerca de três pulverizações com a dose recomendada pelo fabricante.

Caso o objetivo seja a melhoria na qualidade dos cachos, as aplicações são dirigidas nos mesmos, no período de bagas no tamanho chumbinho até o início da maturação, com duas a três aplicações. Os intervalos entre as aplicações podem ser de 20 dias.

Pesquisas

Testes realizados em uva ‘Benitaka’ demonstraram que com duas pulverizações de uma solução diretamente nos cachos com vinte aminoácidos na concentração de 4,15 mg por litro de água, com aplicações a partir da frutificação, houve melhora na coloração e diminuição da acidez das uvas, resultando em cachos de maior qualidade para comercialização.

Os aminoácidos promovem acréscimos significativos na produção por videira, peso da baga, do cacho e teor de açúcares totais, quando comparados às plantas sem aplicação. O teor de sólidos solúveis totais, assim como acidez, e a coloração arroxeada também são influenciados positivamente.

Em campo

Os aminoácidos participam de todo o metabolismo das plantas, gerando muitos compostos que influenciam na qualidade e produção dos produtos colhidos. Por exemplo, a arginina eleva a solubilidade e absorção de nutrientes; o triptofano, precursor do hormônio auxina; a metionina, precursora do etileno; a tirosina é precursora de compostos fenólicos e de antocianina, principal pigmento que confere a cor arroxeada à uva; a glicina é precursora da síntese de clorofila.

Outros benefícios são as sínteses de proteínas e melhoria de estresses bióticos.

Direto ao alvo

O erro mais frequente no manejo da cultura com aminoácidos é a aplicação em excesso ou insuficiente do princípio ativo, além das épocas de aplicação. Muita cautela no momento da escolha do produto – o mesmo deve ser registrado junto ao MAPA para que as quantidades dos elementos sejam regulamentadas e fiscalizadas.

Caso seja adquirido um produto sem as devidas inspeções, o risco de se obter falhas é grande.

O erro na dose de aplicação pode ser evitado com a utilização da dose recomendada pelo fabricante ou por meio de testes na propriedade, adequando uma dose ideal para as plantas. Quanto a época de aplicação, deve-se considerar a melhoria que se deseja, uma vez que os aminoácidos podem gerar várias mudanças nas plantas, como citado, desde a brotação das folhas até o início da maturação. 

Por apresentar alta eficiência da absorção, transporte e assimilação de nutrientes devido à facilidade de ligação com outras moléculas, os aminoácidos podem ser aplicados em conjunto com outros elementos minerais visando a nutrição eficiente das plantas.

Investimento

A utilização de aminoácidos comerciais na viticultura é uma realidade ainda restrita a um grupo menor de produtores. O mais usual é a utilização de biofertilizantes líquidos, extratos de composto ou vermicomposto e compostos de farelos confeccionados na própria unidade de produção ou adquirido de terceiros.

É necessário realizar mais pesquisas com os aminoácidos para fornecer informações relativas aos possíveis mecanismos de ação, combinação com nutrientes, manejo de aplicação, custo-benefício, entre outros.

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