Ameixa: seleção e classificação podem agregar valor

Descubra as normas de padronização da CEAGESP para ameixas nacionais e estrangeiras, e conheça a importância da colheita no ponto ideal de maturação.
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Foto: DaColheita

Gabrielle Caroni Vacchi
Graduanda em Ciências dos Alimentos – ESALQ-USP
gabriellevacchi@usp.br
Catherine Amorim
Engenheira agrônoma e doutoranda – ESALQ-USP
catherine.amorim@usp.br
Ricardo Alfredo Kluge
Doutor e professor – ESALQ/USP
rakluge@usp.br

Desde o campo, é importante observar a qualidade dos frutos. Para isso, deve-se realizar a colheita no ponto ideal de maturação, no qual as características de sabor, aroma e textura sejam agradáveis para o consumidor. No caso da ameixa, os fatores relevantes são a firmeza, coloração, quantidade de sólidos solúveis e acidez, que influenciam nas etapas de classificação e seleção no período de pós-colheita.

A seleção e classificação são parte do beneficiamento das frutas, agregando valor e vantagens, tanto para o produtor quanto para o consumidor, que terão um produto final com maior qualidade, evitando perdas.

Quando se trata da seleção, essa condiz com o descarte de frutos inaptos para a comercialização, de acordo com padrões pré-estabelecidos pelo mercado, como é o caso de frutos com podridão ou outras doenças, imaturos, com danos mecânicos, sobremaduros, entre outros.

Por outro lado, a classificação condiz com um processo posterior à seleção, na qual há a separação em grupos homogêneos, por exemplo por tamanho, estádio de maturação, peso e coloração, resultando em maior uniformidade na comercialização.

Padronização

As ameixas são frutos com vida útil curta, isso porque são mais suscetíveis a danos mecânicos, fungos e ao amolecimento, por isso as etapas do beneficiamento se tornam essenciais.

É importante ressaltar que na seleção das ameixas, de acordo com o padrão mínimo de qualidade da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), são descartadas aquelas com podridão, imaturas, com defeitos na polpa, ferimentos ou murchas.

Por outro lado, a classificação é determinada pelas normas vigentes no mercado a que será destinada. No mercado externo, essa será de acordo com o país de destino e suas especificações, enquanto que no mercado interno não há padrões oficiais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.

Sendo assim, é observada uma grande falta de padronização entre os Estados brasileiros, cada qual com suas exigências, o que pode ser um obstáculo para o entendimento na comercialização.

No caso de São Paulo, a CEAGESP tem normas próprias estabelecidas para ameixas nacionais, as quais são classificadas pelo tamanho (diâmetro equatorial) e calibre do fruto.

Tabela 1. Classificação de ameixas nacionais quanto ao diâmetro equatorial adotada pela CEAGESP

Fonte: CEAGESP.

Classificação estrangeira

Além das normas para ameixas nacionais, a CEAGESP possui a classificação para ameixas estrangeiras da Espanha, do Chile, da Argentina e americanas, sendo essas classificadas também em função do tamanho (diâmetro equatorial), na qual a CEAGESP cota somente ameixas estrangeiras “Maior que 65”, “61 a 65” e “Tipo 20”.

Tabela 2.  Classificação de ameixas estrangeiras quanto ao diâmetro equatorial adotada pela CEAGESP

Fonte: CEAGESP.

Outra diferenciação existente é se a classificação será realizada manualmente ou por maquinário, o que varia de acordo com o estado ou país, e com a empresa que irá realizá-la.

Geralmente, são utilizadas máquinas automáticas que separam pela cor, peso, tamanho, entre outras características. Já para o descarte de frutos com defeito, normalmente o processo é realizado manualmente, com exceção de países mais desenvolvidos, onde são utilizados processos automatizados, mas que apesar de menor mão de obra conferem baixa eficiência.

É importante salientar que as etapas do beneficiamento são dependentes da cautela na colheita e em outras etapas no pós-colheita, como cuidado no transporte, armazenamento e embalagem dos frutos, principalmente quando são mencionadas as ameixas, por se tratarem de frutos frágeis e altamente vulneráveis a danos até a chegada ao consumidor final.

Isso porque a seleção e classificação só atingirão seus objetivos, tanto na qualificação como agregando valor, se as demais fases forem concluídas corretamente para que se obtenha frutos sem danificações e anomalias até o fim da cadeia produtiva.

Agregado de valor

Como já citado, a classificação e seleção são etapas importantes para controle de qualidade, além disso favorecem um visual mais atrativo para o consumidor e podendo aumentar sua vida de prateleira, uma vez que se evita contaminação com frutos doentes.

No caso de frutos climatéricos, como a ameixa, é reduzida a possibilidade de contato de frutos em estádios mais avançados de maturação com outros menos maduros. Isso pode acabar favorecendo trocas gasosas indesejadas, principalmente quando se refere ao etileno, e levando a uma aceleração indesejada do amadurecimento.

Todos esses fatores agregam valor ao produto final, que se torna mais atraente, padronizado e qualificado para o comprador.

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