Algas melhoram o desenvolvimento das raízes da beterraba

Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 29 de dezembro de 2017 às 07h24

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h43

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Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A beterraba (Beta vulgaris), originária da Europa, é da família das chenopodiaceae. Além do açúcar, a beterraba é rica em vitaminas do complexo B e sais minerais como ferro, cobre, sódio, potássio e zinco.

Há três biótipos de importância econômica: beterraba açucareira, forrageira e hortícola, sendo esta última a cultivada no nosso país. No Brasil, o seu cultivo é menos expressivo, quando se compara a outras hortaliças, tais como: batata, tomate, cebola, pimentão, repolho e cenouras. Entretanto, nos últimos anos houve aumento na demanda para consumo in natura e para beneficiamento nas indústrias de conservas e alimentos infantis, como corantes em sopas desidratadas, iogurtes e catchups.

No Brasil, os Estados que mais cultivam beterraba são: Paraná, que concentra a maior produção (20,0%), São Paulo (17,0%), Minas Gerais (15,5%), Rio Grande do Sul (15,0%) e Bahia (8,0%).

Como a principal parte comestível da beterraba são as raízes tuberosas, a formação das mesmas e a nutrição das plantas é importante. Neste contexto, o emprego de algas marinhas se mostra interessante.

As algas e os benefícios

As algas marinhas são organismos vegetais, unicelulares ou pluricelulares, que fazem fotossíntese. Os extratos de algas contêm altas proporções de sais minerais, dentre eles macro e micronutrientes de plantas. São fontes de vitaminas, glicoproteínas, como o alginato, de aminoácidos, que podem funcionar como bioestimulantes vegetais, e, ainda, de estimulantes naturais, como: auxinas (hormônios do crescimento que governam a divisão celular), giberelina e citocininas. Melhoram a taxa de germinação de sementes, o crescimento do sistema radicular, a produção de flores, a frutificação e indução de resistência a pragas e doenças e estimulam as respostas às condições de estresse, principalmente o hídrico, e a resistência das plantas a doenças e geadas.

Como tais produtos são ricos em auxinas, giberelina e citocininas, sua inclusão no processo promove o estímulo da divisão celular, o que favorece a formação das raízes.

Os compostos presentes nos extratos de algas estimulam a formação da clorofila e, por consequência, a própria fotossíntese, que é a fonte de toda a estrutura da planta. A partir dos açúcares formados na fotossíntese se originam todos os demais componentes das plantas (proteínas, óleos, etc.). Também, substâncias presentes nas algas marinhas beneficiam o Ciclo de Krebs, que é o centro do metabolismo vegetal.

As algas marinhas conferem certa proteção às plantas quanto à incidência de pragas e doenças - Crédito Ana Maria Diniz
As algas marinhas conferem certa proteção às plantas quanto à incidência de pragas e doenças – Crédito Ana Maria Diniz

Proteção

O emprego dos extratos de algas marinhas no sistema produtivo pode conferir certa proteção às plantas quanto à incidência de pragas e doenças, pois induz a produção de fitoalexinas (indutoras de resistência das plantas às doenças e pragas), fortalecendo os mecanismos de resistência. É fonte de antioxidantes, substâncias produzidas a partir do metabolismo secundário das algas, que estimulam a proteção natural dos vegetais contra pragas e doenças

Em relação ao efeito indutor de resistência, relatos de literatura permitem concluir que extratos de algas reduzem o desenvolvimento de fungos fitopatogênicos. Sabe-se que tanto as algas vermelhas como as marrons contêm elicitores. Como exemplo, pode-se citar a gama-carragenana, um polissacarídeo sulfatado encontrado na parede celular de algas marinhas vermelhas que induz o acúmulo de ácido salicílico que, por sua vez, desempenha papel central na defesa das plantas contra o ataque de microrganismos.

O ácido salicílico pode ser considerado um mensageiro que ativa a resistência contra patógenos, incluindo a síntese de proteínas relacionadas com a destruição dos agentes estranhos. Um polímero linear de β-1,3-glucana, chamado de laminarana, extraído e purificado da alga marrom Laminaria digitata, também estimula a formação de ácido salicílico.

Ainda, derivados de Fucanas sulfatadas, componentes estruturais de paredes celulares de algas marinhas marrons, têm atividadeelicitora, estimulado a formação da fitoalexinaescopoletina.

Em relação aosextratos de algas Ascophyllumnodosum, estudos bioquímicos com plantas tratadas com tais produtos mostram aumento da atividade de peroxidase e de síntese de fitoalexinas, o que promove aumento da resistência das plantas a fungos e bactérias.

Para a beterraba

O emprego das algas no cultivo de beterraba pode ocorrer, no caso de semeadura direta, no ato do plantio para melhorar a germinação, o enraizamento e desenvolvimento vegetativo, pela ação bioestimulante que apresentam.

O fertilizante pode ser adicionado via irrigação, por pulverização no sulco de plantio. No caso de plantio por mudas, as algas também podem ser empregadas – incorporando o produto no substrato ou adicionando à irrigação.

Além do uso na semeadura, no campo pode-se empregar no transplantio de mudasvia drench, ou mesmo pulverizando no sulco de plantio, visando o pegamento das mudas e o enraizamento.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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