Algas marinhas aumentam teores de clorofila nas plantas

Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 19h23

Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 19h23

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Arlindo de Salvo

Engenheiro agrônomo e consultor científico

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Ao longo do ciclo de vida das plantas, elas estão suscetíveis a situações climáticas adversas, ataques de pragas e doenças, assim como excesso ou falta de algum nutriente. Com isso a taxa fotossintética diminui e, consequentemente, caem também os níveis de clorofila no interior da célula da planta. A alga Ascophyllumnodosum atua amenizando as situações adversas e mantendo a taxa fotossintética estável.

Medindo a fotossíntese - Crédito Brandon
Medindo a fotossíntese – Crédito Brandon

As moléculas bioativadoras no extrato de Ascophyllumnodosum desencadeiam a biossíntese de citocininas nas plantas, um tipo de fitohormônio que gerencia processos de crescimentos e respostas ao estresse das plantas. Para crescimento, eles mostram os sinais das células para dividir as gemas apicais em novas raízes, fluxos vegetativos e começar o desenvolvimento de vasos condutores.

Para resposta ao estresse, eles agem para inibir a ação de enzimas indutoras de senescência, diminuindo a degradação da clorofila e mantendo as taxas fotossintéticas e a viabilidade das raízes.

Em resumo, citocininas são conhecidas como o hormônio da manutenção do verde nas plantas. Mantendo os níveis de citocininas elevados nos tecidos das folhas nos momentos chaves, pode-se adiar a senescência, particularmente aquela induzida pelo estresse. Assim, a planta continua em modo de crescimento ao invés de modo de sobrevivência, portanto, aumentando o potencial genético da planta e induzindo a uma maior produtividade.

Medindo a clorofila - Crédito Brandon
Medindo a clorofila – Crédito Brandon

Mais clorofila

As algas marinhas podem ser responsáveis por induzir um aumento de quase 80% da clorofila, em alguns casos, o que é muito relativo, pois depende muito da situação de estresse que a planta vivencia.

Quanto mais clorofila, maior o nível de fotossíntese produzido pela planta e, consequentemente, maior a produtividade.

Quando e quanto aplicar

Normalmente é recomendado a aplicação antes de a planta sofrer qualquer tipo de estresse. Porém, muitas vezes torna-se difícil identificar previsões climáticas ou ataques de pragas e doenças, ou mesmo uma fitotoxicidade causada por inúmeros fatores. Dessa forma, a aplicação pós-estresse estará relacionada mais à realidade do produtor vivenciada no campo.

A dosagem recomendada depende da concentração de ingrediente ativo (% de Ascophyllumnodosum) de cada produto.

Custo

O custo da aplicação depende das dosagens recomendadas por cada empresa, pois a concentração de ingrediente ativo é muito importante para determinação da dosagem por hectare, podendo variar de R$ 40,00/ha até R$ 120,00/ha, porém, o retorno pode se dar muitas vezes na própria safra.

O custo-benefício da aplicação de algas marinhas é muito importante, visto que as plantas podem perder seu potencial produtivo muito mais por questões abióticas (seca, temperatura, salinidade) do que por questões bióticas (pragas e doenças).

O papel das algas marinhas é diminuir os efeitos que os estresses abióticos causam nas plantas, aumentando, assim, a produtividade das mesmas.

Resultados com a aplicação de algas marinhas

Gráfico 01

Os bioativadores

Espera-se que o mercado global de bioativadores valha US $ 3,0 bilhões em quatro anos (Piper Jaffrey) estimulados pelo desejo dos agricultores de melhorar os rendimentos e as pressões ambientais para uma maior sustentabilidade.

Os produtos bioativadores contêm substâncias ou microrganismos que estimulam processos naturais em uma planta para promover a absorção e a eficiência de nutrientes, bem como a tolerância ao estresse. Um número crescente de empresas estáansioso para obter uma parte desse crescente mercado e aumentar seus orçamentos por meio da pesquisa e desenvolvimento de produtos baseados em bioativadores.

Sem legenda - Crédito Ana Maria Diniz
Sem legenda – Crédito Ana Maria Diniz

As empresas também estão mais ansiosas para investir no desenvolvimento de bioativadores porque a nuvem de ceticismo científico sobre a sua utilidade vem aumentando na última década e agora é possível entender como alguns desses produtos realmente afetam as plantas.

Embora a utilidade de alguns produtos bioativadores tenha sido comprovada cientificamente, alguns produtores continuam céticos quanto às reivindicações agronômicas. Isto acontece possivelmente porque os produtos bioativadores no Brasil não precisam cumprir um alto limiar de prova de que realmente funcionam.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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