Sergio Luiz de Almeida
Engenheiro agrônomo – Plant Health Care
A agricultura brasileira está diante de uma nova realidade que não pode ser ignorada. Oscilações bruscas de temperatura, períodos de estiagem cada vez mais prolongados e chuvas irregulares impõem desafios concretos à produção agrícola.
Nesse contexto, o potencial genético de culturas como soja, cana e café pode ser comprometido – a menos que o agricultor adote estratégias de manejo que fortaleçam fisiologicamente as plantas e controlem os principais estresses bióticos e abióticos.
Peptídeos elicitores como pilar de resiliência
Para o controle de estresses abióticos, sejam eles causados por falta de água, excesso de calor ou desequilíbrio nutricional, peptídeos elicitores vêm se consolidando como ferramentas estratégicas para melhorar o vigor inicial, aprofundar o sistema radicular, acelerar a retomada do crescimento após o estresse e garantir mais uniformidade ao longo do ciclo.
Aplicações em diferentes fases da lavoura ajudam a manter a fotossíntese ativa, reduzir abortos florais e preservar o enchimento de grãos ou açúcares.
Na soja, isso significa mais produtividade mesmo sob estresse hídrico no florescimento. No café, maior pegamento e uniformidade de maturação. E na cana, perfilhamento mais robusto e ganho em TCH e ATR.
Manejo integrado de pragas e doenças em duas frentes
Para o controle de estresses de origem biótica, o uso de peptídeos elicitores que atuam no controle de patógenos e nematoides, atuando na ativação do sistema de defesa das plantas, trouxe não apenas maior espectro de controle, mas também efeitos fisiológicos benéficos: maior retenção foliar, menor estresse oxidativo, prolongamento do período fotossintético e proteção no estabelecimento do sistema radicular.
Esses efeitos são ainda mais relevantes sob condições adversas.
Nos cultivos em que tecnologias elicitoras à base de peptídeos já estão registradas no Brasil — como soja, cana e café — seu uso adiciona uma nova linha de defesa contra patógenos e nematoides.
Além das ferramentas tradicionais de controle, que atuam diretamente sobre pragas e patógenos, o agricultor passa a contar com um recurso que fortalece a planta, promovendo proteção de amplo espectro e reduzindo a incidência de doenças e nematoides.
São duas frentes de controle com um objetivo comum – maior sanidade das plantas.
Resultado consistente e paz de espírito
A integração de tecnologias — peptídeos elicitores + defensivos modernos + planejamento do momento certo de aplicação — forma um tripé essencial para maximizar o retorno da lavoura, mesmo quando o clima não favorece.
A experiência de campo tem mostrado que produtores que adotam esse manejo integrado conseguem colher mais e melhor, com lavouras mais uniformes, produtivas e resistentes.
Em tempos de incerteza climática, o diferencial do produtor está na antecipação e consistência. Investir em tecnologias que protegem, estimulam e preparam a planta para o estresse é mais do que uma estratégia agronômica – é um seguro de produtividade.
