Adjuvantes agrícolas viabilizam a redução do volume de aplicação em soja

Publicado em 20 de junho de 2018 às 07h53

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 07h53

Acompanhe tudo sobre Adjuvante, Água, Biológico, Ferrugem, Grãos, Óleo, Pulverização e muito mais!

Luís Antônio S.de Azevedo

Professor do Depto de Entomologia e Fitopatologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto de Ciências Biológicas

luisasa@ufrrj.br

A soja ocupa a maior área agrícola do Brasil, com recorde de 34 milhões de hectares plantados na safra 2017/18. O sucesso da produção de soja no País depende de medidas integradas ao sistema de produção, visando reduzir riscos, perdas e custos.

Dentre os principais fatores que reduzem a produtividade agrícola de soja estão as doenças, com destaque para a ferrugem (Phakopsorapachyrizi), a mais severa delas, que ocorre em todo o território nacional, causando perdas que variam entre 10 e 90% de produtividade.

Os adjuvantes

A cultura da soja é a que tem maior consumo de adjuvantes no Brasil. Estimativas recentes relatam que são consumidos cerca de 50 milhões de óleo emulsionável no País, entre óleo vegetal e mineral, dos quais 35 milhões só nas lavouras de soja.

A utilização de adjuvantes na cultura apresenta uma série de vantagens, dentre elas: aumenta a deposição das gotas na planta, diminui a deriva e permite, em muitas situações de campo, a redução do volume de calda, com economia de água.

Os adjuvantes melhoram a performance dos produtos fitossanitários nas diferentes situações de campo, principalmente quando utilizados em mistura de tanque. São compostos sem qualquer atividade biológica sobre plantas invasoras, patógenos e insetos, que melhoram de forma geral a eficácia da aplicação dos produtos fitossanitários. Na prática, os modernos adjuvantes melhoram a molhabilidade, a espalhabilidade e a penetrabilidade dos produtos no alvo biológico.

 

Crédito Jacto
Crédito Jacto

Pesquisas

Diversos trabalhos de pesquisa conduzidos no campo demonstram que é possível a redução do volume de aplicação em soja para o controle da ferrugem. Um dos trabalhos realizados por mim, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na safra 2015/16, obteve resultados bem consistentes, com redução do volume de calda de 100 para 50 litros, desde que sejam utilizados adjuvantes recomendados pelos fabricantes específicos para os fungicidas registrados para a ferrugem.

Nessa pesquisa foram avaliados os fungicidas: azoxistrobina + ciproconazole + nimbus; azoxistrobina + ciproconazole + nimbus + mancozebe; azoxistrobina + benzovindiflupir + nimbus; azoxistrobina + benzovindiflupir+ nimbus + mancozebe; trifloxistrobina + protioconazole + aureo; trifloxistrobina + protioconazole + aureo + mancozebe; azoxistrobina + ciproconazole; azoxistrobina + benzovindiflupir; trifloxistrobina + protioconazole.

Todos os produtos foram testados nos volumes de 100 e 50 litros por hectare em três aplicações (R1, R3 e R5.1). Além de não haver diferenças em relação à severidade, desfolha e peso de mil grãos, não houve diferenças significativas quando se avaliou a cobertura dos folíolos de soja.

Em termos de cobertura avaliada pelo número de gotas por cm2, não houve diferença entre os volumes de 100 e 50 L/ha-1.Todos os produtos proporcionaram um número mínimo de 70 gotas/cm2,o que é considerado muito bom para a avaliação da cobertura da pulverização.A adição dos adjuvantes específicos aos fungicidas melhorou a cobertura dos folíolos de soja.

A tendência atual é cada vez mais a redução dos volumes de aplicação em soja,tanto em aplicações terrestres como aéreas.

Essa matéria você encontra na edição de junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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