Açúcar: perspectivas de colheita no Hemisfério Norte

As perspectivas de colheita do Hemisfério Norte para a próxima temporada estão sendo monitoradas de perto, com algumas agências revisando suas estimativas.

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 14h41

Última atualização em 14 de novembro de 2023 às 14h41

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Com o início de Novembro, as perspectivas de colheita do Hemisfério Norte tornam-se um pouco mais tangíveis. Embora nenhum relatório de moagem realizada tenha sido divulgado até agora, algumas agências atualizaram suas previsões para a temporada.

Os preços do açúcar bruto começaram a semana corrigindo apenas para voltar para o nível de 27,5 USc/lb na quarta-feira, após as estimativas da ISMA de 33,7Mt para a safra 23/24 serem divulgadas, um declínio acentuado em comparação com as 36,6Mt na safra 22/23.

Depois de considerar o desvio de cerca de 3,5Mt de etanol – uma janela de moagem curta deve comprometer a capacidade do país de desviar produto ao biocombustível – a Índia ainda seria capaz de produzir cerca de 30Mt do adoçante. Portanto, concordamos com a agência que se deve esperar um saldo positivo entre produção e consumo em 23/24, levando a uma possível formação de estoques, já que o governo deverá priorizar o mercado doméstico.

Como resultado, a atualização da produção da Índia não trouxe quaisquer alterações aos números dos nossos fluxos comerciais, uma vez que já não eram esperadas exportações.

Simultaneamente, a Thai Sugar Millers Corp. também divulgou um comunicado sobre a situação e as previsões da safra 23/24 da Tailândia. Segundo a agência, a produção de adoçantes deverá reduzir para 7-8Mt, ou uma queda superior a 25%, impactando a participação do país no mercado global.

Conforme discutido em relatórios anteriores, esperamos que a Tailândia produza 8,1Mt e exporte apenas 5,1Mt, em comparação com os 7,9Mt esperados para 22/23 (dez-nov).

Contudo, as notícias altistas vindas da Tailândia não se limitaram a estas perspectivas. A recente decisão do governo, tomada na última terça-feira, de categorizar o açúcar como uma commodity controlada afetará significativamente o setor.

Tal como outros bens controlados, esta classificação implica que quaisquer alterações nos preços de varejo (ou volumes de exportação) exigirão a aprovação de um comitê regulador. Embora o objetivo das autoridades seja garantir o abastecimento interno de açúcar e gerir a inflação, os usineiros estão receosos de que isso possa resultar em atrasos no cumprimento dos contratos de entrega.

Estes eventos contribuem para uma tendência bem conhecida: o aperto de disponibilidade. Mas lembre-se, essa escassez ainda não é totalmente sentida pelos destinos, já que o Brasil continua bastante forte e negociando com desconto, adicionando resistência aos aumentos de preços.

A falta do Hemisfério Norte será sentida especialmente durante a entressafra do Brasil. É claro que com mais cana o Centro-Sul poderá fornecer mais açúcar do que o normal, mas as chuvas devem atrapalhar – como sempre. Entre novembro e fevereiro, os dias perdidos tendem a aumentar de aproximadamente 1 durante o inverno para mais de 3 dias.

Combinando chuvas com cana de menor qualidade, fica difícil para as usinas manterem um mix de açúcar alto. Ainda assim, a região continuará a produzir o máximo possível do adoçante, dada a disparidade de preços. Portanto, os destinos devem começar a sentir os impactos da ausência do Hemisfério Norte apenas no primeiro trimestre de 2024.

Mas lembre-se, o consenso do mercado é que, na ausência de qualquer evento climático intenso, o Brasil está pronto para outro bom ano em 24/25, tornando o 1ºT/24 e o 2ºT/24 a única janela verdadeiramente altista.

Resumo

O CS brasileiro é a principal força baixista. No entanto, a sua influência permanece limitada até ao vencimento do contrato de março, que geralmente reflete a disponibilidade no Hemisfério Norte. Este ano, todas as evidências apontam para escassez na região, o que alimenta uma tendência de alta para este contrato.

Você pode acessar o relatório completo clicando aqui.

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