Ácidos húmicos otimizam eficiência dos NPK

As substâncias húmicas incluem ácido húmico, ácido fúlvico e humina, dependendo ...
Cana - Crédito: Shutterstock

Publicado em 24 de outubro de 2021 às 08h02

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h14

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Glauber José de Castro Gava Doutor e pesquisador científico – Instituto Agronômico de Campinas (IAC) glauber.castro@sp.gov.br

Cana – Crédito: Shutterstock

As substâncias húmicas incluem ácido húmico, ácido fúlvico e humina, dependendo de sua solubilidade em vários pHs. Os ácidos fúlvicos são mais reativos do que as outras duas frações devido à maior quantidade de grupos carboxílicos e fenólicos.

Com relação às substâncias húmicas usadas comercialmente na agricultura, elas incluem matéria orgânica humificada natural de turfas e solos orgânicos, depósitos minerais de leonardita, como fontes não renováveis e as mais sustentáveis extraídas de compostagem e vermicompostagem, classificadas como fontes renováveis.

As substâncias húmicas atuam em dois compartimentos em um agroecosistema, elevando seu potencial de produção.

I) No solo as substâncias húmicas atuam como condicionadores. As substâncias húmicas aumentam processos de quelação, tornando os nutrientes insolúveis em solúveis, aumentando assim sua biodisponibilidade para as plantas, principalmente de micronutrientes. Também tem o potencial de elevar a capacidade de troca de cátions dos solos. A elevada reatividade das substâncias húmicas faz com que, mesmo em baixas concentrações, ela seja responsável por elevar a porcentagem da capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, promovendo uma elevação da eficiência de utilização de fertilizantes NPK nas culturas de um modo geral.

II) Nas plantas as substâncias húmicas atuam na melhoria da arquitetura das raízes, produzindo maior quantidade de radicelas laterais e aumentando da síntese de enzimas. A ativação biológica para o maior desenvolvimento da planta tem sido relacionada à composição química, hidrofobicidade e estrutura conformacional flexível das substâncias húmicas (Canellas e Olivares, 2017). Assim, ao sofrer oxidação as substâncias húmicas liberam precursores de crescimento vegetal (auxinas, giberelina etc.) para as plantas, promovendo seu maior crescimento, quando comparado a plantas não expostas às substâncias húmicas. Além disso, apresentam um efeito estimulante no crescimento radicular por meio da maior ativação das H+- ATPases, produzindo maior transporte de íons.

Pesquisas

Estudos recentes apontaram efeito protetivo das substâncias húmicas em plantas sob deficiência hídrica. O estresse hídrico pode diminuir a taxa fotossintética, no entanto, esse efeito foi reduzido em plantas de cana-de-açúcar tratadas com substâncias húmicas.

A aplicação de substâncias húmicas também elevou a fotossíntese líquida de plantas de colza sob estresse hídrico por meio do aumento da taxa de trocas gasosas e do fluxo de transporte de elétrons.

 A mitigação dos estresses abióticos tem sido associada à capacidade das substâncias húmicas de prevenir o dano oxidativo induzido pela modulação da homeostase redox (capacidade de diminuir produção de radicais livres na planta).

As substâncias húmicas podem ser usadas diretamente nas plantas para aumentar a produção e a absorção de nutrientes, constituindo assim uma categoria importante de bioestimulantes. Entretanto, o efeito das substâncias húmicas sobre as diferentes culturas irá depender da origem, tipo e de sua concentração na solução a ser aplicada nas plantas.

Muito importante é verificar o tipo e qualidade da matéria-prima que dará origem às substâncias húmicas, que em muitos casos podem não produzir os efeitos esperados na melhoria do desenvolvimento e produtividade das plantas.

Assim, é de extrema importância o desenvolvimento de experimentos de campo, tendo como objetivo testar essas substâncias húmicas na elevação de produtividade nas diferentes culturas.

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