A compactação do solo durante a semeadura aumenta as doença?

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 10h29

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 10h29

Acompanhe tudo sobre Água, Maquinário, Mofo branco, Pneu, Podridão, Solo e muito mais!

Autores

Alexandre Dinnys Roese
Analista – Fitopatologista da Embrapa Agropecuária Oeste
Augusto César Pereira Goulart
Pesquisador – Fitopatologista da Embrapa Agropecuária Oeste
Fotos: Luize Hess

Frequentemente agricultores e consultores procuram os laboratórios e instituições de pesquisa após a semeadura trazendo algumas plantas com sintomas de murcha, tombamento ou mal desenvolvidas, tentando compreender por que as plantas não se desenvolvem normalmente. E muitas vezes a resposta é que as doenças são apenas oportunistas.

As enfermidades em plantas logo após a semeadura, em geral, revelam problemas de manejo do solo, principalmente relacionados à compactação, dificultando o desenvolvimento normal do sistema radicular e predispondo as plantas a toda sorte de doenças.

Evitar as doenças custa muito menos e é muito mais eficaz do que tentar controlar depois que elas ocorrem. E pensando em doenças de solo, que são causadas por microrganismos habitantes naturais do solo, pouco ou nada podemos fazer depois de constatada a doença. Por isso, nesta fase de semeadura, a principal atitude para evitar doenças consiste em evitar a compactação do solo.

Como evitar a compactação do solo?

Durante a semeadura, é importante evitar a operação e o trânsito de máquinas na lavoura com solo muito úmido, principalmente em solos argilosos. O produtor sabe, mas não custa lembrar: operações agrícolas com solo muito úmido promovem a compactação do solo, o processo de descompactação é difícil, e solo compactado predispõe as plantas a doenças.

A compactação pode ocorrer tanto pela pressão dos pneus do maquinário agrícola sobre o solo como também nos sulcos de semeadura, pela ação do facão de distribuição do adubo e/ou pelos discos de semeadura, promovendo o espelhamento das paredes do sulco e facilitando assim o acúmulo de água, o que favorece a ocorrência de doenças.

Algumas doenças de solo favorecidas pela compactação são: podridão da raiz e da haste da soja causada por Phytophthora sojae, que causa o escurecimento ascendente, a partir da base da haste, subindo homogeneamente na planta até as ramificações da haste principal.

O tombamento de pré e pós emergência causado por Rhizoctonia solani, que causa o estrangulamento do colo da planta, com lesões circulares a elípticas marrom-avermelhadas, que se tornam alongadas e deprimidas. E a podridão cinza da haste e da raiz, causada por Macrophomina phaseolina. Esta doença é observada mais no final do ciclo, devido à antecipação da maturação (maturação forçada) nas reboleiras com a doença.

Além dessas, solos mal conservados, em geral, predispõem as plantas a diversas outras doenças de final de ciclo, como o mofo branco, e as nematoses. O cuidado com a estrutura e conservação do solo pode fazer com que muitas doenças não ocorram ou não atinjam o limiar de dano. Essas informações reforçam que muito do êxito nas lavouras está relacionado ao nosso cuidado com o solo.

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